52 - Conclusões Parte Final

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Balthazard usou o Grimório de Balaão para ocultar seu espírito assim que saiu do hospital, não poderia arriscar que Uriel ou qualquer um dos arcanjos o perseguisse. O Grimório tinha sido realmente um grande achado e ele o roubou, mantendo-o a maior parte do tempo em um esconderijo temporal, uma espécie de vórtice dimensional onde jamais seria rastreado pelos cavaleiros da nova terra e nem por ninguém que o estivesse procurando.

Avistando os limites da cidade ele pensou em voltar, devolver a placa e pedir perdão, mas lembrar-se de que sem Raphael no hospital, Will provavelmente estaria morto o fez afastar esse pensamento e seguir. Sua consciência estava estranhamente pesada pelo que fez. Talvez o tempo em que esteve sob o efeito do contrato de familiaridade tenha feito ele mudar de alguma forma, mas ele não podia perder essa chance de ter o destaque que sempre almejou na hierarquia demoníaca.

Ela o esperava fora da estrada, sentada em uma pedra no topo de uma colina de onde dava pra ver as cidades vizinhas completamente destruídas. Por um instante Lilith não disse nada e ele também não, apenas observou o cenário macabro de destruição.

— Você demorou muito, seu idiota! — disse ela sem olhar em sua direção. — Abigor foi destruído e Uriel virá atrás de nós assim que souber da sua traição.

— Ele não virá de imediato. — defendeu-se ele. — A prioridade deles são os humanos que eles resgataram.

— Aliás tenho que concordar que foi uma excelente ideia se tornar amigo dele — disse ela mesclando o elogio com ironia —, mas você partiu o coração do general, Balthazard!

— E você foi uma excelente atriz fugindo daquela forma na batalha — disse Balthazard tentando esconder o desconforto ao ouvir falar sobre Uriel. —, mas Beleth quase estragou tudo. Por sorte Gabriel apareceu e nos ajudou.

— Você acha que o liderzinho e os outros arcanjos podem ser um problema para nós? — perguntou Lilith .

— Gabriel tem uma mente brilhante e o modo como eles o seguem, os deixa unidos e poderosos — disse Balthazard com um sorriso saudoso que ela não viu por ainda fitar o horizonte —, mas quando libertarmos Lúcifer estaremos com a vantagem.

— Às vezes penso se realmente devemos libertá-lo. — disse ela pensativa, olhando mais uma explosão em uma das cidades. Podiam ouvir o grito das pessoas e para ela era como uma bela sinfonia de cordas. — Eu amo esse caos e ele irá acabar com ele assim que estiver livre.

— Ainda dá tempo de mudar de ideia — disse Balthazard. —, mas como nem sabemos se a placa será suficiente para libertá-lo, teremos tempo para pensar ainda.

— Não me entenda mal, Balthazard — disse Lilith, agora olhando para ele com seu ar de superioridade característico — Eu o amo, e quero vê-lo fora daquela prisão, mas eu sei o que ele fará assim que sair de lá.

— Você acha mesmo que Lúcifer vai acabar com a festa dos demônios? — perguntou Balthazard incrédulo. — Será que ele vai realmente querer assumir o lugar de Deus?

— Lúcifer foi lançado na terra porque ousou tentar ser como Deus e depois expulso dela para dar lugar aos humanos — explicou ela, olhando novamente para a destruição nas cidades —, então com certeza fará o possível para tomar o lugar que o todo poderoso deixou vago e se os demônios destruírem tudo, não sobrará nenhum humano para adorá-lo como ele quer.

— Realmente parece ser o que vai acontecer! — concordou Balthazard. — Devemos encontrar um lugar para eu estudar o Grimório a fim de encontrar uma magia que me permita tocar a placa. Só assim poderia usar o poder dela para descobrir onde é a prisão e como podemos libertá-lo.

— Então vamos logo — disse Lilith levantando-se e começando a andar. Depois de sabermos como iremos libertá-lo, eu começo a pensar em como manipulá-lo para não acabar com a diversão.

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