14

3.9K 277 35
                                    

Ele é meu namorado. -Jimin fala apertando minha mão.
—Pra que?..
—Eu não sei como você é...
—Tudo bem...
—Ótimo, não ia sem ele..
—Tchau.

°°°°°°°

Jimin On:

O que ele queria Jimin? -Jungkook pergunta depois que desligo o celular.

—Eu não sei direito, ele disse que precisava me ver e que eu poderia levar você se eu não tivesse disposto a ir sozinho. -falo confuso.

Por que ele voltou só agora? Por que?

—Você que ir? Se você quiser ir, eu vou contigo. -diz beijando minha bochecha.

—Eu não sei... Eu esperei ele por treze anos, por que ele voltou só agora?

Não conseguia entender, ele abandonou nossa família...

—Eu não sei te responder isso, amor. Mas dependendo da sua resposta se quiser ir, ou não eu vou te apoiar.

—Obrigado, Jungkook. -falo deixando um selinho na boca dele.

Fiquei a tarde inteira pensando se deveria ir, ou não. Tentei ligar pra minha mãe, mas só dava caixa postal queria saber o que ela achava dele querer falar comigo, mas ela não atendia.
E minha curiosidade era maior, eu precisava saber porque ele tinha me abandonado, abandonado minha mãe. Eu precisava olhar pra ele e saber como ele era e perguntar o porquê de só querer me ver agora.
Eu e Jungkook estavamos esperando naquela cafeteria há alguns minutos, tinha chegado antes, pois estava ansioso, nervoso e muitos outros adjetivos que podiam definir a mim naquele momento.

—Fica calmo, vida. -jungkook fala entrelaçando nossos dedos um no outro.

—Eu tô tentando, eu juro. -falo me agarrando no braço dele.
—É que, eu só preciso entender o porquê. -falo respirando fundo.

—Eu sei, amor. Eu tô do seu lado, tudo bem?

—Te amo. -falo beijando a bochecha dele.

—Também te amo, pequeno. -diz deixando um selinho na minha boca.

Escuto o barulhinho do sino tocando e olho pra porta vendo um homem com um cachecol azul entrando, era ele...
Estava nervoso e minha mão suava, ele tinha estatura média e aparentada ter uns trinta e sete anos, ele olhou em volta e parou me olhando o que fez eu me agarrar mais a Jungkook que entendeu olhando pro homem que provavelmente era meu pai, não tinha como negar que é ele, eu me pareço com ele.
Ele veio andando até nossa mesa e eu percebi que estava segurando o ar, e largando em seguida assim que ele para na minha frente.

—Oi, Jimin. -ele fala com um sorriso de lado.

—Oi.

—Eu posso me sentar? -pergunta apontando pra cadeira na nossa frente.

Assenti e ele sentou na cadeira perto da janela.

—Eu sei que você deve ter muitas perguntas pra mim agora, e provavelmente tem raiva de mim. -ele fala suspirando pesado.
—E eu não posso te impedir de sentir essas coisas, até porque eu sentiria a mesma coisa se tivesse sido comigo...

—Por que agora? -pergunto percebendo só depois que tinha dito algo.

—Eu preciso que você tenha calma e escute tudo com paciência. -ele fala calmamente o que me deixa nervoso já que sou ansioso.

—Então, comece. -falo tentando ficar calmo.

—Quando eu conheci sua mãe eu me apaixonei por ela de uma maneira que nem eu mesmo acreditava, nós namoramos por um ano e seu avô não gostava muito de mim, mas eu amava sua mãe e lutaria por ela. -fala sorrindo. 
—Nós decidimos que iríamos nos casar e pra isso sua mãe precisava fugir comigo já que seu avô não dava permissão, antes disso acontecer descobrimos que teríamos nosso filho, você. Nós ficamos tão animados, mas descuidados. -ele fala suspirando forte.
—Seu avô acabou descobrindo e não gostou nada de um "bastardo", era assim que ele me chamava, ter engravidado a filha dele. Eu disse que cuidaria de vocês e que não me importava com o que ele dissesse eu amava vocês, mas ele não gostou muito quando confrontei ele... A sua mãe queria fugir comigo, mas eu não podia botar a vida dela em perigo. Na época ela ainda tinha vinte anos, era menor de idade pela lei se encontrassem a gente juntos teriam consequências pra ela também, e eu não podia arriscar a perder vocês. Quando sua mãe deu a luz, eu tava na maternidade eu vê você, mas não pude ver sua mãe porque ela teve algumas complicações, mas eu prometi a ela que voltaria assim que tivesse bem de vida e pudesse sustentar vocês dois o mais rápido possível, e eu voltei você tinha dois anos naquela época.
Seu avô armou pra mim dizendo que sua mãe tinha morrido no parto, e que duas semanas depois você não tinha resistido, ele me mostrou os documentos falsos que comprovavam que era verdade e eu acreditei, larguei toda minha vida na Coréia, minha família, amigos...

—Minha mãe sabe que você tá aqui? -pergunto tentando entender essa confusão toda.

—Não, eu precisava conversar com você primeiro.

—Tudo bem, continue.

—Eu me perdi completamente, eu tinha feito tudo pra cuidar de vocês, mas eu não tinha mais nada.
Eu tinha perdido tudo, eu acabei me afundando nas bebidas, todo dia eu acordava não querendo viver, muitas vezes eu tentei desistir... Só pra ficar junto de vocês. -ele fala e vejo lágrimas rolando nos olhos dele.
—Mas eu não podia desistir desse jeito, sua mãe sempre foi forte e se ela me visse daquela maneira ela teria ficado decepcionada comigo, e depois de cinco anos naquilo eu disse que iria mudar, sua mãe não queria que eu vivesse daquela maneira. Consegui um trabalho e ganhava bem, mas eu só vivia não era feliz. Ganhei promoções e fiquei focado cem porcento no trabalho, tanto que me tornei um sócio da empresa e no trabalho se foi quinze anos da minha vida.
Mês passado eu vim a trabalho pra Coréia e eu não pisava aqui desde aquela notícia horrível, quando cheguei aqui decidi visitar o mercadinho que ia me encontrar com sua mãe quando mais jovem, fiquei vendo as revistinhas e os brinquedos favoritos da sua mãe até escutar o sininho da frente, eu odiava aquele sininho, mas sua mãe adorava então sorri lembrando como ela ria de mim toda vez que alguém entrava por ali.
Olhei pra moça que entrou ela tirou o cachecol do rosto e pensei que estava vendo coisas da minha cabeça, estava querendo ver ela mais uma vez era nosso lugar.
Ela sorriu pra senhora do caixa e era ela, a minha flor,eu travei na hora. Eu não sei o que me deu tava com medo de não ser ela e tá me enganando, e invés de ir falar com ela fui embora da lojinha.

Ele falava tudo, e lembro do meu vô me olhando com desprezo e pensava que era coisa da minha cabeça já que nunca tinha feito nada e agora entendo porque ele nunca gostou de mim.

—Liguei para um amigo que me deixava informado de tudo e pedi pra ele investigar pra mim o que tava acontecendo, até que cheguei a conclusão que tinha sido enganado por esse tempo todo. Ele teve coragem de inventar que minha mulher e meu filho estavam mortos, sua própria família... Eu não espero que você acredite em mim nem nada, eu só precisava contar a você, eu nunca teria abandonado vocês, eu queria ter cuidado de vocês, protegido, eu amo vocês demais. -ele fala secando o rosto.

—Eu acredito em você. -falo sentindo uma lágrima caindo.

Meu YouTuber >Jikook< (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora