Capítulo Um

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— O que faz aqui? Ainda mais nessa hora da madrugada. Perdeu o juízo de vez?!

Respirei fundo, fechando o meu roupão, enquanto parava no meio da escada.


Aquele homem só pode ser maluco. Aparecer na porta da minha casa, me acordar e ainda querer falar comigo depois de tudo que fez.


— Por favor, minha filha! Ajude-me.


Claro... Ele só iria me procurar se tivesse precisando de alguma coisa, caso contrário, continuaria por aí, sem me dar notícias.

O homem parado na minha frente é "meu pai", ou algo parecido. Ele abandonou a mim, e a minha mãe, quando eu ainda era uma criança. Decidiu sozinho que não poderia ter a obrigação de ser pai, muito menos cuidar de uma família.

Viramo-nos sozinhas, eu e minha mãe, demos um jeito e conseguimos nos cuidar sem precisar de um centavo sequer dele.


Algum tempo depois, quando me tornei adulta, e CEO da maior empresa de cosméticos de Seul, ele apareceu dizendo que queria consertar tudo e que agora tinha uma nova família. Nem dei importância às mentiras e ilusões dele, então, ele foi embora.

E eu jurava que nunca mais o veria. Até agora.


— Não me chame assim! Não sou sua filha, muito menos responsável por você, portanto, cuide dos seus problemas, sozinho.


— Te imploro Joohyun! Eu não tenho mais saída. Sabe que não viria aqui, se o assunto não fosse urgente. Por favor, necessito que me ajude filha!

Ele realmente estava desesperado e posso dizer que fiquei com certa pena.


Afinal, querendo ou não, foi justamente esse homem quem me trouxe ao mundo. Estaria sendo desumana se, pelo menos, não ouvisse o que ele tem a dizer.


— Você tem exatos cinco minutos para me convencer!

Ele suspirou aliviado.


"Meu pai", digamos assim, era um homem elegante, não bonito, apenas apresentável. Possuía dinheiro e muita fama, assim como eu. Talvez essa parte esteja no sangue dos Bae. O homem portava-se como um indivíduo de classe, trajando roupas caras das melhores marcas de grife.


— Perdi tudo, minha filha! Todos os meus bens, fui certamente tolo e imbecil. Pensei que estava fazendo a coisa certa quando investi tudo que tinha numa empresa clandestina — nessa altura, lágrimas enchiam os seus olhos. — Descobri ontem que tudo que sobrou no banco também foi roubado. Tornei-me um miserável, querida, estou sem solução alguma e preciso-...


Antes que ele terminasse a frase, ri em deboche.


Como ele ousa vir até mim, para me pedir dinheiro? Aquele que virou as costas e não me ajudou nem a pagar as mensalidades da minha faculdade. Muita coragem, eu diria.


— Está me pedindo dinheiro?! É isso mesmo?


— Não, claro que não! Nunca lhe pediria isso — ele abanava as mãos a sua frente em negação, enquanto balançava a cabeça de um lado para o outro. — Não estou aqui para pedir dinheiro ou abrigo, peço apenas que cuide da Seulgi.

Yes, Mommy ‒ Versão SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora