Second Chance - 4

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Caroline POV'S 

Dayane terminou o show alguns minutos depois, realmente não era nada muito longo mas já era o suficiente para que qualquer um se cativasse por ela. 

- E aí, vai falar com ela?- Yasmin perguntou. 

- A gente se conhece de águas passadas, sabe? Vivo esbarrando nela, tudo bem que a cidade é pequena, mas vai dizer que não parece coisa de filme? Viver esbarrando, se encontrando nos lugares mais aleatórios. Não sei, para mim parece coisa de filme, por isso preciso falar com ela. Se não agora, eu não vou nunca mais. - Eu vomitei tudo que estava entalado em mim. 

Ela sorriu fazendo um joinha com a mão, não sabia o que aquilo significava mas também não dei atenção. Levantei do meu lugar determinada a ir até Dayane e falar com ela, caminhei lentamente até ela que parecia muito distraída falando com algumas pessoas, talvez fossem fãs. Sinceramente? Eu não fazia ideia. 

Assim que o caminho até ela foi "liberado", me senti realmente em um filme, naquele momento onde tem uma musica romântica mas que se torna cafona de tão melosa que e mesmo dessa forma o protagonista não se importa porquê ele está diante da pessoa que lhe causa as famosas "borboletas" no estomago. Deus, isso foi muito gay. 

- Oi... - Eu disse baixinho. 

Ela sorriu ao mesmo tempo que seu rosto tomava uma certa coloração vermelha. 

- Oi...- Day respondeu. 

Certo e agora? Parecia que eu não sabia mais falar tamanha minha moleza. 

- Podemos sair daqui? - Perguntei não querendo me expor no meio daquele tanto de gente que eu não sabia quem era. 

Ela prontamente concordou pegando minha mão, talvez de forma automática, e me puxando até um área aberta do pequeno barzinho. 

- Desculpa. - Ela pediu, mas eu não entendi. 

- Pelo que? Se alguém tem que pedir desculpas sou eu. - Lembrei dos fatídicos eventos de alguns anos atrás. 

- É... eu deveria ter te ouvido. - Ela disse abaixando a cabeça. - Eu descobri alguns anos atrás que foi tudo armação, sou muito burra de não ter visto isso antes. - Ela deu de ombros.

- Eu também não acreditaria em mim, não com meu histórico. - Fiz uma careta, rimos um pouco. - Acho que temos muito que conversar né? - Eu disse sem saber como explicar pra ela que eu achava que o destino queira nos juntar novamente.

- É, temos mesmo. - Ela concordou passando sua mão por sua nuca, eu lembrava daquele movimento perfeitamente, Dayane só fazia isso quando estava sem jeito. 

- Você ainda sente o mesmo? - Perguntamos ao mesmo tempo. Ri baixinho. 

- Acho que isso responde não? - Ela perguntou. 

- Eu ainda quero ouvir. - Provoquei, a verdade era que Day nunca soube se expressar de uma forma que não fosse por música, ao menos não de uma forma decente então sempre que possível eu a fazia falar seus sentimentos para mim. 

- Você é má. - Sorri e ela também. - Tá, eu ainda...sinto, você sabe. 

Eu ri, aquele era seu máximo no momento. Todas as células do meu corpo gritavam "Beija ela!", mas eu não queria cruzar nenhum tipo de limite imaginário presente. 

- Acho que podemos começar devagar, certo? - Ela perguntou. - Me deixe te levar em um lugar.

- Um encontro? - Eu perguntei risonha, nem quando estávamos no começo de algo saímos em um encontro. 

- É, mas só se você quiser também, porquê vai que você não quer nada né? E tá tudo bem também, juro...

Ela continuou falando e falando enquanto eu fui me aproximando sem prestar atenção nenhuma no que ela falava somente no movimento de seus lábios. Quando estava mais próxima do que jamais achei que estaria novamente, tive a coragem de colocar minhas mãos em sua nuca. 

- O quão devagar? - Perguntei encarando seus lábios.

- Muito, muito devagar. - Ela respondeu entendo onde eu queria chegar. 

Sorri minamente antes de aproximar meus lábios do seus e começar um beijo envolvido em diversas emoções, desde as mais simples até as mais complexas. Eu sabia que ainda tínhamos muito a acertar, conversar e resolver, mas naquele momento eu me permiti esquecer tudo e todos. Era somente eu e ela ali, naquele momento que eu achei que não existiria nunca mais.

Quando senti o ar me faltar fui encerrando o beijo com pequenos selinhos, sem conseguir segurar o sorriso. 

- Vocês são rápidas. - Escutei a voz de Yasmin atrás de nós. 

Apoiei minha cabeça no peito de Dayane e revirei os olhos sem perder o sorriso no rosto. 

- Não começa, Yas. - Eu disse me afastando de Day e me virando para ela.

- Deixa de ser rabugenta, acabei de te juntar com o amor da sua vida de novo. Seja ao menos um pouco grata. 

- Amor da sua vida, huh? - Ouvi Day sussurrar no meu ouvido. 

- Shiu. - Eu resmunguei baixo, para que só ela ouvisse. 

- Lindo, já estão até segredinho. - Yasmin não parava. 

Preferi não responder, ela continuaria até ficar cansada mesmo. Olhei rapidamente meu celular notando três mensagens de minha mãe, duas do meus irmãos e cinco de Luísa, resolvi ver somente as da minha mãe pedindo para que eu não voltasse para casa muito tarde.  Suspirei, já era tarde, ou seja, eu deveria ir embora, mas não sem o número dela dessa vez. 

- Eu preciso ir embora. - Eu disse. 

Day suspirou igual eu alguns segundos antes e concordou com a cabeça. 

- Vocês estão de carro? - Ela perguntou e nós negamos. - Eu levo vocês então, me deixem só pegar minhas coisas. 

- Não precisa, a gente pega um uber. - Eu rebati na mesma hora, não ia fazer ela ir para os dois extremos da cidade. 

- Caroline Biazin dos Reis, já viu que horas são? Eu não vou deixar vocês pegarem um uber quando claramente eu posso deixá-las em casa, não nesse horário. - Ela disse como se fosse um absurdo.

- Deixa ela levar a gente, mulher, é mais seguro. - Yasmin disse e então eu me dei por vencida. 

Day sorriu me dando um selinho e logo saindo dali indo buscar suas coisas e provavelmente se despedir dos donos, já eu não estava nem acreditando que aquilo havia acontecido. Ela tinha me dado uma segunda chance!

Destino (DayRol/Caray)Onde histórias criam vida. Descubra agora