Moments - 5

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Dayane POV'S

Após eu ter pego todas as minhas coisas e o pagamento da noite voltei para onde Carol e Yasmin estavam. Sorri para as duas e nós fomos caminhando até meu carro que estava estacionado um pouco afastado do bar.

- Yas vou te deixar primeiro, okay? - Eu disse.

Ela concordou e me passou seu endereço, dirigi calmamente até sua casa. Não era muito longe de onde estávamos, só era longe da casa de Caroline que ficava quase do outro lado da cidade.

- Muito obrigada, senhorita cantora. Espero te ver mais vezes. - Ela disse alternando seu olhar entre mim e Carol.

Sorri sem graça e concordei com a cabeça esperando que ela entrasse em casa para que eu saísse dali.

- Ainda mora no mesmo lugar? - Perguntei para ela.

- Sim, meus pais amam aquela casa. - Carol riu o que me fez rir também.

- Certo.

Dei partida e em cerca de alguns minutos estava estacionada em frente a sua casa. Nós duas sem uma real coragem de nos despedimos uma da outra, talvez pela saudade clara que existia entre nós. Eu queria dizer algo, mas ao mesmo tempo não fazia ideia do que dizer.

- Won't you stay 'til the A.M.? All my favourite conversations always made in the A.M...- Carol cantou baixinho A.M. e eu sorri. Costumávamos cantar aquela musica uma para outra quando não queríamos ir embora.

- 'Cause we don't know what we're saying, we're just swimmin' 'round in our glasses and talkin' out of our asses. - Completei, sorrindo mais largo do que antes. Completamente nostálgica.

- Like we're all gonna make it, yeah yeah. - Ela terminou o refrão. - Você realmente tem que ir?

- Sinceramente? Não. - Ri. - Meus pais estão viajando e Fernanda e Dreicon, que estão ficando comigo, estão dormindo na casa de alguns amigos.

- Você quer entrar e sei lá... Passar a noite?

- Claramente, acho que não sabemos o conceito de "ir devagar". - Rimos. - Mas eu não ligo se você não liga.

- Eu definitivamente não ligo, ainda mais se pudermos cantar mais One Direction. - Ela disse rindo.

- Eu certamente amaria fazer isso, senhorita.

Sorrimos e saímos do carro juntas, tranquei o veiculo e segui Carol em direção ao portão de sua casa. Entramos em silencio por puro medo de acordar seus pais, eu principalmente, os pais de Carol não iam muito com a minha cara, talvez pelo jeito que eu me vestia. Não faço ideia.

Caroline pegou minha mão e nos guiou até seu quarto que ficava no sótão, segundo ela "É muito mais bonita a vista lá de cima e ninguém me ouve." Subimos em silencio e assim que cheguei em seu quarto memórias dos anos passados me atingiram, nosso primeiro beijo foi no chão daquele quarto. A decoração tinha mudado, como era de se esperar, as paredes antes rosa bebê agora tinha uma coloração verde bebê com alguns desenhos que pareciam dela. A cômoda cheia de livros, sua grande maioria de historia, no canto do quarto o violão que um dia foi meu e o teclado que ela comprou quando decidimos aprender a tocar juntas.

- Você não se livrou de nada? - Perguntei me Sentando na sua cama.

- Não, eu fiquei sem coragem. - Ela riu deitando ao meu lado. - Tentei não parar de tocar mas com o passar dos anos fui perdendo a pratica e o tempo. - Confessou.

- Até mesmo do teclado? Era o seu favorito. - Eu disse.

- Até mesmo ele. - Deu de ombros levemente frustrada.

Eu então me levantei e peguei o violão levando-o para perto da cama, tirei meu celular do bolso e coloquei ele apoiado na cama de uma forma que pudesse enxergar. Carol se sentou tentando entender o que eu fazia.

- Eu escrevi algo, tem um tempo. Mas bom, foi pra você. - Eu disse, com vergonha.

- Me ouviu chamar teu nome, eu não sou difícil de encontrar, diz onde cê tava ontem, tu é tão difícil de encontrar. - Cantei. - E eu jurei que não ia falar de amor, mas tem seus rastros por todo lugar que me perseguem por onde eu vou... Me disseram que eu te virei as costas quando eu simplesmente não estava pronta, mas eu acho que eu tô agora. Sim eu acho que eu tô agora. - Terminei o refrão. - Tem alguns anos que ela está guardada aí.

- Espera, é daquela epoca?

- Sim, escrevi bastantes esses últimos anos. - Comentei, deixando o violão de lado.

- Caramba...- Ela comentou deitando a cabeça em meu ombro.

Me permiti olhar para nossas mãos agora juntas.

- Acha que estariamos aqui se nada daquilo tivesse acontecido? - Perguntei.

- Sinceramente? Não. Éramos muito imaturas. - Suspiramos. - As vezes fico pensando que precisávamos daquilo. Nós gostávamos uma da outra, mas tínhamos zero confiança nas nossas palavras e ações, sem contar o fato de que nós tínhamos medo demais dos nossos próprios sentimentos. A prova disso foi que um boato ridículo e um momento mal entendido resultou em anos de afastamento.

Era verdade, o que aconteceu para nossa separação foi ridículo. Algumas pessoas do nosso circulo de amizades começaram a dizer que Caroline estava pegando um monte de gente (isso não seria um problema se não tivéssemos decidido não ficar com mais ninguém além de nos duas) e algumas semanas depois eu peguei ela e Julia aos beijos no ginásio. Mas o que aconteceu de fato foi que Julia me viu e agarrou Carol. Julia era apaixonada nela.

Eu sabia daquilo, mas mesmo assim. Ao ver aquela cena foi como se todos os boatos se tornassem verdadeiros, então eu briguei com Carol ali mesmo na frente de todo mundo. Lembro que na época ela tentou se defender e explicar a situação, mas eu estava cega.

Eu era insegura, impulsiva e imatura demais para dizer que o que eu tinha visto era armação.

- Eu não poderia concordar mais.

Ficamos em silêncio por mais alguns minutos até que eu me levantei perguntando se ela poderia me trazer água. Carol prontamente concordou e eu me levantei para devolver o violão ao seu lugar.

Ela voltou com a água, eu tomei tudo rápido. Estava com a garganta seca.

- Eu estou cansada. - Disse baixinho.

- Aí finalmente, eu estava doida para que você dissesse isso. Eu estou morta. - Ela disse retirando suas roupas.

Quando Carol estava quase nua ela pareceu ter um estalo de que eu estava ali, estagnada e chocada.

- Desculpa, eu peguei um costume de dormir nua e aí agora é difícil de dormir vestida. - Justificou- se.

- Eu também! - Disse chocada.

Ficamos nos olhando por um tempo até que começamos a rir, eu podia ver o sol já nascendo. Precisava dormir, Carol jogou um conjunto de roupas aparentemente frescos pra mim e ela vestiu algo parecido.

Sem coragem de ir até um banheiro para trocar de roupa, fui até o cantinho do quarto me trocando ali mesmo.

Voltei a me aproximar da cama e deitei do lado da parede.

- Eu sei que você só consegue dormir na parede. - Ela disse sorrindo.

Eu sorri também, me aconchegado mais perto da parede mas puxando Caroline pra perto de mim. Ela gostava de dormir quente e eu sabia que ia roubar o cobertor dela durante o sono. Então era mais fácil já deixá-la por perto.

O meu movimento não passou despercebido por ela que sorriu e me deu um selinho se virando para dormir e assim como eu em questão de minutos estávamos apagadas.

Destino (DayRol/Caray)Onde histórias criam vida. Descubra agora