Não Mudaria Nada - 15

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Caroline POV'S

Eram menos de seis da manhã e eu já estava acordada ao lado de Day a caminho do aeroporto. Meu aniversario havia sido a alguns meses atrás, mas meu visto ainda não tinha saído na época - Não que isso fosse fazer diferença - Mas como prometido, minha namorada estava me levando para fora do país. Não estávamos indo para L.A. Meu visto tinha sido negado, o que no dia resultou em uma crise de choro enorme da minha parte. Apesar de Day dizer que estava tudo bem. Depois disso decidimos ir para o Chile. Iríamos comemorar o aniversário dela lá.

- Eu sei que o aeroporto é vazio nesse horário, mas eu não sei se quero viajar tão cedo novamente. - Comentei com Day quando sentamos para esperar o voo. Eram exatamente 4h15 da manhã.

- Sério, amor? Eu achei tranquilo. - Ela deu de ombros.

- Eu estou morrendo de sono, muito cedo. - Me aconcheguei nela.

- Se colar em mim não vai te ajudar, mocinha. - Day riu.

- Mas você é tão macia... - Sussurrei.

- Meu amor, precisamos levantar daqui alguns minutos. Quando chegarmos lá você dorme. - Ela fez um carinho no meu rosto, o que não ajudou em nada a fortalecer seu argumento.

Igual uma criança concordei e me ajeitei na cadeira. Minha namorada estava certa, em poucos minutos já estávamos no avião e lá eu pude dormir tranquilamente.

Dayane POV'S

Saí do avião já sentindo frio, maldita hora que eu falei para Carol que não precisaria do meu casaco e deixei que ela o guardasse em sua mala despachada. Pegamos nossas malas calmamente e então nos preparamos para pedir um uber, porém estava uma loucura no local de desembarque. Diversos taxistas gritando "Táxi! Táxi!" e numa dessas um rapaz nos abordou.

Tentamos explicar para ele que não precisávamos de táxi nenhum já que iríamos pedir um Uber, mas após ele dizer pela terceira vez que pegar um Uber era perigoso, nós nos olhamos.

- Ele disse que é perigoso, Day. - Carol sussurrou.

- A conversão de reais pra pesos tá cara... - Sussurrei de volta, vendo o valor da nossa corrida no Uber.

Suspirando entramos no táxi do rapaz. A corrida estava sendo relativamente tranquila, Carol e eu aproveitavamos para olhar a cidade. Até que o taxista parou, não sabia bem onde estávamos mas sabia que aquele não era o nosso destino.

Carol me olhou tensa, eu estava tensa da mesma forma. O rapaz então se virou para nós com um sorriso e disse que um amigo dele iria conosco até o final da corrida, ele ia dar uma carona para ele. Engoli em seco já imaginando o pior.

- Das duas uma, ou a gente é sequestrada ou a gente vai ser assaltada aqui e agora. - Carol sussurrou apavorada. - Isso não é normal, Dayane.

- A gente devia ter pego o Uber mesmo... - Respondi no mesmo tom. A ficha caindo de que provavelmente não tinha nada de anormal em pegar um Uber.

Ficamos quietas o resto do caminho e felizmente o taxista nos deixou onde deveria, já era noite e estávamos cansadas. Pegamos nossas coisas e eu paguei a corrida enquanto Carol se encontrava com o dono do Airbnb que nós havíamos alugado.

O moço extremamente simpático nos mostrou todo o apartamento e por último nosso quarto. Assim que passamos pela porta e a fechamos Carol suspirou.

- Você reparou que ele tava de meia? - Perguntei seriamente.

- Eu vi... - Carol sentou na cama para tirar seu tênis.

- Por que ele tava de meia, amor? - Perguntei ainda encucada.

- Eu não sei, ele parecia de pijama pra você também? - Ela perguntou me olhando.

- Parecia...

Me sentei ao lado dela enquanto já ia abrindo o anúncio.

- Carol... - Comecei a rir, mas querendo chorar. - A gente alugou um quarto, amor. Não o apartamento inteiro. - Revelei.

- Tá brincando?

- Claro que não, olha aqui. - Mostrei a tela para ela.

- Puta que pariu, Day. - Carol começou a rir, talvez com a mesma sensação que eu.

- Sério, como a gente deixou isso passar? - Questionei passando a mão pelo cabelo em um ato de nervosismo.

- Eu não sei, nem pensei nisso. - Carol comentou e começou a tirar sua roupa, levantei no mesmo instante e tranquei a porta.

- A gente não tá sozinha, mulher. Vai que ele entra aqui do nada, tem que trancar a porta. - Recomendei.

- Eu juro que se nosso dinheiro não estivesse contado, alugariamos um quarto de hotel. - Minha namorada ignorou o que eu disse. - Não vamos poder fazer muita coisa aqui. - Ela suspirou e me puxou pela camisa.

- Você diz tipo, usar a cozinha e tal? - Estava confusa.

- O que? Não, amor. - Carol riu. - Quer dizer, isso também. Mas eu estava falando de outras coisas. - Ela me encarou levantando uma sobrancelha e eu entendi do que ela falava, sentindo meu rosto esquentar.

- Ah... Essas coisas.

- Eu tinha planos para o seu aniversário. - Ela deitou a cabeça no meu peito, passei meus braços ao seu redor.

- A gente pode dar um jeito nisso. - Comecei a nos balançar de leve no quarto, dançado sem música.

O contato da pele de Carol com meu corpo estava me ascendendo, ela estava apenas com seu sutiã e o jeans.

- Amor, não sei se teremos dinheiro pra isso tudo. - Ela se afastou abrindo sua mala e retirando uma roupa mais confortável.

- Eu sei, mas não vamos esquentar com isso agora ok? Ainda podemos curtir de outras maneiras. - Sorri largo para ela.

Carol veio até mim, passando seus braços pelo meu pescoço e então me beijando lentamente.

- Eu te amo. - Sussurrou contra os meus lábios.

- Eu te amo mais. - Sussurrei de volta.

- Não começa, Dayane. Amamos igual e ponto. - Ela mordeu meu lábio inferior antes de se afastar e deitar na cama já pronta para dormir.

- Discurso de quem sabe que eu tô certa. - Impliquei.

- Quer que te mande lá fora para dormir na sala de um desconhecido? - Ela perguntou séria, mas eu via seus lábios querendo sorrir.

- Você sentiria muito minha falta pra isso. - Me deitei ao seu lado também já com outra roupa.

- Convencida, você que não se cuida pra ver.

Carol virou de costas para mim e eu ri baixinho antes de me aproximar mais dela e deixar um beijo em sua nuca, vendo seu corpo arrepiar.

- Você me ama demais, eu sei. - Mordi sua nuca de leve, sabia que era seu ponto fraco.

- Cala boca, vamos dormir. - Ela respondeu.

- Admite.

- Eu te amo demais. Satisfeita? - Riu em meus braços.

- Muito. Eu também te amo demais, Cah.

Ela deu um aperto em minha mão que estava ao redor do seu corpo e eu sorri leve, mesmo com os perrengues do dia, não mudaria nada se fosse pra estar ali naquele momento novamente. Com ela.

Destino (DayRol/Caray)Onde histórias criam vida. Descubra agora