O galpãozinho do meu jardim
— E na primavera, abundância será o que você notar em primeiro lugar: vinhas escalando a treliça da varanda, rosas entrelaçando através dos mandris, flores transbordando de seus vasos.
Eu balancei a cabeça enquanto caminhava ao lado de Salvatore, admirada com seu vasto conhecimento e emocionada por ele estar compartilhando tudo isso comigo.
Depois de receber a concordância do meu marido que ele não se importava com o que eu fazia desde que eu não mudasse sua rotina ou fizesse tentativas de seduzi-lo – o que eu não faria, claro – voltei a trabalhar no jardim.
Eu tinha uma ideia em minha mente... Uma espécie de plano... Que satisfaria minha sogra e eu: fingiria ser a dama que ela desejava, ficaria longe da sujeira e iria só supervisionar o projeto. Se isso significasse que eu poderia ficar perto do jardineiro que eu ansiava, o tempo todo satisfazendo meus novos desejos.
No entanto, os dias se passaram e... Nada aconteceu. Bem, não exatamente nada: eu escolhi flores, arbustos, cuidei de botões de rosa, podei folhas, coisas que aprendi a amar, mas Salvatore não fez um gesto que pudesse me levar a pensar que ele me queria.
Ontem à noite, meus sonhos foram muito vívidos, e ainda estou quente e molhada de... Hmm... Suor, enquanto ando pelo jardim ao lado dele ao final do dia de trabalho.
Eu pensei sobre o que fazer em nosso encontro de hoje, mas não conseguia pôr minhas ideias em prática. Eu estava mais do que pronta para contar a ele como havia sonhado conosco, mas ele não perguntou nada desde que nos encontramos às nove horas da manhã.
E parecia que eu ia morrer esperando que ele o fizesse enquanto a tarde se arrastava por entre a terra remexida e os botões de rosa.
Salvatore parou abruptamente de caminhar e eu, que estava sonhando acordada, quase dei um encontrão nele.
— Opa! — disse ele, estendendo a mão para me segurar. — Não se machuque, Cara.
Eu respirei fundo, seu toque no meu braço reacendendo o fogo que já fervia na minha barriga. Desejei que ele me tomasse em seus braços, me beijasse como se ele fosse um homem faminto; queria saber se ele se sentia como eu, ansiava como eu.
Mas Salvatore não o fez, liberando-me tão rapidamente quanto me tocou.
Soltei um suspiro quando retomou sua caminhada ao redor do espaço, sentindo a raiva crescer por dentro.
Como ele ousava fingir que nada estava acontecendo entre nós? Como ele não sentia o mesmo calor fluindo em suas veias? Por que ele estava me torturando assim?
Fechando minhas mãos em punhos, recusei-me a me mover um centímetro do ponto em que estava e fiquei olhando para ele até que ele parou e se virou, aborrecimento brilhando em seus olhos.
— Você deseja retomar nossa caminhada, Lady Beardley, ou devo continuar o meu dia?
Endireitei meus ombros, desejando que me permitissem jogar algo, qualquer coisa, no homem infernal. — Gostaria de ter uma palavrinha em particular com você.
Ele se aproximou de mim, seu corpo tenso como um arco. Eu podia ver seus olhos endurecendo, sua mandíbula se apertando. — Uma palavrinha? Você quer falar comigo?
Eu queria pegá-lo em meus braços e beijá-lo, mas apenas engoli em seco e balancei a cabeça firmemente. — Uma palavrinha. Em privado.
Ia dizer a ele que não podia mais jogar este jogo com ele. Ou ele desejava continuar nossa ligação ou não.
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Do Diário da Baronesa 2
RomanceLady Chloé descobriu que, no Solar Beardley, flertes inocentes podem se transformar em escapadas sexuais eróticas. Mas ela ainda precisa descobrir por que seu marido precisa de um herdeiro tão desesperadamente. E, é claro, ela quer mais do que um en...