Na terça-feira à tarde, enquanto eu e o Salvatore conversávamos, inventei que queria uma cascata no meu jardim e disse-lhe que queria que caísse como se a piscina estivesse a escoar-se e a fugir.
Mas Salvatore me convenceu a ter um lago e me explicou que seria muito mais apropriado, pois já tinha uma piscina do lado de fora da minha janela. Ele me disse que teria os desenhos no dia seguinte, que é hoje.
Mas Joseph estava em casa e eu tive que lhe dar atenção. Non, não foi tão ruim assim.
Agora, sentei-me à mesa da sala de jantar, observando enquanto Joseph terminava o último pedaço de sua torta. Se eu não souber mais nada sobre o meu marido, sei que ele ama doces, tanto que sempre pede algo no final de suas refeições à noite. Maçã, nozes, coco, isso não importa. Ele gosta de todos os tipos de torta.
— Como foi a sua viagem? — perguntei, sabendo que ele gosta que eu espere até que ele termine de comer. Honestamente, aprendi seus hábitos sutis durante nosso casamento e embora eu o esteja traindo, não significa que eu não deseje fazê-lo feliz também.
Ele limpou a boca antes de olhar para mim, surpreso com a minha pergunta. — Tudo bem. Por que você pergunta?
Respondi com um pequeno encolher de ombros, meus dedos brincando com a borda da minha taça de vinho. Esta noite era uma raridade: a baronesa-mãe não estava se sentindo bem e tinha feito sua refeição em seu quarto, deixando-nos a sós. Sem sua incessante conversa, o momento era tranquilo, de paz, quase feliz. — Só curiosa em saber se você foi bem-sucedido ou não.
Ele me deu um aceno de cabeça lento enquanto o empregado retirava os pratos, trazendo seu habitual copo de conhaque. — Fui bem-sucedido, sim. Espero que você não tenha se entediado muito enquanto estive fora.
Eu ri. Se Joseph soubesse o que eu estava fazendo enquanto ele estava fora! — Claro que não.
Ele limpou a garganta, olhou ao redor da sala de jantar ricamente decorada. — Você... Você gostaria de me mostrar o seu jardim?
Sentei-me reta na cadeira, surpresa com o pedido dele. Ele nunca me pediu nada parecido. Nunca se interessou realmente pelo que eu fazia. — Claro. Seria um prazer.
Ele se levantou e me ajudou a sair da cadeira, e colocou minha mão em seu braço. A noite estava quente apesar do sol já ter se posto horas atrás.
— Você tem estado muito ocupada ultimamente — declarou Joseph, enquanto vagávamos pelo jardim, seus olhos examinando cada detalhe. — Está muito bonito, Chloé.
— Obrigada, Joseph — eu murmurei, sentindo-me um pouco culpada em aceitar o elogio. Este jardim significa muito mais do que apenas uma paixão minha. É a paixão que está dentro de mim, paixão que encontrei com outro homem.
Joseph soltou um suspiro e eu percebi que ele estava preocupado com alguma coisa.
— Está tudo bem? — perguntei hesitante, não sabendo o que fazer sobre... Essa gentileza entre nós.
Ele franziu os lábios. — Nós teremos visitantes amanhã ou depois. Espero que você não se incomode.
— Claro que não — disse. — Posso perguntar quem é?
Ele soltou meu braço então, uma sombra cruzando seu rosto. — Meu parceiro de negócios e sua esposa estarão nos visitando por alguns dias, talvez uma semana. Acredito que podemos acomodá-los bem.
— Claro. Será um prazer.
De uma maneira antiquada, ele fez uma pequena reverência, algo que não fazia há algum tempo. — Deixo você com o seu jardim então. Boa noite.
Pelo jeito, não terá visita ao meu quarto esta noite.
Apertei meus lábios observando-o se afastar, imaginando se haveria algum momento em que eu entenderia aquele homem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Do Diário da Baronesa 2
RomanceLady Chloé descobriu que, no Solar Beardley, flertes inocentes podem se transformar em escapadas sexuais eróticas. Mas ela ainda precisa descobrir por que seu marido precisa de um herdeiro tão desesperadamente. E, é claro, ela quer mais do que um en...