Prólogo

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As páginas do diário que você está prestes a ler – e as do primeiro volume já publicado e do último volume que será lançado em breve – caíram nas mãos da minha amiga-literária X, que era funcionária do Solar Beardley.

No primeiro volume, encontramos uma jovem Chloé, um pouco infantil, tão inocente e pura, olhando a vida através de uma lente cor-de-rosa.

Mas o marido ensinou-lhe – de maneira peculiar – que a vida tinha menos cores e mais tons de cinza do que ela poderia imaginar.

Neste volume, Chloé é agora uma mulher de paixões violentas e luxúria desenfreada. O refinamento do deleite e da tolerância da experiência inicial gerou luxúria, e a luxúria tornou fácil o caminho para gratificações irrestritas – e inclusive o que ela mesma considerava antinatural.

Este volume mostra uma mulher mais experiente – e, infelizmente, também mais madura e calejada – mas, mesmo assim, ansiosa para descobrir que prazeres sexuais e amorosos a natureza tem para lhe oferecer.

É interessante notar que, apesar de sua volúpia, Lady Chloé é, em essência, uma pensadora e seu questionamento, mesmo que velado, sobre o lugar das mulheres na sociedade pós-Segunda Guerra Mundial nos dá uma nova dimensão de seu caráter.

Neste registro sincero da vida amorosa de uma jovem mulher, as memórias de Lady Chloé iluminam muito além da corrente usual de literatura erótica. Essas improváveis páginas do diário revelam como uma mulher em flor, mesmo isolada em uma mansão perdida no meio do nada por um marido muito mais velho e autocrático, descobre prazeres que ela nunca teria pensado que poderiam ser retirados de seu corpo e alma. É a busca de uma mulher por respostas aos tópicos mais intrigantes do mundo, os enigmas que assolam o universo: o amor e os prazeres do sexo.

Nossa quimérica Lady Chloé de la Fleur Beardley, sem dúvida, nunca sonhou que suas memórias um dia seriam colocadas diante dos olhos dos outros, mas X e eu temos certeza de que ela ficaria muito feliz em ter você lendo sobre suas aventuras – e desventuras.

Então, saibam isso, queridos leitores, que tudo o que precisei fazer foi imaginar... Ops, quero dizer, selecionar as anotações do diário, traduzi-las para o português e, voilà, com um pouco de adaptação, trazer as confissões de Lady Chloé para suas mãos. E faço isso sem peso nenhum na consciência, já que o Barão Beardley faleceu há um mês sem herdeiros diretos, só um sobrinho pomposo que está cumprindo pena na prisão agora por causa de... Bem, essa é uma outra história.

Bem-vindos de volta ao mundo de Lady Chloé!

Do Diário da Baronesa 2Onde histórias criam vida. Descubra agora