Capítulo 9

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Vou ter que agir logo se quero fazer um bebê com Salvatore. Tenho que tomar as decisões corretas ou arriscar perder mais um mês, antes que a lua cresça e diminua em mais um ciclo.

Mas ainda não será hoje.

Hoje, quando Joseph anunciou que almoçaríamos na cidade, eu fingi uma dor de cabeça e implorei para ser dispensada, pedindo desculpas aos nossos convidados. Eles não pareceram nada preocupados em sair sem mim, muito menos sobre como eu me sentia.

Momentos depois de partirem, eu já estava no jardim à espera de Salvatore, recatadamente sentada no banco quando ele chegou, sujo e suado do tempo passado sob o sol e o calor, entre flores e esterco. Pelo olhar em seu rosto, eu podia dizer que ele sabia que o barão havia chegado em casa. Mas ele sorriu quando eu disse a ele que o barão e seus convidados tinham saído e que poderíamos roubar esse dia para nós e que não teríamos que ficar uma semana inteira sem nos ver.

Já faz mais de um ano que estamos juntos e não houve uma única vez sequer em que um de nós sentisse algo que não uma vontade louca, uma fome desesperada pelo outro.

Salvatore não perdeu tempo me beijando ou me cumprimentando como um cavalheiro faria. Além disso, ele não fingiu que iria se lavar, nada disso.

Afinal, ele não é um cavalheiro recatado, e fico feliz por isso.

Ele simplesmente ordenou que eu me despisse, mas não tirasse os delicados e longos colares de pérolas, e ficou ali, braços enormes cruzados sobre o peito largo, descaradamente olhando eu me contorcer para me livrar das engenhocas do meu vestido apertado, sem nem sequer se oferecer para me ajudar, como se para me punir pelas horas que eu não estaria disponível para ele.

Para cada peça que eu tirei, Salvatore dizia o que ele queria fazer com a parte nua do meu corpo. Sua voz era rouca e eu já estava tremendo de desejo quando minha calcinha caiu na grama.

Seus dedos ásperos beliscaram meus seios antes que ele agarrasse os colares, puxando-os gentilmente.

— Eles são um presente de Joseph? — Perguntou ele, referindo-se ao meu marido, o barão, pelo seu primeiro nome, como se fossem amigos de longa data. E eu acho que ele teria todo o direito de se sentir íntimo com seu patrão, já que eles compartilhavam meu corpo.

Perversamente, eu estou feliz que Salvatore fique com ciúmes do tempo que o barão passa em casa, com ciúmes de me dividir com meu marido.

Respondi a sua pergunta com a verdade: — As pérolas são da mãe dele.

Seus olhos escuros brilharam – ele estava satisfeito, eu poderia dizer – e ele me beijou, intenso e por um longo momento, sua língua empurrando na minha boca, seus dedos cavando os músculos da minha bunda, beliscando meus mamilos, e então procurando por minha boceta e mergulhando dentro como se possuísse ela – a mim. E de certa forma, ele possuía.

Lá, no gramado, perto dos estábulos, não tão longe da mansão, da minha casa, senti-me desejada. Não havia nada de me envergonhar; eu poderia ser livre com esse homem que só se importava com os prazeres que ele poderia drenar do meu corpo, e o que eu poderia oferecer ao dele.

— Você terá que ser muito, muito cuidadosa com eles — ele me disse, segurando os colares em suas mãos grandes, e me rebocando por eles até uma árvore caída que estava próxima.

Eu sabia que ele não iria nem arranhar uma pérola, mas – ah! – ele me colocou em perigo de fazê-lo. Se eu estava molhada antes, agora estava encharcada com meu próprio desejo. A pressão da mão dele no meu ombro me fez ajoelhar na grama.

Ele puxou meus braços para as minhas costas e os amarrou com um dos colares e ordenou que eu me inclinasse para frente.

— Por favor — eu implorei, não sabendo realmente o que eu estava pedindo.

— Quieta — ele ordenou, e cutucou uma bota na parte interna das minhas coxas, separando-as.

E – ah! – para minha surpresa e deleite, pérola por pérola, ele encheu minha boceta e com os dedos as empurrou para dentro, massageando-me.

Agora, eu já estava miando e choramingando, querendo que ele me fodesse. Então sua cabeça apareceu entre minhas coxas e ele agarrou meus quadris.

Ele olhou para mim e, antes de me puxar para o rosto, Salvatore sussurrou: — Eu amo essa boceta.

— Ah. — Eu gemi alto.

Ele ia me espancar depois por eu expressar meu prazer em voz alta, eu sabia disso – e ele o fez – mas eu não me importava, porque tudo que eu podia fazer era me concentrar em não quebrar o frágil nó em torno dos meus punhos e desfrutar de seus dedos martelando as pérolas, rolando-as dentro de mim, e a sua língua lambendo rapidamente o meu clitóris.

— Foda-me, por favor.

— Eu sou o dono dessa boceta. E vou fazer só o que eu quero com ela.

Oh, isso é tão Salvatore, tão ele, como ele é, o jeito que ele olha para mim, para o meu corpo, minha boceta – e o jeito que ele me deixa excitada, só com o poder de suas palavras. É isso – eu amo a palavra boceta desde então.

Eu não acho que ele se importava de me manter à beira do orgasmo, entre o prazer e a dor, por horas. Ele me lambeu e me chupou e eu o deixei arrancar meu prazer de mim com sua língua e dedos.

E depois, depois que eu gritei de um jeito alto e longo durante o meu clímax, depois que minha bunda estava queimando e vermelha de tanto apanhar, ele me fodeu como um garanhão fode uma égua. Ele estava com total controle esta tarde, me adorando, tirando de mim as reações que queria, fazendo o que ele queria, e eu era quase mera figurante nisso tudo.

Lá fora, ao ar livre, sem vergonha, nada além de mim e daquele homem rude, minha boceta e seu pau grande, dentro e fora, duro e rápido, sem sutileza e sem fingimento, meu rosto na terra, seu corpo suado cobrindo o meu, ele me deu outro orgasmo devastador.

— Amanhã — disse ele, enquanto fechava os botões da sua calça.

— Mas eu não sei se vou ter uma chance amanhã.

— Tente — disse ele.

E assim, ele me deixou, enquanto meu corpo ainda tremia com choques do último clímax e seu esperma corria pelas minhas pernas.

Quando cheguei em casa, horas depois de sair para o jardim, o barão e seus convidados ainda não haviam retornado, e a baronesa-mãe, minha sogra, ainda não havia acordado de seu cochilo da tarde.

Eu me esgueirei furtivamente para o meu quarto, onde tomei banho de chuveiro, depois deitei na minha cama relembrando o tempo que passei com meu amante.

Quando o barão voltou, ele perguntou sobre minha dor de cabeça. Eu disse a ele que o descanso me havia feito bem e que me sentia muito melhor.

Ele me convidou para encontrá-lo e aos nossos convidados no pátio para o chá. Eu disse a ele que estaria lá assim que trocasse de roupa.

Minha aia me vestiu enquanto eu mentalmente me preparava para o que estava por vir: chá com o homem que estava transando com meu marido, e as senhoras amigas da baronesa-mãe, além de Nadine e minha sogra. E mais tarde, o barão tateando meus seios e se esfregando entre as minhas coxas.

Mas eu estava me sentindo magnânima depois da tarde estelar com o jardineiro do meu marido e suportaria tudo com um sorriso. Talvez, em troca de o barão ter empregado tal jardineiro, eu até o elogiasse por seus esforços sexuais.

Como a grande dama da mansão, agradeci a minha empregada e atravessei a mansão até a biblioteca, fechando a porta suavemente atrás de mim.

Suspirei para mim mesma enquanto movia o Renoir para abrir o cofre.

Tenho que confessar que quase não coloquei as pérolas de volta no lugar delas, mas, com o coração pesado, finalmente cedi, e as pérolas da mãe do barão agora descansam em sua caixa de veludo preto.

Sem terem sido limpas.

Do Diário da Baronesa 2Onde histórias criam vida. Descubra agora