A Proposta

capítulo 06

Melissa narrando.

Após mais um dia de aula, como sempre em minha rotina caminho para a minha casa com Ally ao meu lado comentando sobre alguma série aleatória que a mesma começou a assistir, geralmente eu não presto muita atenção porque nunca entendo de verdade o que ela está falando, Então como de costume apenas balanço a cabeça afirmativamente e finjo estar prestando atenção.

Assim que chego em frente à minha cabeça e e Ally nos despedimos e a mesma segue seu caminho.
Destranco a porta de casa e paro alguns minutos apreciando o silêncio da mesma.

Subo para o meu quarto e já visto a roupa que usaria para trabalhar após um banho rápido, volto para cozinha e preparo um miojo de almoço. Eu havia manchado na escola, Então não estava com tanta fome.

Me sento no sofá da sala e começo a assistir aquela seriados que passam na TV durante o horário de almoço.
Fico por ali até meu celular despertar avisando que eu precisava sair, vou para o banheiro escovo os dentes, pego minha bolsa, tranco a casa e vou em direção ao meu trabalho.
O lado bom de trabalhar perto da sua casa, é não precisar sair extremamente cedo ou gastar com passe.

Chego em frente ao mercado de Dona Charlotte e encontro Senhor Marcos fechando a porta do mesmo.

-Boa Tarde Senhor Marcos, o senhor não vai abrir o negócio hoje ?-pergunto me aproximando.

-Mel, Então a Charlotte quer conversar com você sobre isso.-ele diz passando uma das mais entres os cabelos.

-Aconteceu algo ?-pergunto confusa e ele assente com a cabeça.

-Entre,ela está nos fundos.-ele diz e eu assinto.
Entro pelo portal normal da casa e ouço alguns barulhos de caixas, vou para o local aonde guardávamos os estoque da loja e encontro Dona Charlotte abaixada guardando algumas coisas em caixas.

-Dona Charlotte?- a chamo, a mesma se assusta e assim que me vê se aproxima.

-Mel, Bom te ver.-Ela diz em tom desanimado. -Acredito que o Marcos mandou você entrar porque não teve coragem de contar.-ela diz sem graça e eu assinto.

-O que houve?-pergunto e ela suspira e começa.

- Eu fechei o mercado Mel, eu estava com uma dívida muito alta e para pagar a dívida tive que vender o mercado.-ela explica desanimada.

-Poxa, sinto muito.-digo meio sem reação.
Dona Charlotte era aquela pessoa que nunca contava dos seus problemas, Não me surpreende ela não ter comentado sobre estar endividada.

- Eu que sinto muito,sei o quanto você era esforçada aqui no mercado.-ela diz abatida.

- Eu posso tentar arruma outro emprego, só não vou conseguir achar uma chefe tão incrível como a senhora.-digo e vejo um sorriso se abrir nos lábios da mesma.

- Você é um amor Mel, vou torcer por você.-ela diz se virando e pegando um envelope sobre uma mesinha. -Aqui o seu salário do último mês, acrescentei um extra porque você merece.-ela diz me estendendo o envelope. Pego o mesma da mão dela.

-Muito obrigada, a senhora quer ajuda em algo aqui?- pergunto e como esperado ela recusa, mesmo eu vendo que ela precisava. - eu vou ter a tarde toda livre, posso ajudar.-insisto e então ela finalmente aceita.

Passo o resto da tarde ajudando Charlotte e Marcos a guardar algumas coisas em caixas e quando a noite se aproxima, me sinto exausta.
Volto para casa e após um longo banho caio na cama e durmo.

Acordo na manhã seguinte completamente descansada porém o desânimo praticamente me atropela.
Eu estava sem emprego, eu precisava de um pouco de dinheiro para sair com Ally, comprar minhas coisas sem ficar perturbando a minha mãe.
O salário da minha mãe, apenas serve para pagar o aluguel e bancar as despesas de casa, a mesada do meu pai não é tão alta, principalmente agora que o mesmo acabou ficando desempregado e renegociou o valor da pensa para um valor mais baixo com a minha mãe. O valor da pensão acabou ficando para emergência e um pouco para pagar minha futura faculdade.
Ou seja o salário do meu antigo emprego me ajudava bastante.

Me levanto da cama no desânimo puro e me arrumo para a escola, a minha manhã estava um puro tédio.

Assim que chego na sala de aula com Ally passo praticamente todas as aulas deitada na carteira.

Pela tarde passo no serviço da minha mãe levar uma conta que a mesma precisaria pagar é havia esquecido, aproveito e conto a novidade para a mesma sobre o emprego e ela tenta me animar com sua esperança e confiança de que as coisas ficariam bem.

Por um milagre Scott estava de bom humor e até educado para minha surpresa.
Porém ignoro sua mudança de humor, sempre soube que ele tinha um parafuso a menos.

Volto para casa e passo o resto do dia entediada em casa.

No dia seguinte enquanto estou procurando meu estojo perdido em meu armário vejo alguém se apoiar no armário ao lado, fecho a porta do meu dando acesso a visão de quem era.

-Scott?-pergunto surpresa.

- Eu mesmo.-ele diz todo convencido.

-O que você quer?-pergunto abrindo o armário novamente voltando a saga do estojo perdido.
Incrível como eu consigo perder um estojo em um armário minúsculo.
Pensando nem eu preciso dar uma arrumada aqui.

-Sinto muito pelo sei emprego Melzinha.-escuto diz e eu reviro meus olhos, sabendo que ele não veria.

-Scott, Não tô com ânimo para as suas gracinhas.-digo desistindo do estojo fechado o armário,dou as costas para o babaca encostado no armário ao lado e saio andando.

-Menina, Depois eu que sou o sem educação.-ele resmunga vindo atrás de mim.

- Eu tenho uma proposta pra você.-ele diz correndo em minha direção e parando em minha frente.

-Se a sua proposta for, sumir da minha frente eu aceito. Caso contrário, não obrigada.-digo me esquivando dele.

-Por que você é tão ignorante menina?- ele pergunta segurando em meu braço.

- Eu vou cortar sua mão.-ameaço o mesmo que ri alto.

-Calma garota, eu preciso da sua ajuda.-ele diz derrotado.

A melhor frase que ouvi até hoje foi " Eu preciso da sua ajuda." De Scott Walker, e a sua cara de derrota ao falar isso em voz alta me faz se interessar completamente pelo assunto.

- Eu vou adorar te ver implorar, vai sou toda ouvidos.-digo parando em sua frente com os braços cruzados, sorrindo debochada.