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Ayla on

Acordo com muito calor e abro os olhos lentamente. Vejo Hope, na minha frente, ela ainda estava dormindo, mas eu não conseguia me mexer. Olho para trás e vejo meu pai lá. Mas o que? Tiro o braço dele e saio da cama devagar.

Olho para mesma e vejo que os dois juntaram as camas dormiram com a gente. Sorri levemente. Virei, peguei minhas coisas e fui tomar banho.

Estava tentando ignorar todas as dores possíveis que estava sentindo, mas uma delas estava insuportável. A do choque, coloco a mão no lugar e logo a tirei, aquilo doía muito.

Tinha uma marca (tá na mídia), ainda estava brilhando. E estava quente, e ardia a cada passada de água que batia ali. Arfei e coloquei a mão na minha boca para evitar um grito.

Ouço alguém bater na porta. Uma menina definitivamente. Tiro a mão da boca lentamente, desligo a água me enrolo na toalha e abro a porta. Me encostando nela pela dor, e vejo a Josie.

- Hum, oi - eu falei, puxando a toalha mais para perto.

- Desculpa - Ela falou - A Hope estava te procurando.

Eu dei um sorriso fraco e olho para Josie, como dizendo para ela sair da frente. Josie entendeu a mensagem, e deu passagem para mima. Josie segurou meu braço antes que eu virasse o corredor.

- Você deveria cobrir isso, se não quiser ninguém vendo - Josie falou e apontou para a marca de sangue na toalha.

Coloquei a mão na frente e sai de lá. Ouvi os passos da Josie atrás de mim mas antes que ela pudesse me alcançar, eu fechei a porta. Mas por minha sorte, lá estava Klaus, Hope e Hayley.

- Huummm, Ayla - Hope falou - Você sabe que tem que colocar a roupa no vestiário né?

- Sim - falei me fazendo de desentendida - Mas a Josie ia também tomar banho e acabou que eu sai de lá sem me trocar e agora eu to aqui.

Eu termino de falar e acabo apertando a minha mão que estava na minha cintura em cima do machucado. Arfei em dor, e mesmo que tentei evitar, Klaus percebeu.

- Querida, Hayley - Klaus falou olhando para as duas - Vocês podem me dar um minuto com a Ayla?

- Vamos deixar ela se trocar primeiro - Hayley falou, ao passar por mim ela beijou a minha testa e saiu. - Tchau querida, vê se melhora, por favor.

Klaus e Hope passam por mim e não falam nada. Solto o ar que eu estava segurando sem perceber e me troco rapidamente. Quando abro a porta para tentar fugir da conversa que eu ia ter com o Klaus, eu encontro ele preparado para bater na porta.

- Ah - eu quase gritei com o susto que eu levei.

- Desculpa - ele falou - Posso entrar?

- Você meio que já tá dentro do quarto, não tem como eu te tirar daqui agora - falei, e ele sorriu de lado, meio constrangido.

Fechei a porta do quarto, enquanto ele entrava e se sentava na cama. Eu me encostei na escrivaninha do quarto e o encarei.

- O que tá te machucando? - ele perguntou primeiro olhando para o chão e depois para mim.

Fico em silêncio e olho para o chão. Ele levanta da cama e vem para minha frente. Ele para e me encara.

- Ayla, o que está te machucando? - Ele perguntou ameaçadoramente, levanto o meu olhar.

- Nada - eu digo e tento sair dali, mas ele segura o meu braço, e eu acabo sendo puxada de volta para a escrivaninha e bati minha cintura, o que acaba machucando mais ainda e eu acabo indo para o chão.

- Desculpa - Ele disse e percebe que eu estava com a mão na marca.

Ele tira a minha mão e levanta a blusa levemente. A marca além de estar sangrando, ela estava brilhando, o que fazia tudo arder mais.

- Porra, Ayla - Ele disse - O que aconteceu?

- A pessoa colocou isso na minha cintura quando me sequestraram - eu respondi com dificuldade.

- Eu vou chamar a sua tia - ele me disse, levantando e correndo porta a fora.

Coloquei a mão em cima da marca e fiquei a encarando. Tirei devagarzinho a mão e encarei a marca. Eu já tinha visto ela antes.

Estava chovendo e decidi brincar na chuva e na lama que estava se formando no pequeno jardim. Estava correndo de um lado para o outro e sem querer tropecei numa pedra no chão. Minha mãe não estava em casa e a vizinha veio me ajudar. Quando ela chegou perto de mim, pode ver no punho dela a mesma marca. A dela não brilhava e era quase como uma cicatriz. Eu via uma menina e um menino me olhando da janela enquanto eu sentia o sangue escorrendo  na minha perna. Eu sei que  quando a mulher encostou em mim parecia que todas as dores do mundo poderiam ser curadas.

- Ayla, querida - ouvi uma voz suave me chamar - Você tem que tomar cuidado em quem você confia - a voz continuou - E lembre-se a marca é boa. Agora, acorda.

Abro meus olhos e vejo Freya do meu lado e mais ninguém dentro do quarto. A porta estava fechada e eu ainda estava no chão. Volto o meu olhar para ela e dou um leve sorriso. Ela me olhou de uma forma estranha, como se eu fosse louca.

- Ayla, por que você está sorrindo? - ela perguntou para mim.

- A marca é do bem, tia Freya - eu disse olhando nos olhos dela - Pode estar doendo para um caramba? Sim. Mas eu sei que a dor vai passar.

Ela olhou para mim com medo e depois olhou para a marca que parou de sangrar. Ela se levantou e me ajudou a levantar. Fomos até a porta, duas doidas sorrindo. E vimos toda a família parada em frente da porta.

A mikaelson perdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora