Married To The Devil - JiKook

18

Um zumbido ao longe incomodava seus ouvidos, era irritante ao ponto de fazê-lo acordar, mesmo que não quisesse. 

A retina doía pela claridade do ambiente e ele sabia onde estava, se lembrava muito bem de ter acordado com uma dor de cabeça insuportável pela manhã e dos gritos de sua mãe que lhe balançava para acordar. Também lembrava do banho que tomou, estava tão gostosinho que sair foi um sacrifício e só o fez quando a governanta bateu na porta.

A lembrança de misturar café com dois remédios para dor estava presente, depois disso, a sensação de anestesia era boa.

O caminho de carro tinha sido tranquilo com o garoto medicado e de fones de ouvido num volume até que baixo de Justin Bieber, vez ou outra respondendo a algo que o motorista, um senhor de idade, falava.

Chegar na instituição de ensino teria sido muito pior se não estivesse "flutuando", como seus amigos falavam.

A expressão cansada era clara pra todos e olhassem, realmente estava cansado, o que era estranho, porque não tinha feito nada para tal sensação. Era fadiga.

Dormiu em quase todas as aulas, sendo acordado de vez em quando por algum professor ou por Seungcheol que estava sentado atrás de si.

E agora, acordava com o som do sinal que avisava a hora do intervalo, onde iria só mexer no celular ou se empanturrar da comida servida na cantina. Talvez seus amigos resolvessem que seria divertido sair perturbando os outros, não era legal, mas já estava acomodado.

Já sentia os idiotas lhe empurrando para que levantasse logo e fosse com eles. Olhou irritado para Jooheon a sua frente, que apenas riu junto dos outros.

- Aí, cara. Para com a brincadeira, o Jeon vai chorar. - E riram.

- Vão se foder... - Murmurou enquanto pressionava o indicador e polegar na parte superior do nariz.

- Não são nem dez horas, você já chegou chapado. Vai se foder você, quer que alguém te descubra? - O argumento de Joshua era um argumento válido, ele nem havia se preocupado em pingar um colírio nos olhos levemente avermelhados ou pôr um óculos escuro.

Suspirou.

- Tá bom, mamãe. - Se levantou de vez, se espreguiçando, enquanto ouvia o amigo bufar, não tinha visto qual.

- Vocês são um bando de idiotas, não sei porquê ainda ando com vocês. O moleque nem tá ouvindo direito! - Olhou na direção da voz, apenas para receber um tapa na bochecha. Era Yifan, o mais velho dali e repetente.

Franziu o cenho e ergueu as mãos, levantando o dedo do meio para os amigos idiotas, enquanto andava para fora da sala.

><><><

Os sentimentos ruins acabaram sendo só coisa do momento. Pensou muito. Muito mesmo. Tanto que se passaram algumas semanas desde que recebeu a carta. E ele e Jungkook tiveram apenas diálogos esporádicos e totalmente profissionais.

O Jeon também não parecia fazer muita questão de conversar com ele e ficou feliz por receber esse tempo.

Percebeu que tudo era passado e se nem o próprio Jungkook, que parecia bem mais machucado emocionalmente, estava se remoendo tanto pelo passado, ele também não devia.

Quer dizer, ele quem sofreu o bullying mas ele trocou de escola e fez terapia, em poucos anos conseguiu se reerguer e ser quem era hoje, e pela carta, o moreno não tinha chegado lá ainda…

Decidiu que era tempo de mudanças. Ele gostava de si e parecia ser legal, tinha vontade de dar uns beijos nele, não custava nada pelo menos tentar uma amizade né?!

Pintou o cabelo de preto novamente pois realmente sentiu vontade de mudar tudo, e pensou bastante. Era a hora.

O coração estava disparado e pareceu derreter quando a ligação foi atendida.

- Alô? - Respirou fundo, era uma voz de sono, ainda era de manhã.

- Aqui é o Jimin… - Falou meio hesitante, estava meio nervoso, não sabia o por quê.

- Jimin! - A voz saiu animada e o mesmo sorriu por isso. - Quer dizer… Hum, oi, por que me ligou? Eu nem sabia que você tinha o meu número… - A voz se acalmou e o Park resolveu ignorar a última parte.

- É, pois é. Eu… Queria me encontrar com você mais tarde, que tal? Eu quero conversar…

Jungkook arregalou um pouco os olhos.

- Eita… - Era o que se passava em sua cabeça.

- Hum, é, tudo bem por mim. Quando e onde? 

- Eu te mando as informações depois, tudo bem? Tenho que ir agora. - E desligou, fechando os olhos e apertando o celular em seguida.

Tinha saído um pouco patético mas tudo bem.

Feliz natal uhuu espero que tenham comido bastante