"E antes de perder de vista meu caminho
Eu quero olhar para você um pouco e sonhar
Que o destino
É com você, meu amor.
Fique um segundo aqui para me fazer companhia
E fique um pouquinho mais
Eu quero te sentir minha."
Camila – Abrázame
****
Uma das gêmeas emergiu da escuridão, deixando a mãe sobremaneira assustada. Seu coração palpitou ainda mais com a possibilidade de ser Giovana a descer as escadas, mas relaxou com viu que não se tratava da filha rebelde.
— Que susto, Juliana! – Falou baixo, quase cochichando. – O que você tá fazendo acordada uma hora dessas?
— Não ignora minha pergunta, mãe. – Ela terminou os degraus, e se juntou a mãe no sofá, que se livrava dos saltos que consumiam seus pés. – São quase duas da manhã, e você ainda na rua. Onde estava? – A encarou no meio da escuridão.
— Eu ando um pouco estressada, meu amor, só fui dar uma espairecida. Saí com umas amigas antigas pra tomar um vinho e jogar conversa fora.
— Tem certeza? – Sua voz tinha um tom meio desconfiado.
— Absoluta! Vamos dormir? – Perguntou com um sorriso, porém com uma pitada de preocupação devido às perguntas da filha.
As duas subiram e Juliana cessou as perguntas. Maria fizera companhia à filha até que dormisse, como quando elas eram crianças. Ela era uma mãe coruja, e não se cansava de admirar a sua beleza, não só exterior, mas principalmente interior, Juliana era um verdadeiro anjo, o que a deixava mais desapontada consigo mesmo, pois estava pensando muito mais em si, do que nas filhas, que dizia a todos os ventos serem seu bem maior.
...
A manhã seguinte fora uma correria só, e Maria mal tinha parado para ter a conversa com a filha, como havia prometido para si. Juliana e ela haviam ido para o trabalho na Casa de Modas, enquanto Giovana permanecia em casa no castigo.
Na hora do almoço, ela fez questão que Juliana ficasse no trabalho, ou pelas redondezas, e se certificou que Cláudio não iria para casa, para que então, pudesse conversar a sós, sem ser interrompida ou escutada por mais ninguém.
— Onde está Giovana? – Ela gritou pra nenhum emprego em especial.
— Está no quarto senhora.
Maria saiu como um raio trás da menina. Ela entrou em seu quarto e a encontrou deitada mexendo no celular, parecia que só sabia fazer isso. Maria tinha sangue nos olhos.
— Que negócio é esse de ficar enchendo a cabeça da sua irmã de besteiras? – Ela jogou a sua bolsa em qualquer canto.
— Oi pra você também mãe. E eu não sei do que você tá falando. – Ela usava um tom de ironia na sua voz, pois sabia perfeitamente do que sua mãe falava.
— Não se faça de sonsa Giovana, sua irmã foi atrás de mim ontem perguntar se eu teria coragem de trair seu pai. Como você pode insinuar tal coisa? – Maria estava indignada.
— E o que você respondeu – ele se sentou, dando mais atenção a conversa – a verdade ou mentiu dizendo que não existe nada entre você é Estevão?
— Disse a verdade, disse que não trairia seu pai, disse que não existe nada entre mim e Estêvão!
— Desde quando essa é a verdade? Ou você se esqueceu que eu peguei vocês dois no flagra. – Jogou na sua cara, novamente.
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Encantos & Desencontros
RomanceExiste um alto preço a ser pago pelas escolhas que fazemos, e Estêvão sabia exatamente o que era isso. Foi necessário apenas um "OK" seu para que sua vida tomasse um rumo que não desejara, não só a sua, mas a de terceiros. A vida cobrou caro, e ele...