Capítulo 11

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"E antes de perder de vista meu caminho

Eu quero olhar para você um pouco e sonhar

Que o destino

É com você, meu amor.

Fique um segundo aqui para me fazer companhia

E fique um pouquinho mais

Eu quero te sentir minha."

Camila – Abrázame

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Uma das gêmeas emergiu da escuridão, deixando a mãe sobremaneira assustada. Seu coração palpitou ainda mais com a possibilidade de ser Giovana a descer as escadas, mas relaxou com viu que não se tratava da filha rebelde.

— Que susto, Juliana! – Falou baixo, quase cochichando. – O que você tá fazendo acordada uma hora dessas?

— Não ignora minha pergunta, mãe. – Ela terminou os degraus, e se juntou a mãe no sofá, que se livrava dos saltos que consumiam seus pés. – São quase duas da manhã, e você ainda na rua. Onde estava? – A encarou no meio da escuridão.

— Eu ando um pouco estressada, meu amor, só fui dar uma espairecida. Saí com umas amigas antigas pra tomar um vinho e jogar conversa fora.

— Tem certeza? – Sua voz tinha um tom meio desconfiado.

— Absoluta! Vamos dormir? – Perguntou com um sorriso, porém com uma pitada de preocupação devido às perguntas da filha.

As duas subiram e Juliana cessou as perguntas. Maria fizera companhia à filha até que dormisse, como quando elas eram crianças. Ela era uma mãe coruja, e não se cansava de admirar a sua beleza, não só exterior, mas principalmente interior, Juliana era um verdadeiro anjo, o que a deixava mais desapontada consigo mesmo, pois estava pensando muito mais em si, do que nas filhas, que dizia a todos os ventos serem seu bem maior.

...

A manhã seguinte fora uma correria só, e Maria mal tinha parado para ter a conversa com a filha, como havia prometido para si. Juliana e ela haviam ido para o trabalho na Casa de Modas, enquanto Giovana permanecia em casa no castigo.

Na hora do almoço, ela fez questão que Juliana ficasse no trabalho, ou pelas redondezas, e se certificou que Cláudio não iria para casa, para que então, pudesse conversar a sós, sem ser interrompida ou escutada por mais ninguém.

— Onde está Giovana? – Ela gritou pra nenhum emprego em especial.

— Está no quarto senhora.

Maria saiu como um raio trás da menina. Ela entrou em seu quarto e a encontrou deitada mexendo no celular, parecia que só sabia fazer isso. Maria tinha sangue nos olhos.

— Que negócio é esse de ficar enchendo a cabeça da sua irmã de besteiras? – Ela jogou a sua bolsa em qualquer canto.

— Oi pra você também mãe. E eu não sei do que você tá falando. – Ela usava um tom de ironia na sua voz, pois sabia perfeitamente do que sua mãe falava.

— Não se faça de sonsa Giovana, sua irmã foi atrás de mim ontem perguntar se eu teria coragem de trair seu pai. Como você pode insinuar tal coisa? – Maria estava indignada.

— E o que você respondeu – ele se sentou, dando mais atenção a conversa – a verdade ou mentiu dizendo que não existe nada entre você é Estevão?

— Disse a verdade, disse que não trairia seu pai, disse que não existe nada entre mim e Estêvão!

— Desde quando essa é a verdade? Ou você se esqueceu que eu peguei vocês dois no flagra. – Jogou na sua cara, novamente.

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