AMADO

Capítulo 4

-Você é maluca! – Gritou após tê-la lançado ao chão.

-Eu quero ficar com você - Afirmou Nadine, ainda no chão ignorando os protestos de Miguel -Você me atrai.

-Pois saiba que não fui com sua cara! – Disse tentando parecer controlado – Como consegue fazer isso? Raíra te considera pra caramba e você quer fazer isso nas costas dela – Ele parecia realmente desconcertado – Eu sim amo a Raíra, não farei parte disso. Pra você é uma brincadeira? Você tem algum problema psicológico? Nós nunca nos vimos, menina, nos conhecemos e mal há algumas horas e sou namorado da sua amiga por quê está agindo desse modo?

-Eu sei. Eu sei - Falou Nadine, sem demonstrar interesse em tudo que ele acabara de falar enquanto levantava-se do chão sem receber ajuda - Mas, fala sério! Eu sei que você não é fiel a ela! E é só uma ficada. Gostei de você, senti uma coisa. É sério!

-O quê? - Ofendido

-Eu sei Miguel, você não é fiel a ela e não precisa bancar o bobo pra cima de mim, ok? Um homem não pode passar tanto tempo sem transar com alguém! E se você não transa com a Raíra, transa com outra pessoa!

Miguel a olhava com desprezo, incrédulo, não parecia real, não conseguia acreditar que aquela barbaridade estivesse realmente acontecendo, não conseguia crer que estava tendo essa conversa com uma desconhecida, não acreditava que Nadine estava se atirando tão descaradamente para si.

-Qual parte do "EU AMO A RAÍRA" você não entende?

-Não precisa mentir pra mim. Não precisa fugir de mim. Eu posso te dar o que você precisa! – Ela respirou fundo ao receber o olhar de reprovação dele – Sei que deve estar pensando que sou maluca, e eu admito que sou muito impulsiva, não era pra ser assim, eu deveria chegar com mais calma e tal. Mas tô sentindo algo por você que me diz que é assim que devo agir, não tenho muito tempo a perder em breve estarei indo embora.

Ele a olhava ainda incrédulo.

- Como pode ser tão falsa? – Ele sentia repulsa da garota em sua frente – Não se importa nem um pouco com a Raíra?

- Ela é minha amiga, eu gosto muito dela. Eu sei que estou errada, tá! Mas é melhor me arrepender futuramente do que passar vontade agora.

-Quero que você vá embora. Agora!

Nadine riu baixinho sarcasticamente, olhou em direção a portada para ter certeza de que Raíra não estava por perto.

Nadine passou a aproximar-se, e ele passou a se afastava vendo a aproximação da mesma, passos pequenos para trás até que estava completamente encostado na parede da cozinha, quando ela começou a tocar o corpo dele, ele a repreendeu e a impediu, segurando seus dois braços brutamente e tentando afastá-la.

- Por favor. Pare – Ele estava acreditando verdadeiramente que ela tinha problemas psicológicos, aquilo não poderia estar acontecendo com alguém em sã consciência, Nadine atirava-lhe um olhar provocante – Pare agora. Você não está bem!

Por um instante Miguel mergulhou nos olhos azuis da garota e parou de pensar, não deu iniciativa, porém parou de resistir e sem que ele a tocasse, Nadine o beijou. Uma sensação lenta tomou conta de seu corpo. Ele estava se agredindo por dentro, mas seu corpo estava amando tudo aquilo. Por um instante ele pensou que gostaria de estar em outro lugar que não fosse a cozinha da casa da sua namorada.

- O QUE É ISSO? – O grito estridente ecoou por toda a casa. Na portada da cozinha estava Raíra incrédula, com os braços caídos ao lado do corpo, sem reação. Estava pálida, em choque, algo parecia lhe cortar com lâminas por dentro, um gosto amargo na sua boca. Estava sentindo o gosto da traição.