Recomeço

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Louis

Passei muitos anos ao lado de meu pai, meu irmão e também melhor amigo Tyler. Dirigindo todas as nossas energias à nossa empresa. E confesso que a muitas festas e mulheres também, sempre envolvidos em meus jogos.

Posteriormente Malia adentrou minha vida, trazendo uma confusão de emoções, que hoje é minha cunhada, mulher de Tyler. Que trouxeram à vida meu raio de sol, minha sobrinha Hillary que já completava três anos.

Sempre mantive um carinho extremo por Malia. Ela e Hillary com certeza foram as culpadas por me manterem estável nesses três anos que se passaram.

Mas ao decorrer dos anos, acabei deixando para Tyler a parte ambiciosa da vida, e sem me dar conta estive apenas vivendo, ou melhor dizer;

Estive sobrevivendo.

Minha mente sempre gostou de ser estimulada por joguinhos de manipulação, ter as pessoas sob meus comandos subconscientemente sempre foi algo que me deu prazer na vida. E tudo isso simplesmente havia cessado.

E um sentimento latente se formou, de que eu não estava sendo o que deveria ser. Como se estivesse perdido de mim mesmo.

E isso me deixava confuso, porque eu sempre fui foda nos negócios, como isso poderia não ser para mim? E pior, sem Tyler como um desafio para joguinhos mirabolantes, minha vida acabou se tornando monótona. O que me faltava?

Confesso ter resbalado em meus sentimentos com os últimos jogos, por mais que eu tenha um lado manipulador extremamente aflorado, sempre fui um homem emotivo, mas com a grande capacidade de mutação e adaptação, então as feridas foram curadas.

Mas a vida sem emoções não fazia sentido.

Me sentia perdido.

Sinto que a minha vida aqui em Nova York já deu. Cada dia que passou fez com que um vazio se formasse dentro de mim.

Mas os anos de trabalho duro surtiram efeito. Nossa empresa expandiu absurdamente, e agora estamos abrindo a mais nova filial no Líbano, em Beirute. E no fechamento desse acordo tomei a maior decisão de minha vida. E algo dentro de mim vibra dizendo que esse é o meu caminho.

Olho para as passagens em mãos e reconfirmo o horário do voo nos telões do aeroporto. Dentro de poucos minutos estarei embarcando para a viagem que irá mudar minha vida.

Tomei a decisão de me mudar definitivamente para o Líbano. Território estrangeiro, pessoas e cultura diferente, que eu desconheço totalmente.

Essa será uma filial muito importante, que se acontecer assim como o planejado. Ou melhor;

Quando acontecer. Será um estouro em nossas contas bancarias.

Então embarco na viagem mais longa que já fiz em toda minha vida. E isso me faz enxergar  como sempre estive encurralado nos Estados Unidos. Minha vida se resumia em trabalho, festas, bocetas e jogos. E perceber isso isso me deixa de certa forma, frustrado.

Trinta anos nas costas e parece que não sei nada sobre a vida, o que estive vivendo por todo esse tempo? Ciclos e clicos infinitos das mesmas coisas que me deixavam insatisfeito.

Caralho, esfrego minhas têmporas.

Agora posso enxergar o passado com mais clareza.

Parece que finalmente estou saindo da toca.

O comandante avisa que a viagem terá duração de treze horas e trinta minutos, fazendo uma escala pelo aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.

Algumas boas horas entre sono e pesquisa pela internet, acabei bisbilhotando o mapa de Beirute para me localizar antecipadamente pela cidade. Logo o comandante aciona os auto-falantes para avisar que o pouso em Paris está autorizado. Vejo pela janela a famosa torre de ferro, a torre Eiffel. Nunca me imaginei visitando Paris, realmente nunca tive vontades do tipo. Mas confesso estar achando irado estar em solo estrangeiro, trás uma nova perspectiva.

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