Maktub, estava escrito, era o destino.
Recomeço.
É a hora e a vez de Louis Belford recomeçar. Uma volta ao mundo árabe irá virar sua vida de ponta cabeça, uma paixão proibida, fruto de seus jogos, mas que agora não é só mais uma brincadeira. Ele sa...
Miro o alvo, mas minha respiração movimenta o cano da AK-47 M. Então prendo a respiração por alguns segundos, o suficiente para apertar o gatilho e a bala acertar a lateral do meu alvo de precisão de dez metros. Seguindo as instruções de Hassan pela a milionésima vez. Cacete, eu não nasci para atirar.
- Me dá isso aqui, vou ter que ensinar para o meu filho como se faz. - O velho pega a arma da minha mão dando uma risadinha. Respiro frustrado por não acertar o centro do alvo, depois de tantas tentativas.
Hassan ri e se posiciona ao lado de meu pai, para atirarem juntos. Ele gosta do meu pai, disse que o velho é gente boa. Esses dois conseguem ser bem parecidos, posso até imaginar como o velho era em sua juventude.
Depois de algumas piadinhas sem graça sobre minha mira de merda, Hassan conta até três e o som das explosões ecoam pelo local aberto.
Analiso os alvos e vejo que Hassan acertou no centro, e meu pai chegou bem perto, melhor que todos meus tiros. O velho resmunga quando vê que perdeu para ele.
Estamos no alto de um morro, este sem muitas árvores, mais rochoso. A vista daqui é um verdadeiro paraíso. Perdida em meio à uma imensidão de morros e montanhas verdes, cobertos de pinheiros e variadas cachoeiras e nascentes das próprias montanhas.
Ao leste do país encontramos o vale fértil de Beeka, e se aproximando da fronteira com a Síria, estamos totalmente rodeados de montanhas.
A guerra na vizinha, Síria, afastou muitos turistas do Líbano. O que é uma pena, porque esse pequeno país que está de cara para o Mediterrâneo, tem uma beleza exótica e surreal.
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As cachoeiras que pendem das inúmeras montanhas são formadas após o fim do inverno, onde as geleiras que estão no topo das montanhas derretem e deságuam para formá-las.
Os irmãos de Hassan também se posicionam, um ao lado do outro, também entre provocações e competitividade, mas eles são impecáveis. Desde o posicionamento corporal até a mira. Escuto o tiro primeiramente do mais novo e em seguida do mais velho, em perfeita sincronia de milésimos de segundos de diferença e os dois excepcionalmente. acertam o centro do alvo e eu bufou. Até o pirralho é melhor que eu. Pelo visto eu sou o único que tô sobrando aqui.
Hassan tira o celular do bolso e bate uma foto de cada alvo. Enseguida levanta o celular para mostrar nossos scores, por um aplicativo chamado TargetScan, que faz a somatória dos pontos. - Dez ponto nove! - Ele fala todo animadinho, porque é a maior pontuação. Significa que ele acertou exatamente o centro do alvo. Em comemoração ele movimenta os braços em uma dança árabe. Eu bufo descontente, porque sei que fui uma merda. - Yalah, yalah! - Termina sua exibiçãozinha e mostra o score de meu pai. - Oito ponto três. - Ele vem para mostrar a minha mas eu faço sinal de dispensa com as mãos. Nem quero ver não. Hassan ri e passa para os scores dos seus irmãos. - Eu não preciso nem dizer né seus merdas, pontuação máxima. - Os irmãos Fattah's apoiam as armas nos ombros orgulhosos. Eles são bons para caralho.
