Encanto

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Minha cabeça lateja, meu estômago revira com força e demoro um pouco para abrir os olhos, porque as memórias da noite passada me invadem como a velocidade da luz. Ai caralho, só sei que eu não tenho a mínima noção de que merda que isso tudo me irá causar.

Olho para o lado e ela está deitada de barriga para baixo, a pele bronzeada que reluz na luz do dia que entra pela janela que tem as cortinas abertas. A bunda redondinha empinada para mim, as pernas envolvendo um travesseiro e o cabelo negro esparramado pelos travesseiros.

Lhes apresento o universo outra vez brincando com a minha cara, Khadijah Ayad.

Sento na cama pensando na merda que fiz e ela abre os olhos acordando com meus movimentos. Porra ela é realmente muito sexy, me recordo bem o sexo selvagem que fizemos noite passada. Ela sorri e sua voz também é sexy para caralho, sai arrastada e rouca. — Sabah alkhyr (bom dia).

Sei que o nome de Amira está estampado na porra da minha cabeça. O que me deixa puto. Mas me conforta saber que ainda existe espaço para admirar outra mulher. Khadijah tem seu encanto. Ela é linda, atrativa, gostosa, sexy para caralho, trepa para caralho e me hipnotiza como uma feiticeira. Meus olhos acompanham seus movimentos enquanto se senta nua na cama.

— Sabah alkhyr — Respondo cada vez mais contente com meus aprendizados da língua árabe. Coloco um sorriso de lado no rosto, agraciado com a visão que tenho e Khadijah se levanta radiante.

Sem dizer mais nada, ela procura por suas roupas. Fico observando ela, não tenho vontade de dizer nada, não é que não tenha gostado da noite passada, eu curti para caralho. E foi um momento necessário, mas preciso colocar minha vida nos eixos depois do lance com Amira.

É extremamente difícil me render e aceitar que essa merda está acontecendo. Que ela irá se casar. Porra já rolou nos Estados Unidos, mas igualmente no Líbano a vida me dá um rasteira da mesma forma, outra mulher que era para eu ter vencido, e quem caiu no final foi eu. Ela mexeu comigo e foi embora iniciar o noivado com outro. Porra. Sempre sendo uma peça no jogo das mulheres. Quer afogar as mágoas, satisfação sexual, carinho e cair fora? É só procurar o Louis!

Paro com minha autopieadade ridícula e real quando vejo Khadijah parada me encarando. Com o mesmo vestido sexy da noite passada, uma pena que essa merda toda entupindo minha cabeça em conjunto com a ressaca não me dão um pingo de tesão. Pois a visão é dos Deuses. Fico de pé, de frente para ela, mas um pouco distante, sem saber que reação tomar. Como se despede de uma mulher a não ser deixar ela em frente à mesquita, mesmo?

Porra!

Amira se foi, não tenho mais de pensar nela, e sim voltar ao foco com a empresa, expandir, crescer, porque puta merda! Nós estamos crescendo para um caralho. Isso, esse deve ser o foco.

— Nos vemos Habib (coração). — Se aproxima dos meus lábios, ela é alta, diria que tem um metro e setenta. Envolve meu queixo com seus dedos, levando meu rosto para perto de si. Seus olhos negros me penetram profundamente e eu me perco nas ónix negras flutuando sob o ar denso que se formou. Tenho a sensação de controle sobre mim, como se ela fosse me dominar completamente. Ela passa a língua por meus lábios e me beija suavemente fazendo meu corpo explodir em chamas, e memórias de nossos corpos queimando em um sexo carnal vem à tona. Sinto sua boca se distanciar e junto vão as memórias de nossa noite. Ambos nos mantemos calados pelo encanto de Khadijah Ayad, enquanto ela sai pela porta.

Quando a porta fecha a realidade bate como uma tambor na minha cabeça e porra, sei que isso tudo não foi nenhum pouco normal. Aonde estou me metendo, por Deus?

Eu tô é enfeitiçado por essas mulheres, desejo pelo desconhecido, novo diferente. Puro encanto. Mas agora já deu, essas árabes loucas não vão dominar minha cabeça. Olho o relógio de pulso e me indica que já são dez horas. Tudo bem, tranquilo hoje não estão me esperando na empresa, teoricamente a festa de casamento duraria até hoje. Vou usar o resto da manhã para resolver pendências.

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