Capítulo XIX - O Fim.

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Minatozaki Sana morreu aos 17 anos.

Seus últimos suspiros foram em um avião que, ironicamente, tinha uma chance em milhares de cair aquele dia. Quando os comissários de voo pareceram um pouco nervosos, Sana soube que havia algo errado. Sua mãe ao seu lado também sabia, a sra. Minatozaki em poucos minutos de agonia se arrependeu amargamente de ter arrastado sua filha naquela viagem.

O caos de pessoas que sabiam que não sobreviveriam era amedrontador, rezas desesperadas que pediam perdão nos últimos minutos de vida, gritos de terror que seria desrespeitoso se fossem descritos. As últimas palavras de Sana foram uma despedida à sua mãe.

Em Seul, Son Chaeyoung chorou por horas, sentia como se uma parte de si fora levada, se perguntava como que ela iria seguir em frente sem Sana. E Tzuyu, que nunca sentira a dor da perda em seus milhares de anos de vida, chorou como um bebê.

Por outro lado, Kim Dahyun, desde o memento do noticiário nada falou, nada expressou. Cada palavra que a repórter dizia parecia não soar como verdade. Passou horas olhando para a tela ainda desligada. Suas amigas, sua família, ninguém pôde fazê-la falar por muito tempo.

A família de Chaeyoung organizou o enterro, afinal, a única que Sana possuía morreu com ela. Todos estavam lá, inclusive pessoas da escola com quem Sana nunca havia trocado palavras.

— Dá para você falar alguma coisa? — Chaeyoung perguntou com a voz um pouco irritada para Dahyun.

Ela olhou para a amiga de Sana e abriu a boca algumas vezes.

— Eu... não consigo. — disse com dificuldade. Chaeyoung percebeu sua voz falha, como se estivesse prestes a desaparecer.

A mãe de Chaeyoung chamou-a para dizer algumas palavras antes de enterrarem o caixão. Seu discurso foi simples e triste, palavras de despedida doídas e sinceras.

Algum tempo se passou até que só estive Dahyun no cemitério. Ela encarou o nome de Sana transcrito na lápide de pedra e sentiu seus olhos marejarem. Agachou-se e fechou os olhos.

— Ei, Shiba. — ela disse. — Sou eu, Dahyun. Eu... eu sinto muito. Eu deveria ter chegado no aeroporto a tempo. — lágrimas caíram de seus olhos. — Eu só queria mais tempo com você. Queria ter tempo para pedir desculpas. — Dahyun juntou as mãos e encarou a lápide fria. — Sana, queria que você soubesse que tudo o que nós passamos não foi uma mentira. Mesmo que Tzuyu tivesse mexido com a minha cabeça, as memórias ainda estão aqui. Era eu quem falava com você, ninguém mais, sempre fui eu. — suspirou.

Ela levantou-se e encarou o túmulo pela última vez.

— Eu realmente te amei, Minatozaki Sana. Eu te amo.

§

Alguns dias se passaram. Dahyun estava sentada na calçada a noite, mexendo no celular.

[Dahyun 22:56] Então vcs estão mesmo tendo algo?

[Nayeon 22:56] Sim... fiquei com medo de te falar antes. desculpa.

[Dahyun 22:57] Não tem pq se desculpar. Sejam felizes, vcs duas.

[Nayeon 22:58] Não tá com raiva?

[Dahyun 23:00] Um pouco surpresa, apenas. Nunca poderia imaginar q vc e momo tinham um caso. Mas está tudo bem, ela não é a pessoa q eu gosto.

[Nayeon 23:03] Dahyun... vc tem que superá-la.

[Nayeon 23:04] Digo isso pro seu bem.

Não culpe as estrelas ~ SaidaOnde histórias criam vida. Descubra agora