Capítulo VI - Atitude Impulsiva

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Chaeyoung colocou seus pés no chão encarando o céu. Ela estava morta, certo? Quer dizer, depois de horas aguentando aquela dor insuportável em suas nádegas e agora finalmente estar no chão e sem dor alguma, não poderia ser real. Mas depois da dormência, as pontadas voltaram e Chaeyoung segurou forte em sua bunda, acocando-se e encarando o chão.

— Está bem? — Mina colocou uma das mãos no ombro da garota abaixada.

— Perfeitamente ótima. — Chaeyoung virou o rosto para ela — Passar duas horas naquela cela minúscula, suando e agarrada em ti como um macaquinho renovou meu espírito e renasci como uma Chaeyoung completamente nova, a partir de hoje eu só ando a cavalo, namastê. — Mina revirou os olhos e amarrou a rédea do animal em um tronco próximo dali.

— Como eu ia saber que você não sabia andar a cavalo? Todo mundo sabe. — Mina apertou o passo em direção à cidade e Chaeyoung apressou-se para segui-la.

Como você ia saber? Você não saberia, até porque nós andamos a cavalo todo dia em Seul, o meu se chama Pingo, vou pra escola nele toda manhã.

— Entendi — a japonesa falou séria, enquanto as duas se aproximavam da cidade. Após alguns minutos, depois de entrarem pela rua principal Mina ouviu a voz de Chaeoyoung

— Você sacou que eu só tava brincando, né?

— Eu não sou idiota, Chaeyoung. — Abriu a porta de uma casa. — Vamos, temos que carregar os sacos de sementes e pendurar no cavalo, temos que terminar isso rápido. — Chaeyoung assentiu e seguiu a outra para o que achava.

Elas carregaram as sacas de semente por alguns minutos. Chaeyoung estava bem mais do que arrependida por ter acompanhado Mina, no final a cidade não tinha nada, nem mesmo um mísero cinema, era apenas uma típica cidade tradicional coreana. Ela havia ido até ali apenas para trabalhar.

Depois que terminaram de carregar as sementes, as duas subiram no cavalo, Chaeyoung com a ajuda de Mina é claro, e voltaram a cavalgar até a casa de Mina. Quando estavam na metade da viagem, Chaeyoung sentiu-se mareada. A dor em suas partes traseiras estava matando-a e seu estômago revirava a cada trote do animal.

— Mina, nós podemos parar, por favor? Não tô me sentindo muito bem. — falou com a voz trêmula e Mina logo percebeu que a outra não estava brincando e parou o cavalo.

— O que você está sentindo? — Mina perguntou enquanto ajudava Chaeyoung a descer do animal e guiá-la até uma árvore ali perto.

— Tô meio enjoada, eu... eu só preciso de alguns minutinhos sentada, vai melhorar logo. — A japonesa ajudou Chaeyoung a se sentar com as apoiadas costas no tronco da árvore.

Não tinha nenhum problema elas pararem por alguns minutos, Mina sentia-se culpada por arrastar a garota até ali e ainda fazê-la trabalhar tanto quando a outra sequer estava acostumada. Aproximou-se do cavalo e desapertou a cela, deixando-o pastando por ali e logo voltou para perto da outra garota, sentando-se ao seu lado.

Mina não tinha muitas amigas, as poucas que tinha mudaram-se para cidades maiores para estudar, mas ela tinha que ficar e ajudar seu pai com o trabalho. Então, quando viu Chaeyoung caindo de um jeito engraçado naquele lago e gritando palavras feias, ela ficou muito feliz. Olhou ao redor, Mina achava bonita a paisagem da Coréia, parecia um pouco com o Japão, as árvores, as montanhas. O interior era um lugar agradável, com seus templos e florestas, mas Mina tinha muita vontade de morar em Seul. Encarou a coreana ao seu lado e sorriu ao vê-la de olhos fechados e murmurando palavrões.

— Você é fofa, Chae. — disse sorrindo. Chaeyoung, por outro lado, olhou espantada para a japonesa.

— Eu tô em um estado de quase morte aqui e você me achando fofa? — Mina riu e ajeitou-se mais para perto de Chaeyoung.

Não culpe as estrelas ~ SaidaOnde histórias criam vida. Descubra agora