Capítulo X - Mas as férias não começam amanhã?

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Algumas gotas de chuva pingavam do cabelo molhado de sana e escorriam pelo seu rosto sério. Ela não sabia há quanto tempo ela estava sentada ali no chão e sem dizer uma palavra. A estrela continuava lá: a esfera de luz iluminava minimamente o quarto escuro pelas cortinas fechadas, impedindo que os raios de sol entrassem.

Sana estava digerindo o que acontecera, não estava sendo um trabalho fácil. Sua vida nunca tinha saído tanto da rotina como saíra naquela semana, especialmente naquele dia, naquela manhã. Cogitou a ideia de ter ficado louca e em alguns momentos aceitava-a, mas de relance encarava aquilo que estava ao fundo de seu quarto e, em dúvida sobre sua condição mental novamente, voltava a encarar o chão.

— Ei, você é real?

— Sim. Sou tão real quanto você, na verdade sou mais real, mas isso não é algo que você, ou vocês, entenderiam. — sua voz era monótona, sem emoção alguma, sem raiva ou deboche, eram apenas palavras e unicamente palavras.

— Então... foi você que fez a Dahyun... gostar de mim?

— Bem, pode-se dizer que sim. Mas lembre-se que foi seu desejo. Já ouvi falar que alguns humanos revoltam-se conosco e nos culpam quando algo dá errado, mas no fim nós apenas estávamos seguindo o que vocês nos pediram. — dessa vez Sana notou algo como confusão em sua voz, mas não tinha certeza, talvez estrelas fossem difíceis de ler. Não era uma tarefa fácil saber o que esferas brilhantes voadoras pensavam.

— Você que fez ela me chamar para sair?

— Não tenho certeza. Eu apenas modifiquei suas emoções e tranquei algumas partes de sua memória, mas não a forcei a fazer nada, não diretamente. Então a resposta é ambígua e fica ao seu critério.

— Saquei... — suspirou e depois de alguns segundos de silencio, lembrou-se — Era você na mansão aquele dia?

— Sim, era eu. Minha curiosidade falou mais alto que minha etiqueta, foi uma atitude impulsiva e irresponsável. Não sabia se você estava feliz ou não, então decidi perguntar. Acho que é porque estou muito tempo na terra convivendo com vocês. — se fosse outra situação, Sana riria do aborrecimento da voz da coisa, mas no momento estava devastada demais para esboçar qualquer sentimento bom.

— Dahyun vai esquecer todos esses dias? — sussurrou, sentindo novamente a tristeza em seu peito.

— Bem, foi como se seu pedido nunca tivesse existido. Então sim, ela esqueceu todos esses dias.

— Nem imagino o quanto ela vai ficar confusa — sorriu, um sorriso triste, mas um sorriso sincero. — Do jeito que ela é uma medrosa, ela vai ficar muito assustada.

Nenhuma das duas falou mais nada e minutos depois Sana levantou-se para atender seu celular que tocava em cima da cama.

— Oi, Cha-

— Minatozaki Sana onde diabos você está? Eu não acredito que você me deixou sozinha com essa gente. Eu fiquei te esperando, tá? Eu ainda perdi a primeira aula plantada nesse pátio e quase fui pra detenção! E depois só me manda uma mensagenzinha com duas palavras e acha que está tudo bem? A propósito você ta bem? Aconteceu alguma coisa?

— Calma, está tudo bem. — soltou uma risadinha baixa, Chaeyoung sempre falava demais quando estava irritada.

— Você não me engana, Sana. Sua voz não é de alguém que está bem, me diz o que aconteceu.

— Não foi nada, Chae. — a linha ficou em silêncio por alguns segundos e Sana soube que sua amiga não acreditou, Chaeyoung sempre sabia quando tinha algo errado com Sana.

Não culpe as estrelas ~ SaidaOnde histórias criam vida. Descubra agora