Algumas gotas de chuva pingavam do cabelo molhado de sana e escorriam pelo seu rosto sério. Ela não sabia há quanto tempo ela estava sentada ali no chão e sem dizer uma palavra. A estrela continuava lá: a esfera de luz iluminava minimamente o quarto escuro pelas cortinas fechadas, impedindo que os raios de sol entrassem.
Sana estava digerindo o que acontecera, não estava sendo um trabalho fácil. Sua vida nunca tinha saído tanto da rotina como saíra naquela semana, especialmente naquele dia, naquela manhã. Cogitou a ideia de ter ficado louca e em alguns momentos aceitava-a, mas de relance encarava aquilo que estava ao fundo de seu quarto e, em dúvida sobre sua condição mental novamente, voltava a encarar o chão.
— Ei, você é real?
— Sim. Sou tão real quanto você, na verdade sou mais real, mas isso não é algo que você, ou vocês, entenderiam. — sua voz era monótona, sem emoção alguma, sem raiva ou deboche, eram apenas palavras e unicamente palavras.
— Então... foi você que fez a Dahyun... gostar de mim?
— Bem, pode-se dizer que sim. Mas lembre-se que foi seu desejo. Já ouvi falar que alguns humanos revoltam-se conosco e nos culpam quando algo dá errado, mas no fim nós apenas estávamos seguindo o que vocês nos pediram. — dessa vez Sana notou algo como confusão em sua voz, mas não tinha certeza, talvez estrelas fossem difíceis de ler. Não era uma tarefa fácil saber o que esferas brilhantes voadoras pensavam.
— Você que fez ela me chamar para sair?
— Não tenho certeza. Eu apenas modifiquei suas emoções e tranquei algumas partes de sua memória, mas não a forcei a fazer nada, não diretamente. Então a resposta é ambígua e fica ao seu critério.
— Saquei... — suspirou e depois de alguns segundos de silencio, lembrou-se — Era você na mansão aquele dia?
— Sim, era eu. Minha curiosidade falou mais alto que minha etiqueta, foi uma atitude impulsiva e irresponsável. Não sabia se você estava feliz ou não, então decidi perguntar. Acho que é porque estou muito tempo na terra convivendo com vocês. — se fosse outra situação, Sana riria do aborrecimento da voz da coisa, mas no momento estava devastada demais para esboçar qualquer sentimento bom.
— Dahyun vai esquecer todos esses dias? — sussurrou, sentindo novamente a tristeza em seu peito.
— Bem, foi como se seu pedido nunca tivesse existido. Então sim, ela esqueceu todos esses dias.
— Nem imagino o quanto ela vai ficar confusa — sorriu, um sorriso triste, mas um sorriso sincero. — Do jeito que ela é uma medrosa, ela vai ficar muito assustada.
Nenhuma das duas falou mais nada e minutos depois Sana levantou-se para atender seu celular que tocava em cima da cama.
— Oi, Cha-
— Minatozaki Sana onde diabos você está? Eu não acredito que você me deixou sozinha com essa gente. Eu fiquei te esperando, tá? Eu ainda perdi a primeira aula plantada nesse pátio e quase fui pra detenção! E depois só me manda uma mensagenzinha com duas palavras e acha que está tudo bem? A propósito você ta bem? Aconteceu alguma coisa?
— Calma, está tudo bem. — soltou uma risadinha baixa, Chaeyoung sempre falava demais quando estava irritada.
— Você não me engana, Sana. Sua voz não é de alguém que está bem, me diz o que aconteceu.
— Não foi nada, Chae. — a linha ficou em silêncio por alguns segundos e Sana soube que sua amiga não acreditou, Chaeyoung sempre sabia quando tinha algo errado com Sana.
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Não culpe as estrelas ~ Saida
RomanceKim Dahyun, a garota perfeita. Linda, gentil, popular e alguém que Sana nunca teria. Mas um simples desejo a uma estrela cadente poderia mudar tudo. E se ela não fosse apenas uma mera estrela? E se ela realmente tornasse o pedido de Sana realidade...