Capítulo I - Clichê

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De longe Sana observava Dahyun cercada de pessoas, riam de algo que fora contado entre eles. Sana não ligava para o que quer que seja que estavam falando, ela só tinha olhos para a moça pálida. Prestava atenção em cada um dos seus minuciosos detalhes. A forma como movia as mãos ao falar, o som fofo que era escutado quando ela ria. Adorava como os seus olhos se fechavam quando sorria, para a japonesa eles eram encantadores. Ficava febril quando Dahyun apenas divagava com uma expressão pensativa não prestando atenção em sua volta, Sana achava isso extremamente atraente e desejava mais que tudo saber o que se passava na cabeça da outra.

Enfim, lá estava mais um dia em que Chaeyoung, melhor amiga daquela que não tirava seus olhos da garota mais desejada daquele colégio, passava ao lado de sua amiga esperando o momento em que Sana lhe daria atenção. E se dependesse da garota cujas feições se assemelhavam as de alguém com sérios problemas mentais essa hora não chegaria.

— Sana. Sana? Minatozaki Sana! — gritou tentando despertar a amiga de seus pensamentos. E só assim conseguiu a atenção da garota, que a olhou confusa. — Sabe, eu sei que desde muito tempo você tem essa obsessão pela Dahyun e tal — Chaeyoung deixou de encarar a amiga e suspirou voltando seus olhos para as mãos, seus dedos brincavam uns com os outros. Chaeyoung então franziu seu cenho e pôs em seu semblante um biquinho carrancudo. — Mas essas semanas você está passando dos limites! É Dahyun pra cá, Dahyun pra acolá. Droga! Eu sinto falta da minha melhor amiga. Eu preciso de atenção também! — A garota encerrou manhosa. Sana fitou a garota por alguns segundos, processando o drama de sua amiga, para logo depois rir e mover-se para o colo de Chaeyoung, abraçando-a e dispersando beijos no rosto da amiga.

— É amor o suficiente para você, Son? — Ela continuava a atacar o rosto de Chaeyoung com beijos enquanto a outra tentava desvencilhar-se. Soltando ruídos de nojo.

Coisas de amigas.

— Eu não pedi amor, Minatozaki. Eu pedi atenção. — Chaeyoung arregalou os olhos quando Sana lhe lascou um selinho nos lábios — E já é atenção de mais pro meu gosto. — Ela tirou Sana de seu colo com dificuldade, praticamente atirando-a para o outro lado do banco onde estavam sentadas. Sana ria do exagero de Chaeyoung, que limpou a boca com as costas da mão, ato que gerou mais risos em Sana. — Mas é sério. Você anda muito aérea esses dias.

— Desculpa Chaeyoung — Sana já havia parado de rir e agora enxugava os resquícios de lágrimas em seus olhos. Ela sabia que estava muito relapsa com a amizade das duas, e o motivo disso tudo tinha nome e sobrenome: Kim Dahyun. — Acho que a minha paixão pela Dahyun aumentou esses dias, droga. Eu tô meio cansada de esperar. E o pior de tudo é que eu sei que nunca vou a ter e mesmo assim eu não consigo deixar de gostar dessa branquela. — Sana colocou as mãos sobre os olhos e tentou fazer com que toda sua frustração saísse junto com um suspiro. — Por que eu tinha que me apaixonar justo por ela, Chae? Não podia ser o Young Bin ou o Jae Bum? Mas não! — Deu ênfase em seu "não" carregando-o de ironia — Sana Minatozaki sempre quer o impossível. Sana quer as pessoas que praticamente se jogam em cima dela? Não. Sana quer sempre o que não pode alcançar, Sana quer uma menina. — A garota tirou as mãos dos olhos e lançou-as para cima, afundando no banco e encarando seus próprios dedos contra o sol.

— Com calma, Sana. — Chaeyoung ria afobação da amiga, sempre que a garota se frustrava com algo ela falava, falava e falava. — Você não escolhe quem ama. Teu coração não depende de você, você depende do teu coração. — Sana a olhou e bateu palmas fazendo grunhidos de surpresa, complementando com "Sócrates moderno", Chae apenas riu e continuou — Além disso, eu nem gostava do Youngbin e muito menos do JB, eles não eram os caras certos para você.

— Sim, eu sei mas... — Ela pensou um pouco, e sua expressão ficou um pouco mais triste. — Minha mãe não iria ficar decepcionada se eu tivesse dito pra ela que eu tava apaixonada por um garoto. — ficou carrancuda e meio triste ao lembrar-se daquele exato momento — Você tinha que ver a cara dela, Chae.

Não culpe as estrelas ~ SaidaOnde histórias criam vida. Descubra agora