Capítulo 6 - Verdades e Mentiras

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Na Real — Capítulo 6

Aioria estava sentado à mesa do mais luxuoso restaurante de Atenas, o Le Mason, tomando uma dose de whisky dezoito anos, seu chefe e pai de seu melhor amigo havia marcado uma reunião com ele naquele lugar.

O advogado achava o local cinco estrelas totalmente exagerado para uma simples reunião, mas lembrou-se que o Sr. Klaus Kapino era um homem que gostava de ostentar, principalmente quando queria impressionar ou intimidar alguém, Aioria só não sabia em qual dos dois motivos ele se encaixava naquele momento.

Com poucos minutos de atraso, o presidente das Indústrias Farmacêuticas Kapino entrou no recinto e acompanhado pela simpática hostess do local, foi guiado até a mesa onde Aioria o aguardava.

— Aioria, meu caro, sua pontualidade é uma das coisas que mais admiro em você. — Comentou o homem ao apertar a mão do advogado que se levantou em sinal de respeito.

O advogado sabia que o arrogante Kapino não gostava de ficar esperando, principalmente funcionários, por este motivo preferiu chegar cedo ao local e aguardar o tempo que fosse necessário.

— Imagine, Sr. Kapino a pontualidade é um dever, não deve me agradecer por isso. — Respondeu o leonino ainda intrigado com aquele convite, havia comentado com Milo que o pai havia o convidado para jantar, contudo tentaria filtrar tudo que se passasse ali para depois, se houvesse necessidade, comentar com Milo.

— Bom dia, senhores, posso anotar os pedidos? — O garçom muito simpático, como pareciam ser todos os funcionários ali, perguntou.

O empresário pediu um drink para abrir o apetite, e Aioria pediu outro whisky e fizeram os pedidos do jantar, logo Klaus Kapino começou a falar. — Você deve estar perguntando por que o chamei aqui, não é?

— Na realidade sim, estou com essa pergunta em mente, Sr. Kapino.

— Sabe, Aioria, quando Milo o levou para trabalhar na minha empresa, fiquei com um pé atrás, não por duvidar de sua capacidade profissional, visto que seu currículo era invejável, mesmo para um recém-formado como você era na época...

— Obrigado pela observação, senhor. — Agradeceu Aioria, mais por educação do que por qualquer outro motivo.

— ...Mas meu receio se dava ao fato de eu achar que você era o macho do Milo. — Kapino soltou como se Aioria não tivesse o interrompido, e o teor das palavras fez Aioria engasgar.

— Sr. Kapino, eu e Milo somos amigos desde antes da faculdade, nunca tivemos nenhum tipo de relacionamento amoroso, por Deus! — Aioria respondeu, não por homofobia, mas por ver Milo como um irmão.

— Eu sei, Aioria, hoje em dia sei que o relacionamento de vocês é apenas de amizade e sei que você é hétero, coisa que me tranquilizou muito. — Continuou o patrão, de uma forma que estava incomodando o jovem advogado.

— Mas, para minha infelicidade e eterno desgosto o meu filho é viado, meu único filho é viado! — Repetiu o homem com voz de nojo para surpresa e revolta do leonino.

— Sr. Kapino, o Milo é o cara mais bom caráter, responsável e competente que eu conheço. Acho que sua orientação sexual nada acrescenta ou diminui suas qualidades. — Defendeu seu amigo.

— Eu construí um império, Aioria, um império, e não tenho para quem deixar porque meu filho gosta de dar a bunda! E não vai ter uma família. É lamentável que um pai tenha que passar por isso. — Lamentou o pai de Milo.

Aioria chocou-se com o comentário homofóbico do pai de seu melhor amigo.

— Não sei a quem aquele menino puxou, eu sou macho! Nunca tivemos viados na família, mas para minha eterna vergonha meu único filho nasceu assim. — Continuava o chefe.

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