Capítulo 19 - Aceita?

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Na Real - Capítulo 19

Os dois homens se encararam; Saga se manteve sentado, fazendo sinal com as mãos para que Milo se sentasse à sua frente.

- Vai beber alguma coisa, senhor? - Perguntou o maître, solícito.

 
- Um whisky. - Disse Milo, já sentado, ainda encarando Saga.

 
- Então, o que você quer comigo? - Perguntou o loiro, direto como costumava ser.

 
- Quero que fique longe do Camus. - Respondeu Saga, sério.

Milo se perguntou por qual motivo não voou no pescoço de Saga naquele instante, mas, controlando suas emoções, apenas perguntou altivo. - Quem você pensa que é para me dar ordens?

- Uou! Ordens? Não, não, claro que não. Eu só acho que tudo isso está indo longe demais, só isso. - Argumentou Saga levantando as mãos em rendição, tomando uma postura menos arrogante.

- Isso o quê? - Questionou Milo, ainda com cara de poucos amigos; tinha vontade de socar Saga desde que viu o estado de Camus naquela noite de domingo.

Havia visto Saga com Camus no dia do restaurante, mas confessava que não tinha sequer reparado no moreno naquela ocasião.

- Milo Kapino, eu sei que você se aproximou do Camus com o intuito de se vingar dele, e não tiro sua razão. – E acrescentou ao ver que Milo iria se manifestar: - Eu faria o mesmo, aliás, eu fiz!

Ao ver o expressão confusa de Milo, Saga explicou.

 - Eu também fui pego de surpresa, ok? Eu não sabia de nada, o Camus enganou a nós dois. Quando ele me mostrou as cenas de vocês, ele me disse que tudo foi filmado de comum acordo e, olha, eu fiquei realmente impressionado com sua performance, até falei que estava disposto te contratar.

Enquanto Saga falava, Milo sentia todo o constrangimento e vergonha que sentiu quando se viu refletido na tela da TV, a humilhação que passou ao ter que mostrar o vídeo aos amigos, ao saber que foi usado.

Foi como se todos os sentimentos ruins, que Milo havia enfim guardado, tivessem voltado de uma vez, e Saga notou a mudança no semblante do loiro, algo dizia que estava indo pelo caminho certo.

- Me contratar? - Milo perguntou trincando os dentes de raiva.

Neste momento o garçom chegou trazendo a bebida de Milo e ambos se calaram, Saga só voltou a falar quando o garçom se afastou.

- Calma, Kapino, como eu disse, também fui usado, eu não sabia de nada, não sabia quem era você e muito menos que havia sido enganado, mas... como eu disse também, já me acertei com o Camus. Já o castiguei pelo que ele fez.

- Você o quê?

- Quando você mandou seu secretário ligar dizendo que o Camus deveria te atender de graça porque ele tinha uma dívida com você, eu fiquei com a pulga atrás da orelha, e quando o Camus voltou de viagem eu o questionei e arranquei a verdade dele. - Saga tomou um gole do seu whisky, sempre observando as reações de Milo. – Cara, quando ele me contou o que havia feito... pelos deuses! Dei uma surra nele, só não o matei porque meu empregado chegou na hora e o ajudou a sair da minha frente.

Milo ficou confuso, não sabia o que sentir, a raiva de Camus havia voltado, mas ao ouvir que Saga o agredira naquela ocasião o fazia se sentir culpado.

"Será que foi essa minha intenção quando eu mandei revelar que o Camus tinha uma dívida comigo?" - Milo não saberia dizer, não pensou nas consequências para Camus ao falar aquilo, e agora estava o canalha do Saga na sua frente admitindo que agrediu Camus pelo feito.

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