Capítulo 27 - Era tudo um plano

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Na Real - Capítulo 27



Zaira pensou em ir à casa de Saga assim que saiu da de Camus na noite anterior, mas desta vez não queria se render ao desespero e ser pega de surpresa como antes, aguardou que o dia amanhecesse, para então ir ter com o canalha.

Chegou cedo ao local, um dos seguranças deixou que ela aguardasse na sala enquanto avisaria Saga de sua chegada.

Não tardou o homem por quem dona Zaíra nutria verdadeira repulsa apareceu na sala de roupão com cara de poucos amigos. – Espero que tenha um bom motivo para ter vindo a essa hora.

- Eu não estaria aqui se não fosse. – Respondeu a mulher seca.

- Pois bem, fale.

- Camus chegou em casa ontem dizendo que seu irmão estava morto. – Respondeu a babá, com o coração dilacerado pela culpa.

- Será que dessa vez é verdade? – Perguntou Saga analítico.

- Não importa, eu quero o meu filho comigo agora!

Saga a olhou incrédulo, talvez pela petulância na forma que a mulher ordenou.

- Como é?

- Eu fiz tudo que me pediu, eu fiz, eu envenenei uma criança fazendo com que ela morresse aos poucos cada dia, eu presenciei o sofrimento daquele menino, daquela família, e tudo isso eu fiz pelo meu filho, para ter ele aqui comigo, não para ter ele aqui neste país sendo seu escravo sexual, eu prefiro me entregar a polícia, revelar tudo para o Camus a ficar mais um maldito dia sem meu filho ao meu lado.

Saga ficou olhando para aquela mulher pensando no que deveria fazer. Matá-la? Seria uma opção no momento, mas talvez precisasse dela futuramente, era sempre bom ter pessoas que lhe devessem favores por perto.

- Eu vou cumprir o que prometi, aliás, sempre cumpro minhas promessas. – Disse Saga se levantando. – Vou fazer algumas ligações, espere aqui.

A mulher de meia idade ficou parada, ainda sem acreditar que seu pesadelo estava quase no fim, teria seu filho de volta, mas a que preço? Deus a vida de um menino para ter seu filho consigo, que Deus a perdoasse por tamanha atrocidade, ela pedia em silencio.



....



Passados quase cinquenta minutos um carro estacionou entrou nos terrenos na mansão de Saga, três homens saíram do carro entrando pela porta dos fundos, Aldebaran estava entre eles, havia recebido a incumbência de ir até um certo lugar para buscar duas pessoas.

Então ao chegar no local marcado Sirius saiu sendo acompanhado por um jovem rapaz que trazia no rosto um semblante preocupado de alerta.

- O Saga deve confiar mesmo em você para te mandar aqui. – Disse Sirius com a cara fechada assim que entrou no veículo sentando-se no banco de trás com o garoto.

- Bom dia para você também. – Respondeu Aldebaran com a cara igualmente fechada. – Se o chefe confia em mim é porque eu dei motivos para que ele confiasse, não acha?

-Hunf! Que seja. – Respondeu o outro de má vontade.

Aldebaran encarou o rapaz que tinha a mão grande de Sirius o segurando firme no braço direito, o rapaz era jovem, seu rosto não negava, estava maltrapilho, com um micro shorts de malha e uma camiseta gasta, seu rosto era belo e delicado, apesar dos olhos sofridos. O gigante não pôde deixar de notar a semelhança entre esse rapaz e o Camus. Não semelhança física, mas de circunstâncias, jovem bonito, necessitado, carente e com alguns problemas a mais, vítimas perfeitas para as raposas do mal como Saga e todos de sua laia.

- Vamos entrar pelos fundos. – Avisou Sirius. – Vamos dar um trato no visual do garoto, para que ninguém pense que não estávamos cuidando bem dele.

Sorento apenas baixou os olhos, pensando que se tratava de algum programa com algum velho tarado.

Desde que a guerra havia começado em seu país, todo o mundo que conhecia foi se acabando, teve seu pai e irmãos mortos pelos terroristas que se auto proclamavam "revolucionários" sua mãe havia conseguido fugir com sua irmã mais velha, mas a moça foi morta antes de atravessar a fronteira, se perdeu de sua mãe durante a fuga, passou fome, sede e frio, conheceu a maldade dos homens. Quando acho que enfim teria paz, fora enviado para um prostibulo onde deveria vender seu corpo para homens mais velhos, homens estes que o abusaram com sexo sujo, algo que em seu país de origem teria como punição, a morte!

Sorento se sentia culpado, como se tudo que tivesse acontecendo consigo fosse um castigo de Deus, sim um castigo por ele ter desejos impuros para com outros homens, sempre desejou homens ao invés de mulheres.

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