Capítulo 14 - Verdades

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Na Real — Capítulo 14

— Pelos Deuses! — Exclamou Shaka ao analisar a amostra do sangue de Isaak. — Isso é muito grave, eu preciso de uma contraprova.

O biomédico foi até o refrigerador onde estavam as outras amostras do sangue do garoto, porém não as achou.

— Que merda é essa? Petros, onde estão as amostras IB34? — Shaka perguntou a um assistente do laboratório.

— Sr. Shaka tivemos um problema, o estagiário antigo derrubou as amostras que estavam neste refrigerador, infelizmente foram todas inutilizadas. — O rapaz respondeu receoso esperando a bronca que não tardou a vir.

— Por que diabos um estagiário estava mexendo neste refrigerador? As pesquisas aqui eram minhas!!! Onde está esse idiota, eu mesmo quero matá-lo! — Vociferou o loiro de descendência hindu.

— Eu o demiti pela manhã quando vi o estrago que ele fez, e tomei a liberdade de solicitar ao RH outra pessoa para o lugar do asno incompetente.

— Merda! Merda! Merda! Descobri algo gravíssimo e não tenho como provar, não tenho outras amostras para fazer a contra prova, e esse foi um caso passado diretamente por Milo Kapino, que merda! — Continuou praguejando o loiro.

— Senhor, não tem como colher outro material?

— Vou tentar, mas não será a mesma coisa, o menino já recebeu vários medicamentos no hospital, os resultados não serão os mesmos. — Revelou Shaka derrotado, teria que se explicar a Milo no dia seguinte.

Olhou no relógio da parede e suspirou cansado, já era muito tarde e perder os dados havia tirado suas energias. — Vamos pra casa, Petros. Já é tarde amanhã converso com Milo.

*-*-*-*-*

Camus deu uns passos para trás ao abrir a porta e dar de cara com o amigo de seu pai e médico de Isaak. — Doutor Aioros! O que faz aqui? Isaak?

— Se acalme Camus, Isaak está bem. Amanhã vou transferir ele para o quarto, acho que até o final de semana eu devo dar alta.

Camus ficou aliviado com aquela informação e olhou interrogativo para o médico.

Um silêncio constrangedor se fez presente até que Camus fez sinal para o médico entrar.

O médico entrou com olhos analíticos prestando atenção em cada detalhe do pequeno apartamento. — Você deixou o endereço errado nas fichas do hospital, eu fui até o endereço que estava lá e ninguém te conhecia. — Começou Aioros, Camus nada respondeu, apenas observou o médico que continuou a falar. — Sabe como consegui o seu endereço verdadeiro? Liguei para o meu irmão e ele por sorte sabia seu endereço verdadeiro, é certo isso Camus?

Sem pensar nos motivos que levaram o irmão de Aioros ter ciência do seu endereço, Camus finalmente falou acusatório. — Você demorou cinco anos pra descobrir que o endereço estava errado, três crianças sozinhas num país estanho, com um tutor desconhecido e você nunca pensou em checar as informações, é certo isso?

Aioros se calou e os dois se encararam.

— Por que mentiu, Camus? Por que não confiou em mim? — Perguntou Aioros novamente tocando neste assunto.

Camus andou pela sala falando exasperado. — Porque tive medo! Você não se mostrou nem um pouco aberto para uma aproximação, deixou claro que cuidaria do Isaak, mas não teria como arcar com nenhum custo dos medicamentos, tive medo ir parar num abrigo com meus irmãos e que Isaak não recebesse o tratamento necessário.

— Mas você nem ao menos me deu a escolha de decidir sobre o que fazer! — Voltou a questionar o médico.

— Você demorou cinco anos para vir verificar minha casa, para ver as condições em que nós moramos, acha mesmo que teria feito alguma coisa diferente? — Questionou Camus.

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