Capítulo 8 - Nova Tática

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Na Real — Capítulo 8

— Camus, estou esperando, por que Milo Kapino diz que você deve algo a ele? — Saga perguntou se levando e se colocando à frente de Camus com os braços cruzados e olhar sério.

Camus, que estava sentando mexia as mãos uma na outra pensando no que dizer.

— Camus! — Chamou Saga em alerta, um aviso que ele não toleraria ficar sem resposta.

Camus o olhou nos olhos e depois baixou o olhar e começou a falar. — Saga, lembra da viagem que eu fiz a Paris?

O outro estreitou os olhos e confirmou com a cabeça.

— Você disse que queria ver como andavam as coisas por lá queria ir ao túmulo dos seus pais e tudo mais. — Acrescentou Saga.

— Tinha um filme marcado para ser rodado lá, e eu fui convidado. — Camus lembrou os reais motivos que levaram Saga a concordar com a viagem.

— Sim, me lembro, mais do mesmo. — Saga falou a frase que usou para descrever o filme que Camus havia feito nas terras parisienses.

— Eu tinha acabado de rodar aquele filme, você tinha dito essas coisas que não estava bom... Neste meio tempo fui até o túmulo dos meus pais, fui até a antiga casa que morávamos. — Camus começou se lembrando com tristeza das coisas que sentiu naquele momento.

Que foi ali após a explosão que matou seu pai que o seu calvário começou de fato, omitiu o fato de que ele e seus irmãos constavam como desaparecidos na França, mas também não viu real interesse nas autoridades francesas em tentar encontrá-los.

Ao encontrar os lugares que tinha passado sua infância, lembrar-se dos seus sonhos antigos, dos seus anseios sobre como seria sua vida, e ter a certeza daquela realidade, de saber no que se transformou, aquilo tudo mexeu com seu psicológico.

Para suportar aquele momento Camus e Aquário se tornaram um, quando Camus entrou no aeroporto francês estava decidido a não ser mais o fraco Camus, e sim o austero Aquário.

Aquário sabe o que quer.

Aquário não tem medo, nem receio de nada.

Aquário é forte.

Aquário é decidido e não se arrepende de seus atos.

Camus queria ser como ele, Camus seria ele.

E, quando viu o loiro estupendo o observando, sentiu desejo. Pela primeira vez em sua vida estava desejando alguém.

Aquário pensou no Camus que era, sempre usado pelas pessoas, e decidiu que era a hora de trocar os papéis, de desejar e de usar as pessoas, então teve a ideia.

Usaria aquele estranho, como as pessoas sempre o usaram, faria seu filme, deixaria Saga feliz e ganharia um bom dinheiro.

Pensando nisso sorriu flertando para o rapaz e sinalizou para que o loiro estupendo o seguisse.

...

— Você está me dizendo que teve a brilhante ideia de transar com um desconhecido no aeroporto Internacional de Paris, na sala vip da primeira classe, gravar e fazer um filme disso? — Saga perguntou incrédulo.

Camus confirmou com a cabeça, segundos depois, sem esperar aquela reação, levou um tapa tão forte que caiu da cadeira em que estava sentado.

— Você seduziu e filmou o filho do cara mais ricos da Grécia trepando, e fez um filme usando o selo da minha produtora? — Saga perguntou com olhos insanos enquanto caminhava até o ruivo que ainda estava no chão se recuperando do tapa que levara.

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