Capítulo 4 - Segredos

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Na Real - Capítulo 4

— Eu não vou mudar de ideia, não vou me vender! Não quero os seus milhões pelo meu segredo. — Um homem falava ao telefone e era observado a distância pelo filho adolescente. — Você está me ameaçando?

Ao ouvir o teor da conversa o garoto se aproximou do pai.

— Lamento Kapino, mas essa é minha resposta final. — Crystal desligou o telefone e olhou para o filho o chamando com um gesto da mão esquerda.

O homem foi até a mesa do escritório que mantinha em casa e pegou uma pasta grossa.

— Camus, guarde esses documentos, esconda, não os entregue a ninguém! São minhas pesquisas, tenho certeza que com isso poderemos curar seu irmão. — Crystal explicava ao filho adolescente, estavam em sua casa num bairro classe média, na França.

— Pai o que tem aqui? Por que está me entregando isso? — Camus perguntou um tanto aflito vendo seu pai se arrumando para sair.

Sem responder as perguntas do filho Crystal colocava seu paletó e pegava outras coisas em uma gaveta. — Camus, aqui estão as passagens para a Grécia, consegui falar com um ex-aluno meu, Aioros. — O homem explicava as coisas ao filho um tanto aflito. — Aqui nesta pasta estão os nossos passaportes e o endereço do hotel que ficaremos lá por hora.

— Pai, estamos fugindo? — Camus perguntou inseguro.

O homem olhou para o filho e o abraçou. — Filho o que tem aqui nesta pesquisa é muito importante e pode acabar com a milionária indústria farmacêutica, eu temo sim pela minha segurança, estou tentando ver se há alguma dignidade em nossos governantes, mas se alguma coisa acontecer comigo... fuja, Camus, proteja seus irmãos e proteja essa pasta, isso pode salvar milhões de vidas.

Assim que o homem terminou de se arrumar foi até o quarto das duas crianças pequenas, as olhou com ternura, ao sair para o corredor olhou para o adolescente e pediu: — Proteja seus irmãos, se algo acontecer comigo vá para Grécia, procure meu ex-aluno que vai ajudar no tratamento do Isaak. E Camus, não confie essa pasta a ninguém. Não é seguro, estude você, aprenda você a entender o que contém aqui.

Com um mau pressentimento, Camus abraçou o pai e implorando, pediu. — Não saia pai, não vá, não hoje, por favor!

— Preciso ir Camus, eu conto com você não me decepcione. — Falou o pai antes de sair e pegar o carro numa chuvosa noite.

Camus ficou observando pela janela da sala seu pai entrar no carro e dar a partida... Foi então que o inesperado aconteceu.

O carro explodiu.

— PAI! — Gritou o garoto dentro da casa.

...

— PAI! — Camus acordou gritando sentindo o corpo molhado de suor e com a respiração ofegante tremia como se a cena de cinco anos atrás tivesse acabado de acontecer.

Não demorou Hyoga e Isaak foram até o quarto do irmão mais velho.

— Mano, você tá bem? — Perguntou o menino mais velho.

— Desculpe, acordei vocês, não foi? — Camus perguntou ainda tremendo.

— Você estava sonhando com o papai, não é? — Hyoga perguntou tolamente sabendo a resposta. — Eu quase não me lembro dele.

— Você era muito pequeno quando ele se foi. — Isaak comentou com o irmão menor. — Seus pesadelos tinham parado, o que houve, mano?

— Não houve nada, Isaak, só tive um sonho ruim. — Respondeu Camus olhando o relógio. — Ainda restam algumas horas de sono antes do horário de levantar, amanhã temos médico pela manhã.

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