A NOITE

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Capítulo 12 – A Noite

A beta havia acabado de sair do quarto, o pequeno ômega ainda estava sentado nas coxas do alfa, que continha um olhar distante e completamente perdido e assustado. Jeon tentava acreditar que realmente havia recebido a permissão para voltar ali mais vezes e que principalmente não havia sido morto por ela.

— Tá tudo bem agora. Ela deixou você vir aqui. — O ômega murmurou, tentando o acalmar e logo riu ao ver a cara engraçada que o alfa fazia.

— Ela deixou mesmo? — Perguntou ainda meio bobo, e assentiu Jimin concordar com a cabeça, logo sorrindo quando o alfa o abraçou apertado.

— Não me aperte tanto. — Pediu baixinho no ouvido do alfa, que se arrepiou e se afastou o suficiente para olhar o alfa nos olhos. — Jun... — Chamou baixo, hesitando. — Eu...

Jimin havia perdido a fala ao notar o quão próximos estavam. Seu coração estava acelerado e era impossível desviar o olhar, sentia que estava se afogando em sentimentos que eram difíceis de materializar e foi quando notou o olhar do alfa descer para sua boca, que percebeu que Jungkook compartilhava do mesmo desejo.

Tomando coragem, o ômega se aproximou ainda receoso, misturando suas respirações, fazendo o coração de ambos baterem em um único ritmo. Jungkook sentiu suas mãos tremerem e as direcionou a cintura do ômega, esse que pousou as mãos nos ombros largos do moreno, o olhar deles estava na boca um do outro e quando o pequeno ômega acabou com a distância foi que tudo começou.

Aquele maldito sentimento proibido despertou de vez.

Jimin nunca havia beijado ninguém, mas o alfa sabia o guiar de uma maneira perfeita. Suas bocas se completavam, as línguas se enroscavam, causando uma sensação maravilhosa.

As mãos do alfa o apertava e o lúpus arfou entre o beijo, se sentindo mole nos braços do moreno. O alfa estava entorpecido com o gosto do lúpus, já havia ficado com alguns pouco ômegas, mas nenhum era como Jimin.

Assim que se separaram por falta de ar, Jeon desceu os beijos pelo pescoço do pequeno, sem fazer nenhuma marca, apenas beijos carinhosos que faziam Jimin se contorcer, suas mãos passeavam com desejo pelas costas do menor, o puxando cada vez mais para si, as presas do alfa saíram e em um movimento rápido ele tirou o ômega de seu colo, o colocando deitado na cama com delicadeza e se apressou para se levantar, o mais distante possível, por mais que o cheiro do ômega estivesse fraco graças ao aparelho, ainda sim, era enlouquecedor para o alfa.

— Me desculpe. — Resmungou ofegante — Eu quase perdi o controle.

— Isso foi bom. — Sussurrou ofegante, ainda deitado e corado.

— Foi. — Concordou com um sorriso que não conseguia se esconder, analisando Jimin deitado o observando e se xingou por não conseguir manter a compostura. — Droga, eu... eu acho melhor eu ir... — Resmungou rindo. — Se eu continuar aqui, vou acabar cometendo uma loucura. — Brincou, fazendo o ômega rir fraco, feliz demais para negar.

— Te vejo amanhã? — Perguntou eufórico, consciente que parte da vontade de Jeon de querer ir embora, era graças a presença de sua tia em casa, sabia que o alfa morria de medo dela.

— Sempre. — Afirmou com confiança, se aproximando para lhe dar um beijo na testa, antes de finalmente ir.

//~//

O alfa havia acabado de sair da casa do lúpus, estava feliz de agora poder ficar com o seu ômega sempre que quisesse. Seu ômega, era engraçado como a palavra saia naturalmente em sua mente, era doce e lindo, e por mais fantasioso que parecesse, a cada segundo parecia mais real também.

Tomou um banho e logo desceu as escadas, estava tão alegre que decidiu passar um tempo com Namjoon e Jin, sabia que depois de tudo os dois deveriam sentir saudades e estar preocupados com o mais novo, que durante o cio do vizinho havia estado tão triste, seria bom ficar com eles agora que finalmente conseguia sorrir novamente.

Já o pequeno ômega estava deitado em sua cama, sentia seu coração disparado. Estava tremulo, com um sorriso no rosto e o peito cheio, sentia que sempre ficava assim quando estava perto do alfa, era incrível como um conseguia mexer tanto com o outro. Colocou a mão nos lábios se lembrando de minutos antes quando estavam tão próximos que pareciam um só e o universo parecia feito para eles.

— Jimin! — Sua tia chamou interrompendo suas lembranças — Podemos conversar sobre algo... — Coçou a garganta — É algo sério. — O semblante de sua tia o deixou nervoso, imaginou que agora que estava longe do alfa, ela iria brigar e mandá-lo ficar longe dele, mas quem dera fosse isso.

Quem dera fosse apenas uma bronca.

— Claro, tia. O que foi? — Perguntou se sentando, dando espaço para a beta se sentar e lhe dizer o que lhe afligia. — Se for sobre o Jun... — Iria começar a defende-lo, mas a mulher achou melhor o interromper.

— Não, meu amor. — Disse com um sorriso sem jeito e temeroso. — O que eu quero falar não é sobre o vizinho. — Respirou fundo — Eu tenho algo complicado para dizer. — Jimin a encarava com os olhinhos atentos e medrosos, sentia que algo ruim estava prestes a acontecer. — Eu... — e foram as seguintes palavras que fizeram o coração do menor parar, seu olhar perder o brilho e tudo ao seu redor fica cinza e sem vida. — Eu achei um marido pra você, Jimin.

Jimin queria responder, queria gritar que amava o alfa da casa ao lado, mas não conseguia sequer raciocinar. Sentiu seu coração se quebrando, sentia seu mundo se abrindo e seu chão se perdendo, o que era idiotice, porque sempre soube que aquele dia chegaria, mas não imaginou que doeria tanto.

— Não chore, meu amor. — Pediu com carinho. Chorar? Jimin estava chorando e nem havia se dado conta? A tristeza era tanta que vazava pelos olhos. — Sei que é difícil, mas... — O ômega a interrompeu.

— Eu acho que o amo. — Disse entre gaguejos e lágrimas, apenas para que pudesse materializar a informação que estava gravada em seu peito nos últimos dias. Apenas para que não se afogasse na informação não dita e nas lágrimas que escorriam com tanto afinco por seu rosto. — Eu amo ele.

Sua tia sabia a quem se referia e mesmo sabendo que o relacionamento dos dois era algo de momento e que Jimin sabia disso, ainda doeu em seu peito ver seu sobrinho daquela forma e mais uma vez, odiou que ele precisasse de um alfa lúpus para conseguir a liberdade.

Ver o sofrimento dos dois seria algo doloroso para a mais velha, claro que a dor de Jimin e provavelmente a dor de Jeon ao saber, seria bem pior que a dor da beta. Aquele casamento iria trazer muito sofrimento.

A mais velha achou melhor deixa o pequeno ômega sozinho, esse que dormiu agarrado a um travesseiro enquanto choramingava as palavras "Eu te amo."

Jeon não tinha a menor ideia do que vinha pela frente, mas naquela noite ele teve um pesadelo onde o ômega estava preso em uma caixa de vidro e ele não conseguia se aproximar. Acordou assustado e suando, pegou o celular para ver as horas, três da manhã, iria bloquear o aparelho quando notou que havia uma nova mensagem.

"Preciso de você." — Ji

Sorriu ao ler aquilo e se surpreendeu ao receber mais uma, notando que o ômega estava acordado.

Jimin havia acordado no meio da noite com o rosto inchado do choro doido, pegou o celular e pensou em mandar uma mensagem para o alfa. Jimin tinha um plano. Iria contar a verdade, iria falar sobre o futuro casamento.

No final daquela noite, o ômega já estava conformado com o casamento arranjado, ele sempre soube que no final seria assim.

Só pedia mentalmente para voltar no tempo e nunca ter se apaixonado. Não, ele de fato não queria isso, preferia viver triste sabendo que já amou alguém, do que morrer sabendo que nunca amou.

Mas ele tinha, sim, um último pedido. Ele poderia até aceitar passar o resto da vida com um alfa lúpus, mesmo amando o alfa da casa ao lado, mas viveria sabendo que todas as suas primeiras experiências foram com o grande amor de sua vida.

Tomou coragem e mandou:

"Amanhã, quando minha tia sair, venha me ver." — Ji

"Amanhã, assim que o carro da sua tia virar a esquina, eu estarei aí" — Jun

You Are My Cure - Jikook ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora