OS MEDOS DE UM ALFA

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Capítulo 9 - Os medos de um alfa.

Ninguém nunca vai entender o tamanho da dor de Jeon Jungkook. Ninguém nunca vai entender o quanto ele queria aquilo e ninguém nunca vai entender o que ele estava sentindo naquele momento.

Ele só queria poder ajudar...

Por que ele não poderia ser um lúpus como o seu irmão?

Era isso que ele se perguntava, toda vez que olhava pela janela.

A exatos dois dias, Jeon havia chegado da escola e como sempre iria para a casa de Jimin, se ele não tivesse levado um tapa na cara, figurado, assim que viu a cena do quarto ao lado.

Jimin se contorcia no chão, gritava e chorava, e por mais que o vidro tentasse ocultar totalmente o cheiro e o som de sua doce voz, aquilo não estava funcionando. Jeon conseguia sentir o seu cheiro forte e até mesmo ouvir seus gritos e gemidos. O que mais o alegrava era também seu maior medo, assim como o motivo de sua dor.

Jimin gemia o nome de Jeon.

Ele chamava por alfa e Jungkook não poderia fazer nada, por mais que ele quisesse arrombar o quarto e entrar, ele não poderia. Não queria machucar o ômega e também tinha consciência que não seria o suficiente para o cio de um lúpus.

Jungkook nunca teve muitos medos na vida dele, mas desde que conheceu o pequeno, passou a ter dois medos bem grandes.

Quase fobias...

O primeiro era que o pequeno se casasse com outro alfa. O que ele sabia que aconteceria um dia, mas não deixava de temer esse dia mais do que a própria morte e o seu segundo maior medo estava batendo na sua porta.

Ele ouviu os gritos de Jin o chamando e, mesmo com medo, desceu as escadas, porque no fundo sabia que uma hora ou outra teria que enfrentar aquilo e até teria desistido por covardia, dando meia volta e subindo correndo se Namjoon não tivesse o segurado pela camisa, o impedindo de ir.

— Você tem dois segundos para se explicar, alfa. — A beta falou brava, o que causou calafrios no corpo do alfa. Jungkook se encolheu perante a mulher a sua frente, não sabia o que falar, e sinceramente, ela estava com o cheiro fraco de Jimin e poderia facilmente ser confundida com uma ômega.

O cheiro do lúpus estava o enlouquecendo e mesmo saindo da beta, ele não conseguia se segurar e graças a sua imaginação, não conseguia para de imaginar o ômega a sua frente. Teve pensamentos impuros com o seu vizinho e mesmo se sentindo sujo quanto a isso, não conseguia evitar.

Jeon tentou se aproximar para explicar, mas Namjoon o segurou e a beta arregalou os olhos.

— Não se aproxime, seu alfa tarado. — Falou a mulher um pouco mais alto.

— Hey! — Reclamou Namjoon — Não é pra tanto, okay? — Olhou para ela e logo olhou para Jeon. — Você está cheirando a ômega no cio e ele é um alfa adolescente, não controla os hormônios ou instintos. Tente ser compreensiva. — Jeon estava confuso com tal declaração, mas logo ouviu mais um gemido alto da casa ao lado e se deu conta do que eles falavam. Estava extremamente duro no meio da sala de estar, na frente de seu irmão, o ômega dele e a beta tia do lúpus que tanto mexia com sua cabeça. — Afinal de contas... o que está acontecendo? — Perguntou confuso, chamando a atenção do mais novo, que encarou seu irmão tentando o entender.

— Você não está ouvindo ou sentindo? — Seria estranho se ele, um alfa normal, ouvisse algo que seu irmão, lúpus, não ouvia.

A audição do lúpus deveria e é melhor que a de um simples alfa, então por que seu irmão não conseguia ouvir o ômega gemendo seu nome? O alfa poderia imaginar o que o Jimin estava fazendo agora, enfiando o console, fantasiando ser o alfa ali.

Jeon se perdeu mais logo levou um tapa de Namjoon voltando para terra.

— Não to ouvindo nada. — Namjoon afirmou — E tirando o cheiro dela — Mostrou a beta — Também não estou sentindo nada. — Suspirou e olhou para seu ômega — Agora me explica o que está acontecendo? — Pediu novamente, já cansado da situação, olhando para a beta e o próprio irmão.

— É o que eu também quero saber. — A mulher resmungou irritada. — Meu sobrinho entrou no cio... — Suspirou — E não para de gemer e gritar o nome do seu irmão. — Ela deu um passo para frente encarando Jeon com um olhar mortal — Como conhece o meu sobrinho? — Perguntou, era possível ver a raiva nos olhos dela e o alfa engoliu em seco.

— Nós... eu... ele... — Jeon não sabia o que falar e deu graças aos deuses por ser interrompido.

— Pera... se seu sobrinho está no cio... e chamando pelo Jungkook... — Falou Namjoon parando e olhou para o alfa — Acredito que seu sobrinho seja a causa da felicidade e bom humor dele nos últimos dias... — Deduziu juntando os pontos — Por que não deixa eles passarem juntos? — A beta, o olhou assustada e até mesmo espantada, soltando um "nunca" — Por favor... não estamos na idade média, não precisa casar ele virgem. — A tia de Jimin iria explicar, mas o alfa se pôs na frente.

— Ela tá certa Namjoon... — Jungkook falou de cabeça baixa, ganhando todos os olhares — Eu não posso passar o cio com ele. — Afirmou triste, sob o olhar da mulher, que apenas assistia com cuidado a cena — Me desculpe por todo o incômodo. — Pediu ainda de cabeça baixa, fazendo uma reverência para a tia de Jimin em sinal de respeito. — Sei que não deveria ter falado com ele, mas foi impossível. — Jeon estava realmente triste e todos sentiram sua aura pesada no momento.

— Você sabe o que ele é? — Foi a única coisa que ela perguntou e ficou ainda mais assustada quando recebeu a confirmação. — E mesmo assim... não fez nada! — Afirmou o olhando surpresa e admirada.

— Eu pesquisei tudo sobre o assunto. — Admitiu ainda com o olhar baixo — Queria achar uma outra maneira... — Lagrimas já caiam dos olhos de Jeon — Mas... eu não encontrei. — Suspirou, se sentia um fracassado.

Todos o olhavam com pena, Nam e Jin não sabiam exatamente o que estava acontecendo, mas sentiam a dor do mais novo e estavam alarmados pelas lágrimas do alfa.

— Eu sei que não sou o suficiente e nem ao menos sei o porquê dele me chamar... — as lágrimas já saiam com força de seus olhos negros.

— Você contou para alguém? — A beta perguntou recebendo uma negação.

— Nunca contaria... não gostaria de ver outros alfas na sua porta — Segredou fungando, tentando prender o choro.

A beta imaginou o quão difícil deveria ser para o jovem alfa ter um ômega lúpus, chamando pelo seu nome e não poder fazer nada.

Devia ser considerado quase uma tortura.

Ela percebeu também o quão sensível e apaixonado o alfa era, percebeu que ele nunca seria um lúpus, mesmo com a genética, sua personalidade era muito doce e gentil para ser um lúpus.

Por um momento a beta pediu para que o alfa pudesse ser o suficiente, para que ele pudesse ser a cura que seu menininho precisa.

You Are My Cure - Jikook ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora