Capítulo 15 - Amor, I love you

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POV. Carolina

Ok. As coisas estavam começando a ficar diferentes aqui em casa.

Eu havia acabado de acordar. O pó de café havia acabado e eu não notei. Péssima maneira de começar um dia. Sem café para a Carolina.

Fui para a varanda e fiquei encarando os vasos com as plantinhas secas. Eu nunca me lembrava de regá-las. Apenas sempre gostei de acordar e olhar para o pequeno verde que havia aqui.

Acho que nessa altura já perdi o controle de toda a situação.

O que eu vou fazer sem café?

As plantinhas da varanda estavam secando, porque eu não tinha o hábito de cuidar delas. Assim como também faltavam alguns itens em casa, já que eu não tenho tempo para ir no mercado. Era sempre Miguel que fazia essas coisas.

Acho que eu podia superar o café apenas por hoje, afinal era um dia diferente.

Dia das Mães.

Três palavrinhas que me trazem ao mesmo tempo felicidade e estresse. Felicidade porque tenho dois filhos que eu amo muito e faria qualquer coisa por eles. E estresse porque eu teria que ver minha mãe e minha avó.

Minha mãe não dá a mínima para como eu me sinto se eu preciso dela ou qualquer coisa do tipo. Ela só quer dinheiro, coisas pelas quais ela não tem nada a ver para se gabar, como meu emprego de advogada e me criticar por escolhas ruins. Ela não tem por mim nem pela minha irmã o amor que sinto pelos meus filhos. Eu sinceramente nem sei se ela sente amor por nós... ou se somos apenas as únicas pessoas que ela se lembra quando está na merda, sem dinheiro e sem ninguém.

Mas eu não me importo.

Não levo mais as crianças lá. Da última vez que fui com eles para lá, não bastava que minha mãe me criticasse, também criticava meus filhos.

"Ai, mas nessa idade Tobias já devia estar andando. Tem que levar ele num médico, Carolina."

"Luísa, você está ficando gordinha, tem que parar de comer besteira se não, não vai conseguir nenhum namoradinho quando crescer."

Eu rebatia, mas Miguel tentava me acalmar para que eu não batesse boca com a minha mãe e acabar perdendo a cabeça. Não arrumei briga nenhuma, mas isso me serviu de lição para não levar mais as crianças lá.

Enquanto eu pensava distraída na varanda sobre o que eu podia usar como explicação para não levar as crianças na minha mãe no dia das mães, meu filhos brotaram na varanda gritando: Feliz dia das mães, mamãe!

Tomei só um sustinho com essas duas crianças que amo gritando. Nada demais.

Puxei os dois para um abraço bem apertado enchendo-os de beijos.

- Obrigada, meus amores!

- Fizemos um cartãozinho pra você. - disse Luísa, enquanto Tobias estendia para mim.

Sentei no banco da varanda com meu filho em meu colo, enquanto Luísa se sentava ao meu lado encostando sua cabeça em meu ombro. Uma leve brisa batia sobre nós e eu me sentia cercada de amor.

Abri o cartão, que tinha várias colagens bonitas com corações, e dentro havia de um lado um desenho com giz de cera feito pelo Tobias, que era eu dentro de uma casa, e dentro de um coração.

- Que desenho lindo, meu amor. - falei dando um beijo em sua cabeça.

- Lulu falou que você mola no meu colação. - ele disse todo orgulhoso do seu desenho e repetindo o Luísa devia ter falado enquanto faziam o cartão.

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