II- Brad's Store

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Paro na frente da loja e a observo. Vejo uma placa um pouco destruída que estampa em cores neutras "Loja do Brad". Bom saber que as pessoas por aqui são bem criativas. Não importa. Contanto que tenha alguma coisa útil para mim dentro dela, essa loja pode ter o nome que quiser.

Caminho até a porta de vidro, que está suja, e limpo a poeira que a cobre com a mão para que eu possa ver o que tem dentro. Nenhum movimento. Percebo que no canto da porta tem um sino, o que significa que eu com certeza faria barulho ao tentar entrar. Dou algumas batidas fortes no vidro e espero para ver se algum errante aparece. Nada. 

Estranho.

Abro a porta calmante, ouvindo o tintilar do sino, já com a minha faca em mãos e adentro o local. Percorro o estabelecimento com os olhos e noto que algumas prateleiras estão reviradas, mas outras ainda tem bastante comida. Caminho por cada corredor para me certificar que não tem ninguém ali dentro.

Depois de vasculhar toda a loja vou para a parte onde ficam os freezers e encontro algumas garrafas de água. Me pergunto como ninguém encontrou esse lugar ainda. Abro o freezer e pego todas as garrafas colocando-as na minha mochila logo em seguida.

Minha barriga começa a roncar me lembrando que ainda tenho um monte de prateleiras para procurar comida. Decido então ir até o último corredor e começar dali. Ando por ele até achar um canto onde tinha... chocolate! Não acredito no que estou vendo. Nem sei qual foi a última vez que comi um desses.

— Legal

Me abaixo e pego três barras de chocolate que sobraram sozinhas na prateleira. Sorrio ao guarda-las na minha mochila. Me levanto já preparada para ir para o próximo corredor quando escuto um barulho vindo dos fundos da loja. Fico parada por um tempo para ver se capto outro som ou se vejo alguém.

Seria coisa da minha cabeça ou talvez o vento?

Não, se tem algo que aprendi nesse mundo é que é sempre melhor prevenir do que remediar. Por isso, caminho até uma porta com a minha faca na mão. Provavelmente é apenas um errante que ficou preso, contudo não consigo escutar nenhum outro barulho.

Levo minha mão vazia até a maçaneta da porta e me preparo para atacar o errante que estaria atrás dela. Giro a maçaneta devagar e abro a porta rapidamente. Por incrível que pareça nada sai dali e tenta me atacar como eu estava esperando. Olho para dentro da sala e vejo um homem com as mãos para cima e os olhos arregalados me encarando.

— Mas que droga é essa? — digo enquanto aponto a faca para ele e espero que saia da sala.

— Calma, eu não quero problemas. Só estou procurando um lugar para ficar — ele diz, suas mãos ainda sobre a cabeça.

O observo cautelosamente de cima para baixo. Ele não parece uma ameaça, mas ainda assim não abaixo a faca que está apontada na sua direção. Penso em pegar minha arma, afinal ela com certeza seria uma defesa mais eficiente, mas não o faço.

— Também não quero problemas então acho melhor você sair daqui antes que eu te mate — não mudo a minha posição e continuo o encarando.

— Por favor, eu preciso de ajuda. Estou ferido e não encontro ninguém a dias. Pelo menos não vivo — ele olha para baixo e logo depois direciona seu olhar novamente para mim.

— Sinto muito, não posso te ajudar —   passo a vasculhar sua cintura procurando por uma arma — Está armado?

— Não, eu não estou armado. Você... você está com um grupo? — ele se aproxima e dou um passo para trás — Eu sei que não confia em mim, mas eu não vou conseguir sobreviver sozinho. Se você souber de um lugar onde há pessoas se escondendo eu ficaria muito feliz. Não sou muito bom em sobreviver sozinho.

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