2x5 : Revelações

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Isso só pode ser um pesadelo. Mãe? Ainda não acredito. O caminho inteiro de volta pra casa eu estava calada. Lendo e relendo aqueles exames. Matthew me olhava assustado, acho que no fundo pensa que é dele. Não entendo. Eu não entendo. Como? Eu não atrasei a menstruação, eu nem se quer fiz nada sem camisinha. Como?

- Chegamos. - Matt falou baixo enquanto estava parado na minha garagem.

Nem reparei, apenas olhei e voltei a reler os exames.

- Cathe, chega, é uma notícia inesperada mas você fez exame de sangue, não tem como dá errado. 

- Eu só não entendo. Eu nunca fiz sem camisinha, eu nem me atrasei.

- Talvez a menstruação não seja nada, minha tia menstruou os nove meses gravida da minha prima. - Ele me olhou com uma expressão que tentava me tranquilizar.

- Ótimo, ainda bem que moro sozinha se não meu pai me expulsaria de casa. - Suspirei e respirei fundo em seguida. - O que eu faço? Eu não sei cuidar de ninguém, nunca cuidei de criança, eu nem sei segurar no colo. - Passei a mão no rosto nervosa. 

- Ficar nervosa só vai piorar, além de todo o mal que aposto que essa criança já passou, muito álcool, nenhum exame apropriado, nenhuma ultrassom, nada, fora mal alimentação, você tá com anemia também.

- Isso é meio sua culpa, muitos dias não tinha tempo de nada você me chamava e eu apenas ia. - Falei em um tom de brava, sem nem perceber mas suspirei. - Desculpas, eu tô nervosa. 

- Cathe, não quero piorar mas quem é o pai? 

- Eu não sei, não tenho coragem de pedir teste pro Rafael, e eu transei com você faz tempo já.

- São semanas, você ouviu, eu posso ser o pai, o que eu faço?

- Se for seu assumir, não é tão dificil, eu vou ter essa criança, eu vou ficar horas em trabalho de parto, eu tenho que enfrentar minha família que talvez seja a última vez que falem comigo, e eu preciso enfrentar o Rafael, como explicar? Isso se ele não fugir, eu preciso pensar. Obrigado por hoje. 

Beijei sua bochecha e saí do carro entrando dentro de casa. Eu não sei o que pensar. Rafael e eu estamos indo bem, mas eu tenho cem por cento de certeza que ele não quer um filho agora. Ele é festeiro demais pra ser pai. Eu sou festeira demais pra ser mãe. Como eu posso digerir isso tudo? Eu seriamente penso em tirar, um aborto agora seria a coisa mais certa a se fazer, não sou a favor, mas não imagino quem pode ser. Eu não sei o que fazer. 

E foi com essa neurose que eu adormeci no sofá. Não comi, não troquei de roupa, apenas dormi. Não é apropriado, eu agora sou mãe, preciso pensar nesse fato, mas é algo que nunca imaginei, nunca quis ser mãe, ou então mãe tão cedo. 

Acordei horas depois, já tinha amanhecido. Era seis e meia da manhã, acordei muito cedo. Passei a manhã inteira pensando no que fazer. Eu realmente não sei o que fazer. Combinei que iria almoçar na casa dos meus pais e os dois concordaram, pensei em chamar a Hillary mas talvez eles joguem a sobremesa na minha cara, quis evitar isso, mas não perdi tempo. Já contei tudo pra mesma, na qual combinei depois do almoço, depois de ser expulsa da família outra vez. 

Me troquei e dirigi até o local. Eu estava muito nervosa, com medo, e até mesmo tendo um pouco de crise de ansiedade, mas isso não me faria bem. Eu estava tomando um suco de laranja, a médica me fez uma lista na qual o que devo beber e comer pra ajudar na minha anemia e fortalecer o bebê. Estacionei e desci do carro me tremendo dos pés a cabeça, minha mãe sorriu ao me receber e meu pai sorriu de dentro da sala, onde assistia televisão com o Harry.

Fuck Me, Daddy!!Onde histórias criam vida. Descubra agora