Meu corpo estava em chamas internamente, o ardor é agoniante impedindo o prosseguir de meu sono. Meus dedos estavam dormentes e minhas pernas puxavam com dificuldade o restante de meu corpo, como se pesasse uma tonelada.
inda assim resolvi ir até o jardim em busca de um pouco de ar puro para que meus pulmões pudesse funcionar corretamente e os pensamentos de um rapaz no fim de sua adolescência vieram a tona em sua crise existencial.Uma coisa que nunca saia de minha mente era imaginar como seria minha mãe...nunca me foi dito muito sobre ela, o máximo fora de que morrera em meu parto.
Será que eu me parecia com ela? Será que ela me amava? Será que...ela se arrependeu de ter me dado a luz?
Meus pensamentos são interrompidas quando ouço um barulho vindo de fora dos negros portões e sem entender muito observo aquela cena imóvel. Uma garota salta por cima do portão caindo em meu território.
— Droga... — ela se levanta resmungando e eu dou um passo para trás assustado.
— Quem é você e o que está fazendo aqui...? — sinto minha respiração falhar. Eu estava com medo.
Ela só nota minha presença quando eu falo, era uma mulher de cabelo prata e olhos cor de framboesa, com um vestido revelador um pouco rasgado, a boca sangrando e um corte em seu braço, me deixando ainda mais assustado com sua fisionomia e o sangue em sua roupa.
A mulher saca uma adaga escondida em sua coxa e a aponta para minha pessoa em um reflexo, considerando-me uma ameaça, até que ao me olhar ela se assusta deixando a adaga cair.
— Que tipo de monstro é você?...
Eu estava tremendo — agora não apenas pelo livro. Desde meus treze anos não tive ninguém além de minha irmã e meu primo, estão não estava acostumado com outras pessoas, principalmente uma pessoa com uma arma. Uma vez que todos os estranhos armados de minha lembrança tentaram tirar-me a vida.
— Vá embora daqui...saia daqui — eu grito tropecando em meus próprios pés e caindo no chão.
A garota demonstra medo de que meus gritos chamem atenção dos que a perseguiam, então se aproxima bruscamente tentando fazer com que eu me cale.
— Por favor pare de gritar!
— Não chegue muito perto — me levanto seu jeito. — Você também veio tentar me matar?
Ser atacado por assassinos já fazia parte do meu dia a dia, mas ainda assim era algo assustador de se vivenciar. A maldição — que ao mesmo tempo o causava absurda dor, o protegia de um assassinato — se acionava quando o assassino conseguia realizar um toque direto com o príncipe, matando o violador brutalmente, mas aquele não seria o caso.
— O que? Por que eu mataria você? Você é bizarro, com certeza, mas não mataria você por isto, criança.
Com a maldição dada aos treze anos, meu corpo parou de crescer. Sendo assim, mesmo com dezoito anos de idade recém completos, eu ainda parecia uma criança de apenas treze anos.
— Quem é você? — a lanço uma mirada rígida, não típico de uma criança como aparentava ser.
— Angel, sou da resistência contra a coroa — ela fala em uma postura, como se estivesse orgulhosa de suas palavras e logo me olha com uma sobrancelha levantada — E quem é você?
Como ela se mostrava contra a monarquia, resolvi não revelar minha identidade, pois acredito que meu nome sequer era citado e poucos sabiam qualquer coisa a meu respeito, a respeito do príncipe bastardo que foi amaldiçoado por "meus pecados".
— Abel. Meu nome é Abel.
— Que nome diferente — a prateada sorri e meu medo diminui um pouco. — Tem mais alguém aqui além de você? — fala olhando ao redor como se quisesse conferir.
— Eu vivo sozinho — sabia que era arriscado dar tais informações, mas se ela quisesse me matar, não conseguiria mesmo se tentasse.
— Que? Uma criança sozinha neste casarão? — ela falava com uma camponesa, era engraçado de ouvir, mas não poderia ficar muito perto dela.
— Peço que por favor retire-se, não sei quem a perseguia, mas não tem como alguém vir por aqui.
Estas palavras não deixavam de ser uma verdade, afinal, ninguém sequer sonharia que alguém entrou por vontade própria no palácio amaldiçoado.
— Vá embora! — reforça seu pedido.
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O Príncipe Cruel {Concluído}
Historical FictionEssa é a Primeira história de T.M, a escrevi quando ainda era criança e por isso não é uma de minhas obras favoritas, mas espero que vocês possam desfrutar na medida do possível. Os convido a ler as histórias atuais, garanto que será divertido.💛 In...