Onze anos/Parte 2

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— Recebam Príncipe Caim Santorini Piargentine Hosson Allew Naftalia — quando o anunciante fala meu nome, percebo os olhares se voltando para mim...Fico um tanto tímido e vou um pouco para trás de meu pai.

— O que está fazendo? Ande, vá logo — ele me empurra para que eu saia de suas costas, abaixo a cabeça descendo a escadaria de forma retraída até me encontrar no imenso salão.

Vários homens de meia-idade com detalhes de ouro e prata em suas vestimentas vinham ao meu encontro, falam várias coisas que eu não entendia e então apenas esboço um sorriso envergonhado. Esar cercado de velhos gananciosos não era bem o dia ideal de uma criança de onze anos.

— Príncipe? — ouço uma voz pueril como a minha e me viro na esperança de ser minha irmã ou Alan, meu único amigo neste lugar, porém não era, era uma pequena donzela de longos fios castanho claro e olhos verdes.

— Sim...? — falo um tanto tímido e desvio meu olhar rapidamente para o Rei, que me observava com desdém.

— Minha mãe me pediu para o convidar para tomar um chá em nossa residência, aceitará não é? — a pequena garotinha sorri de forma amável e o herdeiro lacônico apenas concorda com a cabeça sem pensar muito no assunto — Ah, isto é ótimo, ficarei feliz por sua companhia.

A menina se mostra empolgada, o que aumenta a confusão do garotinho. Ela mexia na trança de seu cabelo e o olhava com um sorriso afável, fazendo as bochechas do herdeiro ficarem semelhantes a um morango.

Os dois pareciam se dar bem até uma sombra se formar atrás do Príncipe e, ao olhar para trás, o jovem dá de cara com sua mãe em um semblante não tão agradável.

— Poderia falar com meu filho a sós? — a simulada Rainha coloca um lindo sorriso em seu rosto acariciando a cabeça de seu filho.

— Sim, minha Rainha — a pequena donzela, treinada de forma impecável por seus pais demonstra uma perfeita reverência, segura seu vestido e vai em direção a seus familiares contar a novidade.

— Mamãe, eu… — antes que o mesmo pudesse falar é interrompido pela fala da rainha.

— Cale-se, em vez de perder tempo com crianças deveria papear com os Aristocratas importantes — falava de forma rígida a azulcrinante Rainha, esquecendo da meninice de seu filho.

— Sim, mamãe...— o pobrezinho abaixa a cabeça mexendo em suas mãos um tanto nervoso.

— E pare de olhar para o chão, o futuro Rei sempre deve estar com a cabeça erguida, pare de me envergonhar — em seus olhos uma fúria era evidente, o garotinho engole seco e acena com a cabeça segurando seu tremor.

O Rei em seu trono, apenas observa a cena que não podia ouvir mas já imaginava do que se tratava, sem mostrar qualquer simpatia de sua parte e desliza seu olhar para todos no salão. Rainha, depois de tais comentários desnecessários, volta ao lado de seu marido, se sentando à sua direita.

O Príncipe Cruel {Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora