Condenado a viver neste palácio abandonado, tive que aprender algumas coisas por mim mesmo para conseguir sobreviver. Como fazer um pouco de comida ou me banhar por conta própria, isto quando meu corpo não se revoltava contra eu mesmo e a dor era tão grande que levantar-me se tornava um verdadeiro desafio.
Raramente saia de dentro do palácio, mas quando me aventurava pelo jardim, podia ouvir sons de carruagens se movendo e isso me enchia de curiosidade sobre o mundo lá fora, mesmo que eu nada podia ver já que os portões eram escuros como carvão.
— Abel? — a voz familiar das únicas pessoas que vinham me ver nos últimos anos enchia meu coração de ternura.
— Estou aqui... — ainda com voz fraca mostro minha presença diante de minha irmã e nosso primo que sempre a acompanhava. — Santiana, Philippe — um pequeno sorriso se forma em meus lábios, eles são as peças que impedem a locura de minha solidão.
Eles são os únicos que não tiveram medo da minha forma atual, metade do corpo repleto de uma escrita estranha com marcas negras profundas que faziam jorrar sangue e olhos nublados que faziam com que eu não pudesse ver seus rostos plenamente, e eles não se aproximavam de mim, mas não por nojo e sim por respeito a meu pedido.
Pois mesmo que fosse um boato a contagiação de sua maldição, mas poderia permitir correr este risco com pessoas tão boas. Abel não sabia nada sobre magia, nunca foi ensinado a respeito de sua complexidade, então nada era uma certeza. E se realmente fosse contagioso?
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O Príncipe Cruel {Concluído}
Ficção HistóricaEssa é a Primeira história de T.M, a escrevi quando ainda era criança e por isso não é uma de minhas obras favoritas, mas espero que vocês possam desfrutar na medida do possível. Os convido a ler as histórias atuais, garanto que será divertido.💛 In...