Capítulo XIII

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Neste momento, nada mais importa. Não quero saber do homem morto que me persegue incessantemente, nem da razão de continuar aqui, em vez de ir para a luz.

Agora, neste momento, a minha melhor amiga está com uma agulha espetada no braço pela terceira vez hoje. E pior: é por causa da irmã dela, que está tão doente que precisa de uma transfusão de sangue.

Ela estava tão tensa das primeiras duas vezes que não lhe conseguiram tirar uma gota de sangue do braço. Desta vez, segurei-lhe na mão (do braço bom) e até agora, tudo bem (exceto pelo facto de ela parecer uma maluca a segurar o ar com a mão, mas enfim).

Finalmente, a enfermeira diz as tão esperadas palavras:

- Já acabou, pode sair, menina Brown.

Trémula, ela levanta-se da cadeira onde esteve sentada na passada meia hora e dirige-se à sala de espera, para chamar o Brad, que também se tinha voluntariado a dar sangue.

Por agora, os médicos vão apenas recolher o máximo de amostras possíveis de sangue. Depois, vão ver os compatíveis com o da Lara e fazer a transfusão. Esta é uma das muitas vezes desde que morri que o que mais desejo é estar viva, para poder tirar sangue também.

- Sente-se e espere só um pouco que eu já volto. - informou a enfermeira, arrancando-me à força dos meus pensamentos.

Enquanto a mulher não vinha, olhei para o Brad. Ele parecia nem notar que eu estava ali, e o seu olhar estava fixado num poster na parede da sala a dizer "Dar sangue é dar vida!", mas ele não estava propriamente a vê-lo. O Brad parecia com medo, mas não da seringa, e sim da doença da Lara.

Não nos disseram exatamente que doença era, nem sequer o nome, apenas nos informaram de que a Lara ia precisar de uma transfusão. De uma certa maneira, tudo parecia muito suspeito.

- Okay, vou agora tirar-lhe alguns mililitros do seu sangue. - disse a enfermeira, que voltou sem nenhum de nós dar conta. Depois esperou. Por uma confirmação do Brad, talvez. Mas vendo que ele nem se mexeu, enfiou a agulha no braço dele e tirou o sangue rapidamente.

Assim que pôde, o Brad levantou-se da cadeira e, com uma rapidez impressionante, andou até à sala de espera e foi ter com a Elisabeth. Vendo que a minha presença não era bem vinda aqui, desmaterializo-me e penso pela centésima vez: "Por favor, que a Lara fique bem! Por favor, por favor, por favor!"

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