Os resultados das análises tinham chegado. Íamos finalmente saber se a Lara ia poder fazer a transfusão de sangue que tanto precisava.
Já estávamos no hospital há algum tempo, por isso, quando o médico finalmente apareceu, a Elisabeth levantou-se de um pulo e olhou o homem esperançosamente. Por fim, e com alguma atrapalhação na voz, o médico disse:
- O Brad é compatível com a Lara.
Os olhos da Elisabeth arregalaram-se e ela pulou para cima do Brad, num abraço, enquanto gritava:
- Oh meu Deus, oh meu Deus, oh meu Deus!! Nem consigo acreditar!!
O Brad ficou um pouco atrapalhado, mas logo retribuiu o abraço, enquanto dizia que a Lara ia ficar bem, e que nós a íamos conseguir salvar. O médico disse alguma coisa que eu não percebi, e a Elisabeth respondeu, mas eu nem ouvia nada, com toda a euforia que pairava no ar.
Ao chegar a casa da Elisabeth, o Brad caiu pesadamente no sofá e eu repeti que não acreditava que íamos salvar a Lara, pela 5ª ou 6ª vez naquele dia.
- Bem, já é uma da tarde e eu estou com fome! - disse a Elisabeth de repente. - Almoças cá, Brad?
Não ouvi a resposta do Brad, absorta nos meus pensamentos. Havia algo na minha cabeça que gritava "Não, alguma coisa não está certa!", e podia sentir o mesmo pensamento na cabeça da Elisabeth.
Depois do almoço fomos ver a Lara ao hospital. Ela já estava bem melhor. O rubor das suas bochechas voltara e o brilho dos seus olhos estava mais brilhante do que o habitual. Foi-nos informado de que a Lara ainda ia ter de passar a noite no hospital, mas que, em princípio no dia seguinte, de manhã, podíamos ir buscá-la, visto que já tinham recolhido o sangue que precisavam do Brad, juntamente com uma grande quantidade de testes para ver se ele era saudável.
*** *** ***
No dia seguinte, no hospital, a primeira coisa que o médico fez quando nos viu foi dirigir-se ao Brad e dizer-lhe:
- Tem algum grau de parentesco com estas meninas?
Primeiro, pensei que se estava a referir a mim e à Elisabeth, mas depois percebi que ele estava a falar da Elisabeth e da Lara.
- Como um irmão, por exemplo? - disparou a Elisabeth.
- Bem, isso não sei, mas num dos testes que fizemos ao senhor Williams reparámos que a composição do seu sangue é bastante similar à da menina Brown. Estaria disposto a fazer um teste de ADN? - perguntou o médico.
A Elisabeth empalideceu de repente. Acenou rapidamente com a cabeça em sinal de confirmação, gesto que o Brad repetiu.
- Bem, visto que ambos estão de acordo, podemos fazê-lo já. Por favor sigam-me.
Percorremos alguns corredores, que me pareceram iguais, durante uns 10 minutos. Finalmente, chegámos ao fim daquele labirinto gigante que era o hospital, e entrámos por duas portas de metal com vidros a dizer "Laboratório".
O procedimento foi simples. Foi-lhes dado uma espécie de cotonete (que vim depois a saber que se chamava zaragatoa) que eles esfregaram na parte interna da bochecha. Depois foi recolhida a amostra de ADN com cuidado por duas senhoras de bata branca.
- Dentro de 2 a 3 dias úteis, enviar-vos-emos uma carta com os resultados. - informou uma das senhoras.
Eu nem conseguia acreditar. Se o Brad fosse realmente o irmão da Elisabeth, tudo seria diferente a partir de agora.

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Is This The End?
ParanormalSe ela não tivesse atravessado sem olhar. Se ele não estivesse bêbado. Se a mãe dela não a tivesse proibido de sair de casa. Se o patrão dele não o tivesse despedido. Se isso não tivesse acontecido, ela estaria viva. Mas ela não está. Copyright © C...