conto 10

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Segunda-feira, dia de gozar e fazer gozar, aliás esse tem sido o tema de todas as minhas segundas, com sexo ou sem sexo, faça chuva ou faça sol, segunda-feira pra mim é um dia de manter o astral lá em cima. Se tiver alguém pra me ajudar ficar pra cima então, aí é que o negócio rende. E rendeu por um bom tempo. Põe bons tempos nisso. Ela era assim, uma mulher super auto astral, longe de fazer o tipo feme fatale, mas que sabia muito bem se portar quando o assunto era sexo gostoso e experiente. Principalmente pelo fato de ela ter quase o dobro da minha idade e de ser casada a tanto tempo quanto o que eu tinha de vida. Eu muito jovem, solteiro, tímido, ela casada e safada, mas discreta. Fizemos um pacto de resistirmos um ao outro e nos comportamos sem dar bandeira. Sem beijinhos nem abraços na hora de nos cumprimentarmos. Mas é óbvio, que em certos momentos é difícil resistir  a tentação de ver aquela que o seu objeto de desejo ali tão factível, tão ao seu alcance e você simplesmente ignorá-la fingindo não estar enfurecido de tesão. Esse tipo de jogo sempre foi minha fascinação. Ela é claro, jogava muito bem. Ninguém, principalmente o seu marido, nunca poderia imaginar o que acontecia durante as viagens que ele fazia a trabalho semanalmente. O  marido dela é um vendedor técnico de equipamentos, que após anos de casamento estava naquela fase gélida. Ele vivia viajando pelas cidades vizinhas e sempre estava cansado. Ela, embora muito condescendente, precisava de novas experiencias pra preencher seu tempo e quem sabe assim sua solidão. Assim nos conhecemos. Ela fazia balé na asa norte, quando a vi de longe, não sei dizer o que exatamente chamou minha atenção, mas ela despertou meu olhar.. que logo vi, também lhe atraiu. Eu sei que não sou bonito, não sou alto, sou apenas um moreninho com alguma atitude, que não vejo mal algum em satisfazer pequenos caprichos.. A conheci numa dessas palestras que rolavam na CDL. Notei discretamente que usava uma aliança, mas percebi outros detalhes que as roupas escondem e imaginei despindo o seu corpo, assim  como eu sei que as mulheres sempre percebem esse tipo de olhar disfarçado. Nesse dia em que conheci aquela mulher quase perfeita, não senti sono ao assistir a tal palestra no horário de almoço. Assisti ela, seu modo de sentar, sua postura, seu jeito de mexer no cabelo, tudo na maior discrição possível. Após a palestra conversamos um pouco, mostrei algum interesse por dança coisa que até hoje não aprendi e alguns dos meus conhecimentos de música clássia sim! Eu ouvia música clássica!. Descobri que ela morava no guará e trocamos telefone. E alguns dias depois, após deixar suas filhas na escola, parou seu carro na frente da meu trabalho, intuitivamente olhei pela janela da sobre loja e a vi saindo do Citroen vermelho. Não sei bem porque mas levei um susto, como se eu já tivesse feito algo de errado. Logo em seguida, o telefone toca. A moça da portaria anuncia a sua chegada perguntando se ela poderia subir. Fiquei receoso, nós ainda não tínhamos trocado nenhuma mensagem, nenhuma ligação. Eu concordei, abri a porta e esperei. Como de praxe, era horário de almoço e eu, simples estagiário estava sozinho na sala da assessoria jurídica. Ao chegar na porta seu semblante sério se desfez. Ela riu, com aquele sorriso lindo, aquele que todo mundo gosta de ver, gente que ri com os olhos, maravilhosamente encantadora.. Parou na porta, convidei-a para entrar, me perguntou se estava atrapalhando e justifiquei que estava sozinho e à toa esperando minha supervisora voltar do almoço. Ela entrou. Com naturalidade, fechou a porta, nos sentamos próximos numa mesa redonda no canto da sala. Embora eu estivesse com o coração comprimido, sentindo uma taquicardia suave, temendo que algo acontecesse ou que alguém simplesmente entrasse na sala. Bobagens da minha cabeça. Entre sorrisos e comentários supérfluos  ela me cobrou as ligações. Já que eu tinha seu número por que então ainda não havia ligado? Respondi que foi o receio de incomodá-la ou de deixar algum interesse subentendido.- Que mal teria? - Ela continuava

Numa piscadela de olho respondi segurando sua mão e apontando para a aliança. Em sinal de concordância ela balançou a cabeça, com um leve sorriso, se inclinou em minha direção enquanto passava a outra mão no meu cabelo. Confessou que eu tinha atraído sua atenção, que era mesmo uma mulher casada, mas que ficara encada com a discrição. Antes que eu dissesse qualquer coisa me perguntou se eu não notei o mesmo interesse e disse que não via mal algum em manter um relação amigável, sem maldade, afinal que mal há num simples flerte? Com muita classe, ela agora tinha despertado muito mais do que meu desejo. Eu estava curioso pra saber até onde isso iria dar. Meio assim de supetão  não me contive em elogiar seus seios (estava com uma blusa semi transparente, rosa-clara, deixando-os quase à mostra), lhe falei sobre o quanto fiquei inebriado por seu modo de andar, de conversar, até mesmo de se sentar. Eram elogios sinceros, eu disse o quanto me impressionava seu porte, seu corpo, enfim, todas aquelas coisas maravilhosas que nós homens sabemos dizer a uma mulher quando estamos a fim dela. Ela pareceu um pouco nervosa, ou ansiosa, suas mãos levemente tremulas e seu rosto com um lindo sorriso de satisfeita. Me disse que nem imaginava isso tudo. Disse com um ar de decepção que seu marido nunca lhe dissera nada daquilo, me contando um pouco da sua relação morna. Toda mulher sabe que às vezes chamam a atenção de nós homens. Quando sabem bem vestidas e até em companhia dos seus maridos. Vocês percebem nossos olhares e sorrisos furtivos. Não é preciso nos julgar cafajestes  É instintivo.  As pessoas gostam do que não tem. Em meio as mãos dadas nessa simples conversa a hora passou voando. Mudamos de assunto e brincando, ela me cobrou a ligação: 

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