Os pés tocaram a água, como uma lembrança esquecida mas ainda viva que ardente na memória, Arya se despiu na margem e pulou para dentro sem cerimônia. Seu corpo doeu e as pernas se foram, a calda majestosa em tons azul marinho surgiram seus cabelos dançando com a correnteza. Ela respirou fundo submersa, seu poder restaurado. Sua magia estava forte, abriu os olhos e estavam com duas fendas na íris. Sua força era a única coisa que sua família teria como apoio.
Indo até as profundezas do Lago Lyn, finalmente Arya chegou ao caos. Sereianos contra Sereianos, Tritanos contra Tritanos, um povo divido pela luxúria e a vingança. A sereia desviou da maioria sorrateiramente indo pelas sombras dos corais e estruturas da cidade marinha, mas um ou outro renegado a viu, tentaram atacá-la mas sua força era três vezes a deles, ela quebrou seus pescoços sem maiores esforços e não chamando muita atenção. Entrou pelos fundos do castelo, nadando o mais veloz que podia para chegar aos aposentos das princesas.
Como esperado, camas vazias, sem sinal de Mérida ou Niara. Um aperto se instalou no coração da sereia, suas irmãs tinham que estar em algum lugar, e pelos deuses que não seja com Killian. De volta as longos corredores, Arya começou a procurar Dorothea, como ela pode deixar chegar a este ponto? Crianças tinham sido assassinada, corpos por todos os lados, mães e pais, mortos. Então ela ouviu um grito, e uma sequência de palavras, era uma língua atinga, Kraken. Só uma pessoa era fluente em Kraken. Dorothea.
Seguiu o som até a mais alta das torres, do lado de fora mar aberto, Dorothea lutada com sete espadas e um tridente dourado e gigante, seus olhos estavam completamente verdes e seus dentes afiados, em sua forma mais assombrosa ela lutava contra um exército de criaturas amaldiçoadas e os tritanos que as controlavam.
- Onde estão as minhas irmãs!!! - Esbravejou alto e estridente para Dorothea, Arya se aproximou lutando contra o que a mãe lutava mas seu foco ainda era a rainha.
- Não podia estar aqui, desertora!!!
Neste mesmo momento, um tritano vinha com um machado arrancar a cabeça de Dorothea que tinha se distraído, mas Arya foi mais rápida tomou uma das espadas da mãe e a enterrou entre as costas e o coração do soldado.
- É o meu povo, minha família. - Disse entre dentes.
Dorothea a olhou por um instante, mas nada disse apenas se virou e voltou a lutar, mais uma Horda havia chegado, eles eram muitos. Arya desceu e continuou a procurar pelas irmãs tentou concentrar seu pensamento nelas, se tinha visto Mercúrio e tudo que estava acontecendo, deve ser por que elas queriam lhe mostrar, era um pedido de socorro. Algo se moveu entre um coral de pedras enormes que ficavam bem abaixo da cidade marinha, ali era mais frio e a guerra era abafada pelo silêncio e o escuro do lugar. Tinha alguém a observando se movendo nas sombras, ela podia sentir.
- Eu estou aqui. - Murmurou.
Arya se virou na certa que daria de cara com seja lá quem lhe observasse, mas não tinha nada.
- Olhe com mais atenção. - Disse a voz novamente.
Arya foi mais a fundo e das sombras saiu um tritano forte e cheio de tatuagens nos dois braços, símbolos que marcavam sua trajetória de disseminação de dor. Os cabelos pretos jogados para trás, os olhos violeta como cristal, seu rosto era fino e acinzentado, a calda sinuosa em um tom negro como penas de um corvo.
- Mercúrio. - Afirmou a sereia.
- Já faz muito tempo, não é querida?
- Não foi suficiente para mantê-lo longe.
- Não seja rude. Eu fui convidado para cá.
- Um convite tentador imagino. Vingança, justiça com as próprias mãos, a coroa dos Sereianos.
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A Herdeira Mestiça
FantasyVítima de um assassinato mal executado, Mariah despertará para um novo mundo, guiada por um encantador vampiro até a ilha dos sobrenaturais. Ela precisará fazer uma escolha decisiva que mudará o rumo não só da sua história mas a de todos em Elys.