ATAQUE AOS REIS

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Montanha Dos Elfos

A torre sudeste do palácio era a mais a alta de todas, quase tocando as nuvens, dali era possível ver toda a extensão do reino dos elfos, em toda sua beleza e tranquilidade. Arwen estava lá já havia um tempo, em guerra com seus próprios pensamentos.

- Você finalmente conseguiu. - A voz de Miriel estava embargada. - Colocou nossa filha em uma jaula. Como um animal.

- Eu estou protegendo ela. Protegendo nosso povo. - Disparou ele, sem o mínimo de alteração.

- Ártemis estava certa, você não quer nos proteger, quer nos manter presos aqui, na montanha.

- E o que você quer que eu faça? Desça? Com todo nosso povo, para vê-los morrer como na época da minha avó Lilian? Ou quando Dasthur meu pai, nos salvou?

- São outros tempos...

- Reis disputando pelo poder, lobos e vampiros em um banho de sangue, inocentes morrendo a troco de nada!! - Gritou Arwen. - Para mim, parece o mesmo tempo. Só que desta vez, não falharei com nosso povo. E se é preciso manter minha própria filha presa, pelo bem de todos. Eu o farei.

- Está errado Arwen, e espero que perceba, depressa. - Miriel engoliu as lágrimas que começavam a inundar seus olhos, e partiu para dentro do palácio.

[...]

- Está acordada?

Vartan estava sério, usando o uniforme de general, os cabelos molhados, e carregava uma cesta de frutas pequena, dispensou os guardas da prisão. E sentou-se ao lado da cela onde Ártemis estava.

Ele esperou mais ela, o ignorou.

- Não pode ficar assim comigo, eu sigo ordens. Se ajuda, eu tentei convencer seu pai que isso não era necessário.

Ártemis estava sentada no chão, abraçada aos joelhos. Ela levantou a cabeça, a expressão entediada.

- Sério? Eu imagino como deve ter implorado. - Revirou os olhos.

Vartan empurrou a cesta para dentro da cela.

- Então você fala.

- O que é isso?

- Comida, já faz um tempo que não come.

- Deve ser porque, eu estou presa, há meses, a mando do meu próprio pai.

- Ártemis, você planejou, ajudou e lutou contra a coroa, por um grupo de assassinos.

- Eles, não são assassinos. Aquele guarda, não foi morto por nenhum deles.

- Como pode ter tanta certeza?

- Porque eu vi o que podem fazer Vartan, havia verdade entre eles. Confio neles e sei que jamais atacariam sem motivo. Meu pai está errado, todos vocês estão.

- Olha, eu sei que você acredita naquela bobagem de profecia e...

Vartan foi interrompido, por um tremor forte demais que o fez cambalear, pareciam explosões, logo muitos gritos inundaram a cidade de prata. O general arregalou os olhos para a princesa.

- Me tire daqui, agora!! - Exigiu.

Vartan sem hesitar, abriu a cela. Mais explosões e tremores fizeram pedados do teto caírem, eles desviaram, cheios de poeira, correram para fora. O caos havia tomado o reino dos elfos, casas em chamas, vários rostos desconhecidos atacando e massacrando famílias. Ao longe Ártemis viu um grupo menor liderado por um homem que carregava uma espada de ouro brilhante, da qual nunca tinha visto.

- Vartan, acho que é uma boa hora para devolver meu arco e flecha.

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