DOCE VENENO

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"Uma mulher de coração partido é capaz de quebrar ossos"

Lucinda invadiu a sala de banho da rainha Íris furiosa, mas quando viu a expressão reprovadora da soberana, abaixou a cabeça como se deve fazer com quem é superior a você. A mulher esguia estava em uma banheira cheia de rosas e leite, seus cabelos eram véus negros que caiam para fora da banheira, seus olhos estavam quase, brancos e as pupilas mínimas. Servas com os rostos cobertos pelo mesmo capuz que todos os criados usavam estavam andando de lá para cá arrumando e ajeitando as coisas conforme a rainha ordenava, Lucy esperou a aprovação da mesma para se aproximar. Ela se ajoelhou nas escadinhas de madeira, na altura da banheira, algumas mechas ruivas pendiam de seu penteado isso graças aos puxões do príncipe.

-Posso saber por que interrompe meu banho? -A mulher tinha a voz melódica.

-Pedro não me quer como esposa. -Sussurrou ela em um fio de voz.

-Pedro é petulante, e autônomo demais. Lorenzo cometeu um erro em deixá-lo fazer o que bem entende. - A voz cortante de Iris fez com que Lucy pensasse que estava arranjando uma aliada.

-Então me ajudara? Digo, a convencê-lo? - A mulher sorriu, como o gato de Alice.

-Acha mesmo que pode me suceder?

-Serei uma rainha digna senhora, conheço tudo sobre os Molfenter e a forma como exercemos o poder. -A menina se sentiu orgulhosa de ter passado horas estudando na entediante biblioteca.

-Então terá que provar isso. - A mulher estreitou os olhos.

-O que devo fazer?

-Quero Mariah Graig morta. - A menina se pôs de pé rija.

-Posso ao menos saber o motivo?

-Quer ser Rainha me entregue a cabeça de Mariah e a coroa é sua.

Lucy ficou confusa mas não fez perguntas, de que lhe importava Mariah, queria o trono e ainda mais queria Pedro.

[...]

As duas últimas horas ao lado de Thomas tinham sido cruciais, Mariah estava atenta a tudo que o menino simpático lhe contava sobre Elys, a impressão que ela tinha era que Thomas via o lugar como um lar, um paraíso na terra. Falou sobre as leis implantadas há milênios pelos Acordos e de como funcionava a lei dos territórios. Eles subiram por uma escadaria em espiral que levava a uma torre no lado sul do castelo, de lá Mariah pode visualizar toda Elys, Thomas ao seu lado parecia deslumbrado.

-Ali é a Aldeia Knowa. Onde vivem os Lobos.

Thomas apontou para o norte onde as colinas eram mais baixas e um vasto campo se estendia, tinha menos árvores por ali, várias cabanas de diversos tamanhos se espalhavam cada qual tinha uma fogueira acesa no quintal.

-Não há rixa entre as duas raças? -Perguntou a menina encabulada.

-Houve um tempo que sim, os encontros de Vampiros e Lobos eram banhados em sangue e destruição. Mas os tempos mudaram. - O rapaz se virou para Mariah.

-O que mudou? - A menina estreitou os olhos.

-Os Acordos. Muito antigamente andávamos entre os humanos nos disfarçando e fugindo da perseguição, mas a coisa começou a se alastrar e quando vivos, feiticeiros, lobos, vampiros e qualquer outro sobrenatural estavam sendo caçados e mortos , estávamos em risco .Então Rei Eurin o primeiro Vampiro de todo o nosso legado encontrou Elys, um lugar neste mundo mas sendo outro mundo. Entende?

A menina apenas fez que sim e olhou em volta, era tudo tão belo e terrivelmente assustador.

-Venha, vou lhe mostrar o que se esconde lá embaixo nas águas profundas.

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