Todos já estavam prontos, cobertos por suas armaduras, carregando seus brasões em cada uma delas, os monarcas, os knowa, os feiticeiros e os mestiços que tinham ganhado seu próprio brasão, uma árvore divina da cor vermelho sangue, pois pelo sangue se tornaram unidos. Foi que disse Mariah semanas atrás quando lhes deu tal presente. Uma identidade era do que precisavam. Suas espadas estavam em punho, seus escudos e lanças também, os estandartes apontados aos ventos. O sol se despedida beijando o horizonte como se abençoasse a partida daqueles que se iam. Sob o céu alaranjado como fogo, Pedro e Thomas estavam lado a lado, em seus uniformes de soldado não de Payne, não com o brasão dos corvos. Eram Generais da nova era, não tinham estandarte, somente a coragem os precedia e todos diante deles respeitavam sua posição. Esperavam apenas Mariah que por sua vez não apareceu. Em vez disso, Lis D'Blair a feiticeira vinha com sua brilhante armadura prateada, os cabelos presos em uma longa trança, o elmo carregado deixando do braço, os olhos azuis penetrantes, ela foi até os dois e os olhou com severidade.
- Está na hora. Devemos partir.
- Onde ela está? – Pedro ficou ansioso.
- Ela não virá conosco.
- O que? – Pedro estava surpreso assim como Thomas que ficou tenso.
- Façam jus ao amor que sentem pela Mariah e sigam com o plano. Levem todos as fronteiras do inimigo preparem as catapultas, mantenham a formação, sabemos que Killian atacará primeiro e é o que queremos, quanto mais ocupado estiver, maior as chances de Bernard, Aurora e eu recuperarmos os filhos de Elys.
- Preciso vê-la. Agora. – Pedro estava pronto para sair, mas Lis o segurou.
- Ela já se foi.
- Eu não entendo.
- Há coisas que você não precisa entender. Só precisa confiar. Consegue fazer isso?
Pedro ficou em silêncio por um tempo, olhando o horizonte buscando respostas das quais não teria. Suspirou e retornou ao lado de Thomas.
- Está na hora.
- Está na hora. – Lis afirmou.
Assim Braham, Lis D'Blair, Bernard, Thomas e Pedro foram para linha de frente. Pedro foi escolhido para falar. Subiu ao pequeno degrau e demorou a falar, sentia o vento tocar seu rosto era gélido como o inverno que se aproximava. Um pequeno filme rodou em sua cabeça. Sua infância simples ao lado dos pais e da pequena Samantha, sua adorada irmã que talvez agora sentira orgulho dele de algum lugar, de toda escuridão que o tomou até ascender como príncipe dos Molfenter, aquilo nunca foi uma honra, ele nunca tinha do que se orgulhar, até conhecer Mariah e sua luz irradiante, seus olhos violetas que pareciam pedras preciosas do fundo do oceano, e principalmente quando conheceu o povo knowa. Homens e mulheres justos de honra, leais a sua família e a sua casa, aprendera muito mais nos meses que passou ao lado de cada um daqueles seres do que em séculos com os vampiros. Ele deu um passo a frente.
- Sei que devem estar se perguntando onde Mariah Graig está agora. Ela precisou partir para uma última resolução antes de nos seguir até a batalha. Ela virá logo em seguida, senhores. Agora peço que cada um de vocês lembrem-se do que foi dito a vocês, do por que lutam e por quem lutam. Uma profecia os trouxe até este momento, mas não será ela que o findará. Será a coragem, o destemor e a fúria que mora no coração de cada um de vocês. Esta noite, tudo vai mudar. Esta noite os inimigos sentirão a dor da lâmina atravessar sua carne, ouviram o ranger de nossos dentes, o tinir de nossas espadas. Por que, senhores, está noite. Elys será Livre!
Thomas colocou o elmo e montou em um azalão branco levantando a espada prateada ao céu.
- Em frente!! – Gritou em tom de ordem e todos começaram a marchar.
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A Herdeira Mestiça
FantasyVítima de um assassinato mal executado, Mariah despertará para um novo mundo, guiada por um encantador vampiro até a ilha dos sobrenaturais. Ela precisará fazer uma escolha decisiva que mudará o rumo não só da sua história mas a de todos em Elys.