São Paulo, 21 de fevereiro de 2018.
13:09Horas se passaram e Valentina ainda se sentia meio zonza. Sua cabeça girava e sua mente ainda pensava naquela senhora debilitada no asilo, completamente sem forças ou chances de melhora.
Pensou nisso por minutos, desde que saira de lá. Ignorou quando seu celular vibrou pela terceira vez naquele dia. Realmente não estava em bom estado para falar ou ouvir nada. Queria ficar só.
Estava encolhida em um canto escondido e sentada no chão. Abraçava suas pernas com força e sentia seus olhos arderem. Chorava desde que saiu do asilo. Desde que deixou sua avó para trás. Desde que a ouviu lhe chamar de Valentina. Desde que lhe ouviu perguntar quem era ela, como se sua memória a tivesse desafiando.
Seu coração estava despedaçado. Se sentia péssima por tê-la deixado lá. Ao vê-la daquele modo, tão cabisbaixa, perdida. Se sentiu a pior pessoa do mundo. Como pôde permitir que sua avó fosse parar naquele lugar?
A campainha do apartamento tocou, interrompendo seus pensamentos. Ela não se moveu. Não conseguia se mexer. Queria permanecer ali, parada, sozinha.
O som da campainha novamente foi ouvida, essa foi seguida por uma voz. Era Mariana. Ela perguntava se Valentina estava ali, até mesmo chegou a bater na porta amadeirada.
Tapou seus ouvidos com as mãos e chorou baixinho. Aquele som era o pior que podia ouvir naquele momento. Um instante de silêncio a faz soltar um suspiro de alívio.
Não se ouvia mais nada. Mariana parecia ter desistido.
Depois de alguns minutos quase estática, alcançou seu celular que estava ainda no bolso e olhou para a tela. Havia três mensagens de Zion e três ligações de Mariana.
Sentiu seu coração apertar. Não queria preocupar seus amigos com aquilo. Era um momento apenas dela. Um momento que ela queria viver sozinha e poder pensar.
Levantou e deixou o aparelho sobre a mesa da cozinha. Andou em direção ao quarto e se trancou lá dentro. Seus olhos foram de encontro a um porta-retrato em cima da cômoda que ficava ao lado de sua cama. Nela estavam sua avó, ela e sua mãe.
Pegou o porta-retrato e sentou na beirada da cama. Deslizou seu indicador sobre a foto, tocando o rosto dela. Sentia que o pior iria acontecer e detestava aquilo. Detestava ser tão inútil e estúpida ao ponto de não poder fazer nada.
Ela simplesmente odiava o fato de que não podia fazer mais nada.
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Come To Brazil • 𝐙𝐢𝐨𝐧 𝐊𝐮𝐰𝐨𝐧𝐮
FanfictionValentina e Zion se conhecem em uma festa em Beverly Hills. Depois de um ano conversando por FaceTime, os dois se tornam bons amigos. Mas com o passar do tempo, eles se darão conta do que realmente sentem um pelo o outro. zion kuwonu fanfiction. - b...