Mudanças...

A Festa e a Fuga...

POV. SAKURA

Passei o dia sufocada pela "SESSÃO DE EMBELEZAMENTO" promovida pela minha mãe. Mais no final das contas acabei por gostar do resultado. Meus cabelos estavam em um coque que se desfazia em camadas de cachos, meu rosto tinha uma maquiagem leve marcando bem os meus olhos, tornaram-se mais sedutores minha boca com o batom vermelho tornara-se mais carnuda. 

Por fim a Yukata estava em perfeito contraste com minha pele pálida e meus cabelos rosa. Olhei no espelho tentando em vão encontrar a Sakura no meio daquilo tudo enquanto via minha mãe colocar dois palitos decorados com flores nos meus cabelos. E então ela saiu dizendo que ia se aprontar, me sentei no banco posicionado em frente ao espelho. Faltava algo em mim, segui até a penteadeira e peguei meu perfume habitual, pensando seriamente que eu precisava de algo que me lembrasse quem eu sou.

"Sakura Uchiha" o pensamento me veio tão espontaneamente que me assustei e por pouco não deixo o vidro do perfume cair. Porquê diabos eu pensaria algo assim, nunca tive nada com nenhum Uchihas e até onde eu sei, um deles me odeia. Balancei a cabeça freneticamente para afastar tais pensamentos incoerentes. Passei o perfume no pescoço, vale dos seios, pulsos e entre as coxas, minha mãe dizia que dava sorte, sorri ao lembrar disso.

Me levantei e fui para a janela, fiquei observando a lua, sentindo o aromas de cerejeiras que eu sabia que vinha do produto recém-utilizado, o coloquei no pergaminho, não queria acabar me esquecendo dele.

" Como sempre seu cheiro é inconfundível, minha flor." uma voz rouca disse, como se sussurrasse no meu ouvido, pude até sentir a respiração da pessoa no meu pescoço.

Me assustei momentaneamente me perguntando se seria a voz de Neji que eu estava ouvindo o tempo todo, segundo Sasuke, ele foi meu relacionamento mais sério e se eu gostava dele seria natural meu cérebro se lembrar de algumas coisas ainda que elas não fossem claras.

Alguns minutos assim e logo minha mãe entrou no quarto falando que estava na hora. Dei mais uma olhada no espelho, gostei do que vi, eu parecia diferente, mais madura talvez e definitivamente estava bonita, muito bonita.

Desci as escadas devagar por conta do tamanquinho de madeira tradicional que eu usava, eles escorregavam um pouco e não queria ir de cara no chão, vi que meu pai e minha mãe discutiam por alguma coisa.

- O que está acontecendo? - Falei irritada, não queria que eles brigassem.

- Não foi nada princesa, você está tão linda Sakura. - Falou meu pai me abraçando.

- Vamos? - Disse minha mãe caminhando para a porta.

Meu pai segurou minha mão de um lado e a da minha mãe do outro e logo começamos a nos dirigir a uma pequena charrete que nos esperava, nem sabia que eles tinham alugado e me senti mal ao pensar que eles tinham gasto tanto assim.

- Agradeça ao Sasuke-kun viu filha? - Falou minha mãe. - Tudo isso foi ele quem te deu de presente.

Imediatamente a raiva se apossou de mim, o tom que ela falava, somado à toda ostentação desnecessária de Sasuke me irritaram. Não que eu fosse uma pessoa mal-agradecida, longe disso, é que eu prefiro coisas simbólicas.

Imediatamente minhas mãos voaram de encontro ao pingente no meu pescoço. Eu não lembrava quem me deu, nem o que significava, mas eu o amava muito e disso eu sabia. Sabia que me foi dado de presente por alguém especial para mim.

Preferiria que me dessem coisas fofas que demonstrassem carinho e não presentes que pareciam querer me comprar.

Enfim chegamos ao local onde seria realizada a festa, um salão grande todo enfeitado com várias mesas ao redor de uma pista de dança improvisada.

Estava tudo lindo, tudo parecia caro e exagerado demais para o meu gosto. As pessoas começaram à chegar, minha mãe só faltava dar pulos de alegria. Não vi meus amigos ali, nem Hinata, Naruto, Kakashi-sensei ou a Tsunade-shishō. Comecei à me preocupar, mas tive minha atenção cortada quando alguém apareceu na minha frente, era Sasuke, estava todo arrumado.

- Você está muito bonita Sakura, posso ter a honra? - Disse se curvando. Fiquei sem graça, não queria dançar com ele mas, também não queria humilhá-lo na frente de tanta gente.

- Vai lá filha. - Falou minha mãe.

Caminhei até a pista de dança com ele me guiando à frente. Ele se virou para mim, me estendeu a mão, senti algo ruim quando a segurei então ele passou sua outra mão na minha cintura e começamos a nos mover, Sasuke era mais alto do que eu, mas não era alto o bastante, seus olhos escuros não se mostravam atraentes para mim, faltava algo no seu rosto, faltava firmeza em suas mãos, não a firmeza do tipo força bruta, ele não tinha a pegada certa para mim e seu sorriso sempre me parecia errado. Não era um sorriso verdadeiro e isso me angustiava, me trazia uma sensação estranha.

Depois da dança, andei entre os convidados procurando por Naruto e Hinata. Não achei nenhum dos dois, estava me sentindo mal ali, mas o combinado era que eu ficaria até o parabéns.

Esperei quieta, na maior parte do tempo sentada ao lado dos meus pais. Quando deu a hora, cantaram os parabéns então Sasuke me tirou para mais uma dança, eu não odiava dançar, mas dançar com ele definitivamente não estava sendo uma boa experiência, então depois disso dei um jeito de escapulir para a minha casa, peguei o pergaminho onde eu havia selado minhas coisas, troquei o tamanquinho pelas minhas botas padrão e saí.

Nosso ponto de encontro era em uma colina ao norte da vila. Corri de dentro da vila que era minha casa, encontrei pelo caminho alguns homens que faziam a segurança, nocauteei todos e continuei correndo.

Cheguei a um ponto onde anbus faziam a vigia, já havia abatido dois e havia mais dois a minha frente, de repente vi um pássaro voando na minha direção, um corvo, ele pousou no meu ombro olhou os homens ali e seus olhos ficaram vermelhos, imediatamente os anbus pararam de atacar. Ele levantou voo e eu fui o seguindo, até que em um ponto da floresta ele sumiu, estava escuro, eu não conseguia ver nada direito, estava parada com uma kunai na mão, tensa. Até que senti alguém atrás de mim, os braços rodearam minha cintura e me apertaram de encontro ao seu peito.

- Como sempre seu cheiro é inconfundível flor. - A pessoa falou, associei a frase e o tom de voz imediatamente à minha alucinação mais cedo.

Me virei devagar, observando a pessoa, me surpreendendo ao constatar que aquela voz era de Itachi Uchiha.