1.500 Quilômetros de Você

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Edward e Bella esperaram os seis meses de Antony. Se prepararam para aquilo. O bebê ficou ainda mais bonito com o passar do tempo. Com uma câmera recém-comprada, os pais dele tiravam fotos o tempo todo. Bella aproveitou aquele tempo como se o fato de aceitar a proposta dos sogros e da mãe não fosse real.

Mas era.

Edward via como aquilo estava consumindo Bella. Deixar o filho com os avós estava matando os dois aos poucos. Ela pensa que ele não sabe, mas o homem ao lado escutava ela chorar a noite. Às vezes ela se levantava e pegava Tony e o trazia para a cama.

No último mês, eles se mudaram para a casa dos pais de Edward. Tony passava o tempo com os avós e Edward levava Bella para encontros, encontros esses que acabavam com ela na casa de Rosalie, chorando e ele saindo pra...qualquer lugar menos perto daquilo. Ele não queria mostrar sofrimento.

Bella voltava para a casa dos sogros caminhando. Esperou o sinal abrir para atravessar a faixa. Escutou os freios de um carro amarelo e quase caiu quando ele se aproximou. Uma garota pequena, de cabelos curtos, pulou do carro e foi verificar a garota que quase atropelava.

- Me desculpe, por favor! Eu não... me desculpe.

- Você sabe dirigir?

- Ei, acabei de tirar a carta.

- Percebe-se. - ela sussurrou, mas a menina ouviu.

- Me chamo Alice.

- Bella. - Ela aceitou o cumprimento. - Tente não matar ninguém.

- Hum...pode deixar. - Alice levantou os polegares e sorriu amarelo. - Não vai chamar a polícia não, né?

- Não. - Bella respondeu e voltou a caminhar, precisava ver seu filho.

- Vou ficar te devendo uma. - Ela gritou e entrou no carro. Bella só revirou os olhos. Nunca mais iria ver aquela menina.

Edward entrou em casa, tinha passado na Rose, mas Bella já tinha saído. Escutou ela cantar, com certeza para Antony, sorriu e se aproximou. Era, de longe, a cena mais linda que viu. O bebê sugava o seio da mãe e sorriu quando ela fazia careta durante a canção. Ele era apaixonado por ela, tinha seu cabelo entre os dedinhos e parecia estar cheio, mas estava prolongando o momento.

Até o filho sentia a separação.

Bella começou a chorar e seu bebê enfiou a mão na boca dela. Ela o colocou para arrotar e o abraçou. O bebê pegou mais cabelo e ela sorriu entre o choro. Voltou a cantar e seguiu para a janela. Sorriu vendo o carro dele no estacionamento. Não era o carro dele, mas Edward usava o carro da mãe por enquanto. Sentiu as costas quentes, virou e encontrou ele na porta.

Edward se aproximou e enxugou as lágrimas dela. Deu um selinho nos lábios dela e se afastou. Fez algo que ela poderia ou não aprovar. Ela colocou o bebê entre eles na cama e eles se deitaram.

- Me diz logo, o que esconde?

- Consegui um auxílio familiar na faculdade. Eles têm o curso de música e o de arquitetura.

- Arquitetura? Pensei que queria ser empresário.

- Trabalhar na obra me fez repensar. - Eles entrelaçaram as mãos.

- Mas e o bebê?

- Não proíbem bebês nas aulas. E, lá tem um tipo de auxílio creche. Podemos ter um desses. Eu vi Bella, eles querem que nós dois fiquemos longe para enfiar caraminholas na cabeça. E eu sei que você não quer ficar longe do Tony, nem eu estou preparado. Daqui a 18 anos quem sabe.

- Não quero ficar a 1.500 quilômetros dele.

- Eu sei. E é por isso que nós vamos fugir.

- Fugir? Sozinhos, com um bebê?

- Quem mais? Sabemos que é complicado viver e sobreviver nesse mundo. Mas, escuta, somos só eu, você e Tony agora. Minha mãe pode ajudar, Emmett e Rose estão se mudando para perto da faculdade dela, que por acaso é a mesma que está nos oferecendo esses benefícios.

- Você é viciado em planejar. – Ela acusou e sorriu empolgada.

- Sou viciado em você.

- Me diz então senhor viciado, quando partimos?

- Em um mês, minha mãe vai nos deixar no aeroporto e Tony vai com ela. Meu pai está muito ocupado com os sócios dele para despedidas no aeroporto. – Ele deu de ombros.

- Minha mãe não veio ainda ver o Tony.

- Eu sei amor, mas eu sinto que em breve ela vai acordar. Ela vai levar um sacolejo e vai ver o que está perdendo.

- Sacolejo? – Ela gargalhou.

- É, acorda e ver que não está vendo a filha, o genro e o neto crescendo. Está perdendo um show. – Antony bateu palmas. – Ele sabe que a vovó é boba.

- E o vovô também.

- Sim, o papai sabe. – Ele baixou os olhos e ela sabia que ele também estava triste com as atitudes megalomaníacas do pai. Ela o beijou e ele mordeu o lábio dela. Antony mordeu a bochecha do pai. – Moleque babão e ciumento.



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