4 meses difíceis

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- Mas a mamãe vai sarar?

- Sim. Ela sarou depois que você saiu dela.

- Eu fiquei dentro da barriga dela? -Ele arregalou os olhos.

- Sim, e você vivia dando sustos em nós dois. Lembro que cheguei em casa uma vez e você queria sair antes do tempo. Mamãe chorava por não ter seu berço pronto.

- Agora tem aquele lá no quartinho meu. Ele vai dormir comigo?

- Você quer?

- Eu não sei. Quando ele sai?

- Daqui uns meses, ainda vai demorar.

- Mas bem, saiba que vocês dois serão amados do mesmo jeito e vamos precisar da sua ajuda para cuidar dele ou dela. Dividir brinquedos, ensinar a brincar, respeitar e não brigar. Pode fazer isso? - Bella entrou no quarto, se sentou ao lado de Edward que tinha Tony no colo. O menino se esticou e acariciou a barriga grandinha da mãe.

- Quando ele sai?

- Em quatro meses. Seu irmão ou irmã é tão tímido quanto você. Não me deixa ver entre as perninhas. - Ele sorriu e corou. Pulou do colo do pai e foi para a sala, deve ter se lembrado que o canal de desenhos estava liberado. Se a mãe saia da sala, é por não ter mais programas para assistir e ele entendia que era hora do Antony com o controle.

Bella se levantou quando a mão de Edward tocou a perna dela. Estavam separados, mas não divorciados. Era escolha deles. Doía a cada dia e eles só esperavam que o outro desistisse e pedisse o retorno. Mas não aconteceria tão cedo.

Edward passou três meses longe. Carlisle avisava sobre Bella e Esme avisava sobre Edward. Ela foi para a casa da mãe e nem fez questão de procurar um apartamento. Como o marido dissera, estava desempregada. E agora grávida, Bella precisava de repouso. O bebê consumia suas energias e o fato de estar naquela briga com o parceiro também a desgastava. Na mãe, tinha a ajuda de Leah, a vizinha dela que cuidava de Antony pelo dia, já que estavam nas férias e ela não tinha pique para brincar com o menino.

- Pode comprar sorvete de limão para mim?

- Claro. Está faltando alguma coisa?

- Sim. - Ela suspirou olhando para a boca dele. Fechou os olhos e depois de abrir, correu para trancar a porta do quarto dela. - Eu preciso de sexo.

- Está dizendo que...

- Só sexo Edward. - Ela brigou. - Isso não vai mudar nada. Mas não posso apagar o fogo que me consome com outro...

- Nem vai. - Ele levantou. Um pouco assustado com aquele rumo. Como assim, outro? - Como você quer?

- Como eu quero o que? - Ele se aproxima do pescoço dela e sua respiração sopra ali.

- Você quer que eu use a minha língua, meus dedos ou.... - Ele sentiu a mão dela no membro dele. - Vejo que já fez sua escolha.

Bella o beijou. As mãos dele deslizaram pelo corpo dela. A barriga não os atrapalhava tanto e ela abriu as calças dele. Se sentou na cama e o levou a boca. O encarou, ele custava a acreditar no que via. Ela deslizava a língua pelo membro dele e usava as mãos ali também. Ele gemeu baixo, sabia que a babá estava em casa e não queria plateia.

Ele tirou ela dali e a empurrou devagar na cama, levantou o vestido dela e puxou a calcinha para baixo. Lambeu, chupou e mordeu a boceta dela. Bella tirou o resto do vestido. Sabia que tinha que resolver seus problemas antes, mas, como pensar com o tesão acumulado? Edward notando ela calada demais, tomou seus lábios em um beijo carinhoso. Sentia a falta dela, mais que tudo. Precisava dela.

- Eu te amo. - Eles sussurraram. Ela ficou de costas para ele. Se sentia mais disposta e menos dolorida quando ficava assim. Ele a tomou por trás. Estocou nela e a viu prender os dedos entre os lençóis.

Bella se perdeu na sensação da fricção. Sentiu o alívio chegar e gozou em minutos. Edward a deixou de frente para ele e ele passou a beijar o pescoço dela, desceu para os seios. Ela gemeu um pouco mais alto, estava mais sensível. Ele entrou nela mais uma vez. Uma perna acima do ombro esquerdo dele, a outra mais afastada. A mulher se apoiou nos cotovelos e ficou olhando as arremetidas dele. Depois jogou a cabeça para trás.

Ele chegou ao clímax e se jogou ao lado dela. Contrariando o que disse, Bella se aproximou dele e o beijou. Sentia falta dele e depois de muito conversar com as mulheres de sua vida, Esme, Renée, Rose, Alie e até Leah, ela chegou à conclusão de que o casamento estava sendo empurrado com a barriga. Sua passagem de adolescente para mãe precoce seguido de mulher casada e desempregada, além de estar mais uma vez grávida de "surpresa" a fez falar o que não devia. Assim como ela, Edward tinha também motivos para ser cabeça dura. Afinal, casais se tornam idênticos quando estão juntos por tanto tempo, e Bella e Edward namoram desde o primeiro ano do ensino médio e eram amigos desde o sexto do ensino fundamental.

- E o trabalho? - Ela perguntou. Ele ficou um pouco desconfortável. Não gostava de falar disso pois sempre terminava em briga.

- Bem, eu descobri que um vídeo póstumo de uma mulher se tornou viral. E agora aquela música que ela cantou se tornou sucesso.

- Falei do seu, não do meu. - Bella deitou a cabeça no peito dele.

- Estou orgulhoso. Uma pena ela ter morrido tão rápido.

- E como sabe disso?

- Bella, a mulher do vídeo foi aquela motorista do nosso acidente a quase cinco anos.

- Está dizendo... o que? Isso é louco demais para ser verdade.

- Também acho. - Ele apoiou a cabeça na cabeça dela. - Traz tuas coisas de volta.

- Ainda não.

- Quando?

- Quando eu sentir que estamos de volta aos trilhos, no mesmo caminho. Agora eu sei que você está com o cargo na empresa.

- E você está trabalhando naquilo que ama e, o melhor, está o tempo todo disponível para os nossos filhos.

- Acha que isso é dever meu?

- É direito, é capacidade, de certa forma é mérito e tenho que confessar, tenho uma invejinha. Sei que trabalha tanto quanto eu, mas seu bônus e ver o Tony o tempo todo.

- Fazer o quê? - Ela deu de ombros e ele sorriu. - Termina teu projeto. Sei que é importante. Não quero ficar num casamento de momentos bons.

- Não?

- Não. Quero um casamento que seja para valer, com os altos e baixos, com os defeitos e tudo. Mas também quero mais harmonia, mais união. A gente começou cedo, teve que tomar tantas decisões e o bebê está vindo, outro. E ele não tem que ser a cola do nosso casamento.

- Eu te entendo. Perfeitamente. E eu vou te mostrar que estamos no mesmo caminho ainda. - Ele pula da cama.

- Onde vai?

- Comprar sorvete de limão.... - Ele deu um selinho nela - Meu amor!


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