CAPÍTULO LIV Um estranho no caminho

112 12 3
                                    

Dias Atuais

Kate Moraes

Dois dias se passaram desde que conheci o pai do Taylor e agora fugi de um encontro no grupo de apoio para ir até o lugar onde sabia que ele poderia estar: Campo de futebol! Era uma tarde de sexta e como quase todos os outros dias ele estaria treinando com o time. Entrei no vestiário e abri todas as bolsas até saber qual seria a dele. Apesar do nervosismo a única coisa que se passava na minha mente era qual pessoa não reconhece a mochila do próprio namorado? Ao ver seu iphone pela frestinha do zíper a escancarei para procurar a chave da moto. Quando achei tive que sair de fininho para que ninguém me visse.

15:25 PM

Estava na rua que eu acreditava pertencer ao código. Eu tinha mais meia hora para verificar o que lá fosse que eu deveria ter verificado há dois anos atrás e colocar a moto no lugar sem que Taylor desconfiasse. Não poderia ter vindo sozinha até aqui então trouxe a Jorie comigo em formato casaco. O mesmo que o Kaíque usara a um ano e meio antes na tentativa de me tirar 100% do luto que já havia se transformado numa depressão.

_Marjorie!

Ouvi. Coloquei as mãos na boca para tapá-la. Repeti os últimos instantes na minha mente e percebi que eu não havia dito nada.

Ou será que havia e sua mente está te manipulando? Jorie me perguntou com o sotaque tão forte quanto o seu sarcasmo.

Não. Não foi a minha voz. Smile, Smile, Smile! Você não pode estar ouvindo coisas logo hoje. Olhei ao redor! Não ouvi nada então fui em direção a moto, coloquei o capacete e simplesmente ouvi alguém a gritando novamente.

_ Marjorie! - E mais uma vez.

Segui a voz para saber a quem ela pertencia! Era um homem alto que devia ter uns trinta e alguma coisa anos, barbudo e com a testa franzida num rosto que estampava tamanha a decepção ao me ver.

_Me desculpe! Confundi você com uma conhecida. - Virou no sentido oposto e continuou andando. É. Ele parecia ser mesmo uma das pessoas que fariam parte do círculo de amizade dela.

Antes que ele sumisse de vista falei a única coisa que veio em minha mente:

_Eu a conhecia!

Seus passos pararam abruptamente na calçada. 

_Irmãs? - Perguntou.

_Quase. - Me limitei a dizer.

_Por isso o andar semelhante. Onde ela está?

_Como a "reconheceu"? - Mudei de assunto.

_Reconheceria esse casaco em qualquer lugar! - Senti que seu semblante se entristeceu, mas não pude ter certeza já que o capuz encobria seu rosto. Tentei olhar mais para perto ele deu mais um passo para trás.

_Onde ela está? - Perguntou veementemente.

_Cemitério! - Ele pareceu não entender. - Morta. - Seu corpo cambaleou e quase tropeçou no lixo da calçada.

_Não, não pode ser!

_Mas é! - Ele saiu correndo como um vulto. Tentei correr atrás, porém ele era ainda mais rápido e não consegui alcançar. Com um pouco de ar que sobrara em meus pulmões, gritei:

_Vamos conversar! - Só que não adiantou.

As estrelas podem ser perigosas [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora