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Iara

Acordei cedo, tomei café e agora estou sozinha, não gosto disso, Vivi saiu com uma galera que eu não conheço, ela me chamou mas disse que Ícaro estaria lá então preferi não ir, preciso de um tempo pra mim, o lance com o Ícaro me fez reviver muita coisa que eu já havia esquecido! Ou pelo menos estava tentando.
Luana passou a noite fora, esse negócio de esconder o tal namorado está me deixando irritada já, e tenho um sentimento ruim sempre que penso nisso, não deve ser coisa boa.

— Finalmente dona Luana — falei vendo ela entrar com a mesma roupa de ontem.

— Tava me esperando? — perguntou admirada.

— Não, só não queria ficar sozinha, Vivi saiu — falei e ela assentiu.

— Luana — chamei.

— Hum? — respondeu sentando do meu lado.

— Luana nós somos amigas, e eu quero o teu bem, esse negócio de namoro secreto está estranho demais, porquê você não conta pra mim?! — eu estava preocupada, isso é estanho.

— Iara — disse respirando fundo.

— Luana isso é estranho cara, você sai, passa a noite fora, e se algum dia você não voltar, onde a gente vai te procurar? — era preocupante, ela nem falava do tal cara, não sei se é do morro, se é alguém que a gente conhece, não sei nada.

— Nem é um namoro, a gente só sai — olhei admirada.

— Ok, ele é do morro? — ela negou com a cabeça — é casado? — também negou — a gente conhece ele? — negou mais uma vez — Porquê é segredo? Ele quer assim? — ela respirou fundo.

— Emma, ele não quer relacionamento sério, eu gosto dele, mas ele disse que eu não devia falar nada, nada sobre ele — estranhei, alguma coisa errada esse homem tem.

— Como ele é? - perguntei.

— Iara eu não posso falar, desculpa — olhou pra baixo.

— Ok, eu entendo — minha intuição estava certa, alguma coisa tem nessa história e eu precisava descobrir o quê, devia ajudar minha amiga, eu sei muito bem o que ela está sentindo, e sei que ela não pode fazer muito agora, eu melhor do que ninguém sei tudo que ela está sentindo.

O dia correu rápido, ficamos bebendo na calçada até que Vivi se juntou a nós no início da noite.

— Como foi lá? — perguntei e ela me olhou depois pareceu pensar.

— Ele não perguntou de tu não — revirei os olhos, eu não estava interessada nisso.

— E tu Luana, ainda não vai falar do boy secreto — Vivi debochou mas Luana parece não ter gostado.

— Cuida da tua vida — o climão nem demorou e a gente já estava fofocando sobre várias coisas.

Ficamos até tarde ali, estava rolando um pagode quase ali em frente então a gente se juntou ao pessoal, ficamos conversando, dançando, e bebendo até que alguém me cutuca.

— O que foi? — vejo a tal de Lorena que está com seu grupinho.

— Te dei o aviso garota, fica longe do Ícaro — fechei os olhos respirando fundo.

— Olha aqui sua vadia, se ficar me parando de novo para falar tuas merdas juro que tu vai se arrepender para o resto da tua vida — falei com raiva, tenho coisas demais na minha cabeça para ainda ter que aturar uma puta que quer marcar território.

— Aié? — falou toda debochada e veio para cima de mim tentando me acertar com um tapa mas fui mais rápida.

Desviei do seu tapa e empurrei ela que caiu no chão, as duas garotas que estavam com ela vieram pra cima de mim, mas Luana e Vivi cuidaram delas por mim.
Eu estava com raiva de muita gente, raiva de muitas coisas, vou descontar nessa vadia.
Ela tentou se levantar mas fui mais rápida e fui para cima dela distribuindo vários tapas no rosto dela que já estava sangrando.
Ela conseguiu reagir e também me deu alguns tapas, me virou e ficou por cima, mas consegui usar as pernas e afastá-la.

— Vadia — ela gritava enquanto eu me afastei para tomar ar, há um tempo que não brigava, estou enferrujada, mas graças a Deus não  estava machucada, apenas suja e descabelada.

Novamente ela veio para cima de mim, me deu um tapa que eu respondi com dois socos seguidos, agora em pé, continuamos brigando, ela pegou meu cabelo puxando.

Meu cabelo não .... pensei e empurrei ela com força a deixando cair, subi por cima e dei vários socos, enquanto isso acontecia, um monte de gente gritava na roda formada.

— QUE MERDA É ESSA? — uma voz forte surgiu num grito alto fazendo com que nos separássemos com medo.

— Barão, ela tá querendo tirar meu macho — aff, eu preferi não falar para não piorar meu lado, não suportaria perder meu cabelo, eu morro.

— CALA BOCA MERDA, tá fazendo barraco no meu morro e ainda fala merda — ele estava com raiva e eu nem conseguia olhar pra ele, primeiro eu não sou daqui, segundo me envolvo em briga, estou ferrada

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Eu, Você e o MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora