Eu, Você e o Morro

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Iara

Dia seguinte

Dormi na casa do Ícaro. E quando acordei e queria preparar algo vi que não tinha nada, quando eu não vou pro mercado para esse preguiçoso vive assim, também, nunca come em casa! Se não come lá em casa, como na mãe dele ou no cantinho da dona Jú.

Depois de limpar a casa, tomei um banho rápido e vesti um short jeans curto, uma camiseta do Ícaro e calcei um chinelo dele que ficou enorme, mas quem liga?!
Fiz um coque no cabelo e peguei dinheiro na carteira dele, claro.

Saí pela rua e como sempre arrancado olhares por onde passava.

Quando estava quase chegando dou de cara com Tiffany e Lorena, assim que as duas me vêm trocam algumas palavras acompanhadas por risinhos provocadores, revirei os olhos e continuei andando.

Comprei o necessário.
Na volta, no mesmo lugar de antes, Tiffany estava, agora sozinha.

— Tira uma foto que dura mais — falei quando notei seus olhos sobre mim sem parar, mesmo sabendo que também olhava para ela.

— Só admirando os chifres que tu carrega na cabeça.

— Olha a puta do morro falando, tá aqui há pouco tempo mas já conseguiu dar pra todo o morro, se enxerga garota.

— Teu macho goza bastante nessa puta — mordi os dentes com raiva.

— Esse é o teu sonho? Pois saiba que vai continuar no sonho mesmo, ele não gosta de puta.

— Tem tanta certeza? — perguntou com deboche.

— Vai se fuder — falei e saí andando.

Essa vadia já estragou meu dia.
Porra, o que custa achar um homem solteiro pra dar quando quiser.

[...]

Quando cheguei em casa Ícaro já estava acordado, tentou me beijar mas virei o rosto.
Sou o tipo de pessoa que quando se irrita com algo desconta em todo mundo e minha irritação dura muito.

— O que foi?

— Nada — ele deu de ombros e levantei a sobrancelha — não vai insistir?

— Não — disse me abraçando por trás — Tu falou que não era nada — revirei os olhos e me afastei dele.

Preparei café da manhã e tomamos com o clima mais animado, quando terminamos, ele lavou a louça, claro.

[...]

Pela tarde preparei o almoço, arroz, feijão, salada e bife.

— Puta que pariu, que delícia — sorri com o elogio de Ícaro que comia com vontade.

— Uma mulher prendada dessas não se encontra em qualquer lugar — me gabei.

— Tá certa mesmo, hoje tu pode se achar, tá merecendo — ri.

Depois que almoçamos levamos a louça e ficamos de bobeira vendo um filme na Netflix, mas nem terminou, porque Ícaro já ficou de mão boba, e como não sou de ferro, acabamos transando.

Uma.
Duas.
Três.
Quatro vezes.
Até que já estava tarde.

Tomei um banho rápido, vesti um body branco todo de renda e um short jeans. Ícaro também se arrumou. Está rolando um pagode e é pra lá que a gente vai.

Liguei pra Luana para saber se ela estaria lá.
Mas me surpreendi com ela falando ofegante e gemendo.

— Eita. Tá dando sacada — falei rindo.

— O que tu quer? — perguntou e com certeza ela revirou os olhos.

— Vai no pagode?

— Tou fazendo algo melhor — disse e eu ri.

— Quem é o macho?

— Vou desligar, tchau — disse rápido e desligou me deixando na curiosidade.

Desde o que aconteceu com o tal Matheus Luana não saiu mais com nenhum cara. E sinceramente fico feliz que ela esteja saindo com alguém.

— Bora — disse Ícaro saindo do quarto.

— Bora — concordei.

[...]

Ícaro não é de dançar muito mais hoje até que tá se mexendo. Ou talvez seja a bebida.
O lugar está com um monte de gente, homens, mulheres, de todas as idades, desde os mais velhos até crianças.

Ficamos por lá algumas horas.
Nos divertimos bastante. Só nós dois, mal nos desgrudamos, dançamos juntos a noite inteira, preferi não beber, Ícaro também só tomou uns dois copos.

No final ele me deixou em casa e seguiu para a sua.

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2/5💕